Religião
O maior milagre é a regeneração
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O que é um milagre?
Pensamos sempre numa cessação da ordem natural das coisas. No entanto, para Jesus é exatamente o contrário. Ele tenciona em sua vida, morte e ressurreição que o plano original deveria ser retomado.
Aquele ser humano ignorante ao conceito de autossuficiência e que sabia da suficiência de Deus em sua vida para possibilitar todas as demais relações de sua própria existência deveria ressurgir. A massa humana caiu num Jardim; o Deus-homem a reergueu no pós-Calvário. Homens são gerados atualmente no contexto da inimizade com Deus; porém, em Cristo [e somente nele] tais homens são regenerados para uma reconciliação definitiva com Deus.
Um milagre, portanto, é o oposto do ideal imaginário do ser humano. Não se trata de uma demonstração de poder tão somente, mas um esclarecimento do que Jesus faz com o poder. É em Jesus que vislumbramos a promessa de que o mundo que desejamos está a caminho, como diz Tim Keller.
Considere o milagre da multiplicação dos pães. O ideal de uma sociedade livre da pobreza extrema perpassa os nossos corações, mas isto não é para se comparar com a glória do novo nascimento. A fome daquela multidão retornou horas depois, diferentemente da fome essencial que é saciada através da fé naquele que pode salvar. A criação é uma obra magnífica de Deus, contudo é a recriação que deveria nos encher mais os olhos de espanto.
Assim sendo, não é a cura de doenças ou libertação da presença demoníaca o maior dos milagres. O maior de todos os milagres acontece quando participantes desta espécie corrupta e orgulhosa decidem por si mesmos afirmar ao mundo inteiro que suas forças de maquiar a falsa felicidade própria se acabaram e que, para lavarem suas almas de uma vez por todas, carecem de um mergulho último – uma lavagem definitiva na água e no Espírito que só Deus pode dar.
Creram na justa punição de Deus que deles foi desviada para Cristo e reconheceram que necessitavam de uma justiça mais excelente que somente a perfeita obediência de Cristo poderia lhes creditar. Pela fé, ao imergirem, se unem a Cristo em sua morte, colocando sobre ele sua culpa. E ao emergirem se unem a Cristo em sua ressurreição, tomando posse de seus méritos para viverem uma nova vida.
Não fizeram nada para merecer este banho celestial; nenhuma expressão adequada de seu moralismo os poderia salvar de seus pecados. O cristão, como diz meu amigo pastor David Romer Pelosi, “é um monumento vivo do maior milagre de Deus”. Ele deixa evidente no batismo que não esconde sua miséria – o que é o primeiro milagre – e tributa absolutamente a Outro os méritos de absorver pela fé uma vida mais gloriosa e abundante em alegria – o que é o segundo milagre.
Um verdadeiro cristão é simples o bastante para ser compassivo com a fraqueza dos outros e humilde em sua forma de lidar com as virtudes que a graça de Jesus lhes concedeu. Ele é a boa notícia encarnada – luz para brilhar a glória do Rei sobre todos!