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O drinque com o qual a Jim Beam quer tomar o lugar da cerveja


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É quase tão fácil como abrir uma lata de cerveja. Basta encher um copo com gelo, adicionar uma dose de bourbon e misturar. Em seguida, complete com até quatro doses de club soda ou água tônica, mexa e acrescente um twist de limão-siciliano ou grapefruit. Está pronto o seu highball.

É com esse drinque refrescante e levinho que o Jim Beam, o bourbon mais consumido do mundo, quer tomar o lugar da cerveja e, de quebra, acabar com o reinado do gim-tônica, o onipresente coquetel que ajudou o gim a explodir no Brasil.

Neste mês, o bourbon americano lançou nos Estados Unidos uma campanha na qual ironiza os fãs de cerveja e os encoraja a trocar a bebida por um highball (com Jim Beam, claro). No comercial, um cliente ouve a seguinte pergunta da atendente do bar: “Mais uma cerveja ou algo diferente?”.

Ao que um hipster caricato sugere uma IPA envelhecida com leite de cabra. Já um casal de alemães paramentados para a Oktoberfest recomendam uma cerveja ao estilo da Bavária, servida em uma daquelas canecas gigantescas. A sugestão seguinte parte de um cliente que lembra o Gandalf, de O Senhor dos Anéis: “filho, que tal uma cerveja escura?”.

É claro que o cliente acaba optando pela sugestão da atendente, um highball feito com Jim Beam. “Boa ideia”, retruca ele, para o estupor dos fãs de cerveja que tentaram lhe ajudar. “Precisa de uma pausa da cerveja? Jim Beam highball”, conclui a peça publicitária.

Além da campanha na TV, a marca também planeja ações de ativação em estádios de beisebol americanos e a instalação de Beam Gardens, uma provocativa alternativa aos famosos Beer Gardens, dedicados ao consumo de stouts e companhia.

Garrafas dos uísques Suntory Yamazaki, do Japão, e Jim Beam, dos Estados Unidos Garrafas dos uísques Suntory Yamazaki, do Japão, e Jim Beam

Garrafas dos uísques Suntory Yamazaki, do Japão, e Jim Beam (Yoshikazu Tsuno/AFP/AFP)

“Sabemos que os bebedores estão entediados com a cerveja e procuram novas alternativas. O Jim Beam Highball é incrivelmente fácil de misturar e perfeito para diversão em casa ou em bares quando for a hora certa”, declarou Jessica Spence, presidente de marcas da Beam Suntory, que controla o bourbon americano.

A Beam Suntory surgiu em 2014, quando a companhia originada da primeira destilaria de uísques do Japão, a Yamazaki, fundada por Shinjiro Torii (1879-1962), arrematou a empresa por trás do Jim Beam e da tequila Sauza, entre outras marcas – a aquisição saiu por 16 bilhões de dólares.

Deu origem ao terceira maior fabricante de destilados do planeta em faturamento — na frente está a Diageo, dona da Johnnie Walker, e o segundo lugar pertence à Pernod Ricard, que detém o Chivas Regal.

No Brasil, o grupo mergulhou de cabeça em julho de 2019, quando assumiu a distribuição de suas bebidas por aqui — até então, a tarefa cabia à concorrente Bacardi.

Com a pandemia, a procura por seus bourbons disparou. De janeiro a agosto do ano passado, as vendas de Jim Beam cresceram 284%; e as de Maker’s Mark, o bourbon mais sofisticado do portfólio, 800%. “É o tipo de uísque que mais cresce no Brasil”, disse à Exame Walter Celli, CEO da Beam Suntory na América Latina. Advinha qual é o drinque no qual as duas marcas mais apostam por aqui?

O primeiro uísque do Japão posto à venda no país, em novembro de 2019, foi o Chita, lançado em 2015. Na mesma época, a companhia deu início à comercialização de mais dois destilados do país asiático, o gim Roku e a vodca Haku, além do gim espanhol Larios. Em agosto de 2020 chegou a vez do lançamento de mais dois uísques da Suntory, o Yamazaki 12 anos e o Hibiki Japanese Harmony — este bastante similar ao exibido no filme Lost in Translation, com Bill Murray.

Fonte: Exame

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