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O que é Leptospirose, causas, sintomas, transmissão, cura, tratamento, prevenção


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Uma pesquisa recente, realizada pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), apontou que apenas 50,3% dos brasileiros têm acesso ao saneamento básico. A outra parcela da população ainda utiliza métodos alternativos para lidar com o descarte de dejetos.

No entanto, o panorama nos mostra que essa falta de infraestrutura favorece o aparecimento de certas patologias, como a Leptospirose.

Neste artigo você entenderá o que é e como a leptospirose é transmitida, além de descobrir os tratamentos mais eficientes para a doença.

O que é Leptospirose?

Classificada como uma zoonose infectocontagiosa, a leptospirose é uma doença comum em zonas subtropicais e tropicais – onde se localiza o Brasil. Essas zonas, aliadas à deficitária infraestrutura de saneamento básico e a alta incidência de chuvas, são o local perfeito para a proliferação dos vetores que transmitem a doença.

Quando utilizamos a palavra “vetor”, nós estamos nos referindo aos transmissores da doença. De modo geral, ocorre uma associação direta entre leptospirose, e os roedores.

Embora a ligação não esteja incorreta, outros animais, ao serem contaminados, também se tornam veículos de contágio da doença. É o caso de cães, gatos, cavalos, porcos, ovelhas, bois e outros animais.

Mas não são apenas esses animais os infectados. Nós, humanos, também partilhamos dessa patologia. O agente etiológico pertencente ao gênero Leptospira – em resumo, um grupo de bactérias – que é transmitido pela urina do rato.

As bactérias desse gênero têm uma completa adoração por ambientes inóspitos. Uma vez instaladas em condições favoráveis, elas são capazes de sobreviver durante dias e até meses. Contudo, basta o tempo seco ou uma mudança brusca de temperatura para dizimá-las. Além disso, elas se mostram super sensíveis a desinfetantes e à incidência solar.

Pode ocorrer transmissão entre humanos?

Sim! É possível, ainda que raro, uma pessoa transmitir a leptospirose para outra pessoa. A urina do indivíduo infectado é uma possível fonte de transmissão da doença.

Também é possível que, uma gestante infectada transfira a infecção para o feto, bem como se pegar leptospirose de um parceiro sexual.

Registros da leptospirose no Brasil

De 1980 a 2005, o Brasil esteve no auge da propagação da doença, com aproximadamente 60 mil casos em todo o país. Hoje, apesar de não se falar muito sobre isso, ela continua presente no cotidiano de muitas famílias.

Os habitantes de regiões periféricas desprovidas de uma rede de esgoto, da coleta de lixo e da drenagem adequada das águas pluviais integram esse grupo de risco.

Alguns casos podem assumir a forma mais grave – denominada como Doença de Weil – trazendo complicações renais e quadros hemorrágicos aos indivíduos. Porém, para alívio geral, a forma mais comum que afeta a população é a benigna, que pode ser facilmente controlada, se descoberta logo no início.

Como a leptospirose é transmitida?

Este Diagrama Esquemático Explica O Ciclo De Como é Feita A Transmissão Da Leptospirose No Meio Ambiente. Roedores E Selvagens

Normalmente, os ratos se instalam em bueiros e esgotos, onde também desbocam suas excretas. Durante enchentes e alagamentos, a água que transvaza desses espaços chega até as áreas com maior número de pessoas.

Chegando a esses locais, o contato com a água contaminada pela urina de rato é quase que impossível de ser evitado.

De fácil disseminação, as bactérias do gênero Leptospira irão penetrar a pele – esteja lesionada ou não – e pelas mucosas, para, então, chegar aos vasos linfáticos e sanguíneos.

O período de incubação da doença pode variar de 2 a 30 dias. Embora não seja uma regra, grande parte dos indivíduos começa a manifestar sintomas a partir do décimo dia.

Os sintomas podem cessar após alguns dias, bem como podem se agravar, dependendo do grau de virulência da leptospirose, que apresenta algumas variedades.

Quais os tipos e estágios da Leptospirose?

Forma anictérica

Um grande número dos portadores de leptospirose – aproximadamente 90% – apresenta essa variedade. Por ser a forma benigna da doença, os seus sintomas costumam ser bem tranquilos, se acompanhados por um profissional.

De modo geral, além da ausência de complicações, os indivíduos acometidos por essa forma da doença não manifestam icterícia – o que explica o seu nome.

