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O que é herpes simples neonatal?


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O herpes simples neonatal é uma doença infecciosa rara, mas grave, que afeta os recém-nascidos. Nos Estados Unidos, cerca de 1 em cada 3.500 bebês contraem a infecção. No Brasil, não se conhece a incidência.

Quais são as causas do herpes simples neonatal?

Na maioria dos casos (85%) a transmissão ocorre de mãe para filho durante o parto, quando o bebê entra em contato com secreções genitais infectadas no canal do parto, mais comuns em mães que foram expostas ao vírus recentemente.

Estima-se que 5% dos bebês recém-nascidos foram infectados quando ainda no útero e aproximadamente 10% dos casos são adquiridos no período pós-natal. Entre 35-55% dos casos a infecção infantil se dá numa primeira gestação e 3-5% nas gestações posteriores. O herpes simples neonatal pode também ser transmitido a partir de uma infecção não genital da mãe ou do pai localizada na boca, nas mãos ou nos mamilos, ou por contato com outros portadores de vesículas herpéticas.

Qual é o mecanismo fisiológico do herpes simples neonatal?

Os recém-nascidos de mães com primoinfecção herpética não recebem anticorpos maternos e, por isso, apresentam formas graves da doença.

Quais são as principais características clínicas do herpes simples neonatal?

O herpes neonatal manifesta-se em três formas:

  1. Herpes de pele, olhos e boca, por vezes referido como herpes localizado. É caracterizado por lesões externas, sem envolvimento de órgãos internos, sendo provável que as lesões apareçam em locais de trauma, como o local de fixação de eletrodos no couro cabeludo fetal, fórceps ou extratores a vácuo que são usados durante o parto, na margem dos olhos, nasofaringe e em áreas associadas a trauma ou cirurgia.
  2. Herpes disseminado, que, ao contrário, afeta os órgãos internos, particularmente o fígado.
  3. Herpes do sistema nervoso central, que é uma infecção do sistema nervoso e do cérebro que pode levar à encefalite. Os bebês com herpes do sistema nervoso central podem apresentar convulsões, tremores, letargia e irritabilidade, eles se alimentam mal, têm temperaturas instáveis e sua fontanela pode se tornar protuberante.

Como o médico diagnostica o herpes simples neonatal?

O diagnóstico pode ser clínico e baseado na observação das lesões de pele, e torna-se mais difícil quando não há lesões cutâneas (externas) características. Os testes sorológicos feitos nos casos suspeitos podem auxiliar no diagnóstico. Atualmente indica-se a reação em cadeia da polimerase, que estabelece diagnóstico precoce da doença.

Como o médico trata o herpes simples neonatal?

O tratamento do herpes simples neonatal deve ser feito com medicações antivirais. No entanto, a morbidade e a mortalidade ainda permanecem altas devido ao diagnóstico de herpes disseminado ou de herpes do sistema nervoso central demorar a ser feito, retardando o tratamento. Afinal, o diagnóstico precoce é difícil em 20-40% dos neonatos infectados que não apresentam lesões visíveis.

Grávidas com lesões ativas de herpes genital no momento do parto devem ser submetidas a uma cesariana, nunca devem fazer parto vaginal.

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Como evolui o herpes simples neonatal?

Os recém-nascidos de mães com primoinfecção herpética não recebem anticorpos maternos e apresentam prognóstico pior. Nas formas cutâneas e de mucosas, a terapia resulta em 100% de sobrevida. Nas formas localizadas no sistema nervoso central, 85% dos recém-nascidos sobrevivem com 65% de sequelas. A doença disseminada apresenta 40% de sobrevida com 40% de alterações graves nos sobreviventes.

O herpes do sistema nervoso central está associado a maior morbidade, enquanto o herpes disseminado tem uma taxa de mortalidade mais alta. Essas categorias não são mutuamente exclusivas e frequentemente há sobreposição de dois ou mais tipos. O herpes de pele, olhos e boca tem o melhor prognóstico dos três, no entanto, se não for tratado, pode progredir para herpes disseminado ou herpes do sistema nervoso central, com os consequentes aumentos na mortalidade e morbilidade.

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