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Medicina

Ômicron: qual é a probabilidade de se reinfectar com a nova variante?


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A variante Ômicron tem sido um ‘quebra-cabeças’ para os especialistas de saúde do mundo inteiro. Apesar dos sintomas mais leves associados à nova variante do coronavírus, são diversos os relatos de reinfecção. No Reino Unido, por exemplo, há casos de pessoas que contraíram o vírus com apenas algumas semanas de intervalo, entre dezembro e janeiro, e outros relatos dão conta de pessoas que foram infectadas três ou até quatro vezes.

O que é uma reinfecção? Quando existe a detecção de uma segunda ou subsequente infecção da Covid-19, independentemente da variante envolvida. É provável que o risco de uma reinfecção dependa de uma série de fatores. Por exemplo: os dados sugerem que é maior em pessoas não vacinadas e potencialmente naquelas cuja infecção anterior foi mais leve, ou com uma resposta imune mais fraca.

A Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA) usa a definição de uma possível reinfecção como um caso de 90 dias ou mais após uma infecção anterior confirmada pela Covid-19, em parte porque exclui aqueles que simplesmente espalham o vírus por mais tempo após a infecção.

Quantas reinfecções ocorreram? De acordo com os números mais recentes da UKHSA, do início da pandemia até 9 de janeiro deste ano havia 425.890 possíveis reinfecções, com 109.936 casos encontrados na semana que terminou em 9 de janeiro, representando quase 11% de todos os casos naquela semana.

Poucas reinfecções são “confirmadas”, pois isso requer testes de sequenciamento genético. Além disso, com poucas pessoas na sociedade com acesso aos testes nas primeiras ondas da Covid-19, muitas das primeiras infecções podem não ter sido contadas.

“Com a combinação de dois anos de pandemia, a diminuição de anticorpos, duas grandes ondas de evasão imunológica pela Delta e depois pela Ômicron, há uma reinfecção bastante desenfreada”, apontou Danny Altmann, professor de imunologia do Imperial College London.

É mais fácil ser reinfectado com algumas variantes? Sim. Segundo cientistas do Imperial College London, depois de levar em conta uma série de fatores, a Ômicron foi associada a um risco de reinfecção entre 4,38 e 6,63 vezes maior em comparação com a Delta.

Tempo de reinfecção

As reinfecções pela Ômicron acontecem num espaço de tempo mais curto? Potencialmente, sim. Os dados da UKHSA mostram que, para casos com data de amostra entre 1 de novembro e 29 de dezembro de 2021, houve 2.855 reinfecções prováveis ??29 a 89 dias após uma infecção anterior – embora algumas possam refletir a detecção contínua de uma infecção inicial.

Embora a UKHSA tenha observado que é difícil comparar diretamente a situação entre as variantes – pois há muitos fatores de mudança importantes em jogo, incluindo os níveis gerais de imunidade na população – a capacidade de ‘fuga’ da imunidade pela Ômicron possivelmente desempenha um papel importante nas reinfecções.

“Esperaria que o risco de uma segunda infecção pela Ômicron fosse muito menor do que o risco da Ômicron após a Delta. Afinal o corpo humano desenvolveu anticorpos para a atual proteína spike da Ômicron”, garantiu Paul Hunter, professor de medicina da Universidade de East Anglia, no Reino Unido.

E por qual razão o meu filho contraiu a Covid-19 duas vezes neste inverno? Isso pode muito bem ser devido a diferentes variantes: de acordo com dados do Escritório de Estatísticas Nacionais divulgados em dezembro, as crianças em idade escolar com Covid-19 naquela época eram muito menos propensas a ter Ômicron do que adultos positivos para a Covid-19.

“Os dados mostram que aqueles que testaram positivo para coronavírus entre 29 e 89 dias de uma infecção anterior representam uma pequena proporção de todas as reinfecções. Muitas dessas reinfecções de intervalo mais curto provavelmente são crianças em idade escolar porque tiveram os níveis mais altos de infecção em setembro e outubro, pouco antes do surgimento da Ômicron”, relatou um porta-voz da UKHSA.

As reinfecções são mais leves? Dada a resposta imune prévia do corpo humano, os dados sugerem que a carga viral nas reinfeções é menor do que nas infecções primárias, sugerindo que a doença pode, em geral, ser menos grave. No entanto, a gravidade depende de diversos fatores.

Istoedinheiro.com.br

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