Forma ictérica

Também conhecida como Doença de Weil, essa é a forma mais grave da doença. Ela não costuma ser tão presente quanto a forma anictérica, mas a sua complexidade pode levar o portador à morte. Essa forma de leptospirose é facilmente identificada pela coloração amarelada que se surge na pele do infectado.

Sintomas da Leptospirose

Sintomas da Leptospirose

Além das diferentes formas que a leptospirose pode assumir, existem também as fases recorrentes a cada variação da doença e, com elas, os seus sintomas.

Devido aos sintomas que se confundem com os de outros quadros clínicos, exames laboratoriais mais aprofundados são necessários para viabilizar o diagnóstico final.

Os portadores do tipo mais comum da doença tendem a manifestar os seguintes sintomas:

  • Febre alta repentina
  • Olhos vermelhos
  • Exantemas
  • Cefaleia / dor de cabeça
  • Diarreia
  • Dor abdominal
  • Náuseas
  • Vômito
  • Mialgia – no tórax e panturrilha
  • Artralgia
  • Fadiga
  • Erupção cutânea
  • Calafrios / arrepios
  • Desidratação
  • Dores musculares
  • Aumento dos linfonodos

Em sua forma mais grave – também conhecida como Doença de Weil – a leptospirose assume o seu estado letal. São pertencentes a essa fase os seguintes sinais:

  • Icterícia
  • Torpor
  • Hemorragias
  • Complicações renais

Sem dúvida, esses sintomas debilitam o indivíduo, deixando-o a mercê da própria doença. Mas o que de fato o leva à morte é a Síndrome da Angústia Respiratória (SARA).

Responsável pela liberação de componentes bacterianos – sobretudo de lipossacarídeos e frações glicoproteicas tóxicas ao organismo – a SARA compromete pulmões e vias respiratórias, aumentando a probabilidade do portador se tornar incapaz de respirar sem o auxílio de um ventilador pulmonar.

Em suma, os sinais clínicos variam de pessoa para pessoa, independentemente do grau da doença. Por esse motivo, é de extrema importância uma avaliação médica. Quando se trata da sua forma mais branda, espera-se que a leptospirose regrida após 3 ou 4 dias. Se isso não ocorrer, é melhor ficar atento aos possíveis sinais que virão.

Icterícia é Um Sintomas da Leptospirose Em Animais, Cães E Gatos

A leptospirose em cães pode resultar nos seguintes sintomas:

  • Febre
  • Recusa em comer
  • Vômito
  • Icterícia
  • Dor no abdome
  • Diarreia
  • Fraqueza severa
  • Dor muscular grave
  • Rigidez
  • Depressão
  • Incapacidade de ter filhotes

Os cães são mais propensos a serem afetados pela doença. Mas os gatos também podem apresentar sintomas semelhantes se tiverem leptospirose.

O tempo entre a exposição a bactérias do gênero Leptospira e o desenvolvimento de leptospirose é normalmente entre cinco a 14 dias, para os animais de estimação. No entanto, esse período pode ser menor ou demorar até um mês ou mais.

Que médico devo consultar? E como é realizado o diagnóstico?

De início, confirmar que o indivíduo está com leptospirose é quase impossível. Os sintomas dela se assemelham aos manifestados pela dengue, febre amarela, gripe, hepatite e malária.

Por isso, os médicos não se atrevem a concluir o diagnóstico sem antes solicitar alguns exames ao paciente. Os mais requeridos são:

  • Exames sorológicos
  • Bacteriológico definitivo
  • Isolamento de bactéria em cultura
  • Teste de aglutinação microscópica
  • Reação em Cadeia da Polimerase (PCR)
  • Ensaio Detector de Anticorpos de Enzimas (ELISA)

O exame de sorologia sanguínea é o mais rápido e prático para elucidar quaisquer dúvidas em torno do quadro clínico. A partir da análise do soro, o analista é capaz de descobrir a presença de dois anticorpos – a imunoglobulina M e a imunoglobulina G.

Os exames podem denunciar o que acontece no corpo. Porém, se o paciente expor as situações de riscos a que está sujeito no dia a dia — como o contato direto com águas de procedência duvidosa e a falta de saneamento básico — o resultado final será embasado com muito mais propriedade e clareza. Desse modo, o diagnóstico pode ser concluído, e os tratamentos, definidos.

Como tratar a leptospirose

Posteriormente à interpretação dos resultados, o médico indicará o tratamento mais adequado àquele paciente em específico. Vale lembrar que os sintomas podem divergir de um indivíduo para o outro.

A leptospirose é uma doença que pode tanto se manter benigna, como também se agravar, devido à negligência do paciente. Se a doença for monitorada logo de início, os riscos de complicações são mínimos, além de o tratamento ser mais eficaz.

Com a falta de diligência, o quadro tende a se tornar mais complexo, e o tratamento dificilmente surtirá os efeitos desejados.

O tratamento mais indicado é feito à base de antibióticos.

Normalmente, os prescritos são a Penicilina, a Doxiciclina, a Estreptomicina e o Clordox.

Quando um indivíduo infectado apresenta sintomas mais graves, o médico pode recomendar a administração de antibióticos intravenosos.

Como os portadores da doença tendem a manifestar náuseas, vômitos e outras enfermidades, recomenda-se ingerir bastante líquido e manter-se hidratado.

A vacina contra a leptospirose já existe no mercado. Porém, além dos animais, cabe apenas aos trabalhadores de risco – limpadores de fossa e bueiros – tomá-la.

Para animais de estimação, a leptospirose também é tratada com antibióticos. No caso da vacina, ela protege o cão apenas por um ano. Não é tipicamente administrada a gatos porque acredita-se que os gatos tenham uma resistência natural à doença.

Tratamento homeopático para cães

A homeopatia é uma opção de tratamento natural para a leptospirose em cães. Abaixo listamos alguns medicamentos homeopáticos que podem ajudar, dependendo dos sintomas do seu animal de estimação:

Aconitum napellus 12x: Recomendado para prevenir o choque e limitar a progressão da doença.

Arsenicum album 30c: Recomendado para desidratação e sintomas gastrointestinais.

Baptisia 30c: Recomendado para dor muscular e depressão.

Berberis vulgaris 30c: Recomendado para dor sacral e suporte geral do fígado.

Crotalus horridus 30c: Recomendado se a icterícia for um sintoma.

Mercurius corrosivus 30c: Recomendado para diarréia sanguinolenta e ulcerações da membrana mucosa.

Leptospirosis Nosode 30c: Recomendado para uso junto com outros remédios. O nosode é dito ajudar a prevenir o acúmulo de bactérias leptospiras nos rins.

Lycopodium 1M: Recomendado para casos crônicos com perda de peso e falta de apetite.

Phosphorus 30c: Recomendado se a tosse e / ou vômito for um sintoma.

Alerta!

Fique longe de medicamentos que contenham ácido acetilsalicílico (Aspirina, Melhoral, Voltaren e Profenid) em sua composição. Os pacientes com leptospirose costumam apresentar quadros hemorrágicos e, com o uso desses medicamentos, o problema se agravará. Se houver dúvida sobre como tratar a doença, consulte um médico e evite a automedicação.

Complicações, Riscos e Perigos na Saúde

Infelizmente, com a pouca informação que circula sobre a problemática na mídia nem todas as pessoas que sofrem dessa patologia tem o hábito de tratá-la. Algumas das disfunções que a leptospirose pode apresentar, se não medicada, são:

  • Hemorragias
  • Insuficiência renal aguda
  • Insuficiência hepática
  • Insuficiência respiratória
  • Icterícia bilirrubínica — coloração alaranjada característica da pele e da esclera.

“Os portadores que manifestam esses sinais estão sujeitos a passar por procedimentos mais severos. Em alguns casos, a internação na UTI não basta. Recorre-se, então, à hemodiálise e à ventilação mecânica.”

Sem o tratamento adequado, a doença pode levar a danos nos rins, insuficiência renal, insuficiência hepática, meningite e desconforto respiratório. Pode até levar à morte. Procure atendimento médico imediatamente se achar que tem leptospirose.

Uma gestante que contrai leptospirose pode levar à morte do feto (Natimorto ou nado-morto) e / ou leptospirose congênita. Nestes casos existe também uma maior probabilidade de aborto se a infecção ocorrer durante o primeiro trimestre.

Profilaxia: Como prevenir a Leptospirose?

Sintomas Da Leptospirose E Passos Para Preveni La

Sabemos que a falta de saneamento básico no Brasil, assim como o descaso com a coleta de lixo, são fatores que impossibilitam o desaparecimento total da leptospirose. Entretanto, alguns cuidados podem inibir – ainda que pouco – os principais meios de propagação da leptospirose:

  • Ferva bem a água e/ou acrescente algumas gotas de hipoclorito de sódio ou água sanitária antes de utilizá-la para cozinhar e beber;
  • Cuide da higiene das mãos;
  • Embale o lixo com cuidado. Restos de comida podem chamar a atenção de animais que trafegam pelo local;
  • Não deixe as caixas d’água destampadas;
  • Mantenha sempre em dia a vacinação do seu animal;
  • Utilize proteção – luvas e botas –, caso precise manusear materiais procedentes de regiões duvidosas, como as que se encontram perto de córregos e esgotos.

E os ratos? Como combatê-los?

Muitos dos roedores – especialmente os ratos presentes nos esgotos – simpatizam com o clima tropical. Não é à toa que as chances deles se proliferarem em terras brasileiras são descomunais.

Com o aumento da população de roedores nessas regiões, mais perto a comunidade estará de adquirir a leptospirose.

Mas é necessário recordar que essa doença não se limita apenas ao rato de esgoto. Como dito no início do artigo, tanto animais domésticos quanto os de fazenda podem ser infectados pela Leptospira.

Como medidas profiláticas, são recomendadas as seguintes:

Acondicionar sacos de lixo em locais seguros e afastados do solo. O odor dos restos de comida pode atrair animais e, consequentemente, o conteúdo da sacola será espalhado por todo lado;

Tornar um hábito lavar os vasilhames de água e ração do seu animal de estimação antes do anoitecer;

Aparar gramas e matos do jardim sempre que possível, como meio de evitar que sirvam de abrigo aos ratos;

Vedar todos os buracos presentes na construção, afim de evitar a entrada dos roedores em casa;

Manter a limpeza em dia e não deixar acumular entulhos no fundo do quintal ou de qualquer outro ambiente da casa;

Não lançar sacos de lixo e demais dejetos à margem dos rios;

Conservar vasos sanitários, ralos e caixas d’água sempre fechados.

É sempre bom ficar atento ao seu animal de estimação. Os sintomas que os atingem são semelhantes. Ao notar que algo não vai bem, a ação mais recomendada é levar os animais ao veterinário.

Ao avaliar o animal, o veterinário pedirá exames sorológicos para embasar o resultado final – como o teste de aglutinação.

Com os resultados em mãos, ele certamente irá prescrever antibióticos para combater a bactéria. Manter o calendário de vacinação em dia também é ideal, pois essa prática pode ajudar a poupar problemas futuros.

Cuidado com os banhos

Semelhante às medida preventivas anteriores, deve também ter cuidado onde escolhe nadar e também onde permite que seus Pets nadem. Lagos e lagoas de água doce podem estar potencialmente contaminados.

Se tiver feridas abertas, como um corte ou úlcera na pele, é ainda mais importante ser cauteloso quando escolhe nadar. As feridas abertas facilitam a entrada de bactérias na corrente sanguínea. O mesmo vale para o seu cachorro.

Fortaleça o sistema imunológico Naturalmente

Impulsionar o sistema imunológico com alimentos e suplementos naturais é outra forma importante de prevenir e ajudar a tratar a leptospirose.

O nosso sistema imunológico é o responsável por combater as bactérias nocivas, como aquelas que causam infecções por leptospirose.

Uma dos melhores remédios caseiros para impulsionar o sistema imunológico é incluir alimentos probióticos, gengibre, alho e alimentos ricos em vitamina D na sua dieta diária.

De modo geral, a leptospirose poderia ser quase erradicada no Brasil não fosse a falta de políticas públicas para a população ?

Seja no controle de roedores ou na melhoria do sistema de saneamento básico, a profilaxia não é complexa, mas demanda tempo, dinheiro e incentivo por parte do Estado.

No entanto, existem esperanças em um futuro próximo. O Ministério da Saúde, em parceria com a Secretaria de Vigilância em Saúde, busca desenvolver vários projetos em torno desse problema de saúde pública.

Os projetos buscam coordenar e supervisionar situações iguais a essa. Além disso, existe um treinamento direcionado a técnicos de estados e municípios, com cartilhas e outros materiais capazes de auxiliar na capacitação desses profissionais.

Os técnicos são responsáveis por levar as informações até as pessoas, fundamentadas em estatísticas e outros dados que ajudem a sanar as dúvidas da população.

Como dito anteriormente, os resultados levam tempo até aparecerem. Porém, cuidar dos enfermos, adotar as medidas profiláticas necessárias e se atentar às instruções dos agentes de saúde pública são medidas que já diminuem o risco de propagação da doença.

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