Política
‘Nunca vi autoridade do Brasil ser assistida por médico cubano’, diz Bolsonaro
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O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), voltou a criticar os termos do acordo com Cuba no Mais Médicos durante uma entrevista coletiva após um café da manhã com o almirante da Marinha, Eduardo Bacelar, no 1º Distrito Naval, no Centro do Rio.
“Nunca vi uma autoridade no Brasil dizer que foi atendido por um médico cubano. Será que devemos destinar aos mais pobres profissionais, entre aspas, sem qualquer garantia de que eles sejam realmente razoáveis, no mínimo? Isso é injusto, é desumano”, disse Bolsonaro, ao ser questionado sobre a continuidade dos atendimentos de saúde, já que cerca de 8,3 mil profissionais podem deixar o País.
O presidente eleito criticou os termos do acordo com Cuba, que prevê o repasse direto ao governo caribenho de 70% dos salários dos profissionais de saúde. Repetiu que a situação dos profissionais de saúde cubanos é “praticamente de escravidão” e questionou a qualidade dos serviços prestados.
Bolsonaro defendeu o exame presencial de validação do diploma dos médicos incluídos no programa.
“O que temos ouvido, em muitos relatos, são verdadeiras barbaridades. Não queremos isso para ninguém no Brasil, muito menos para os mais pobres. Queremos o salário integral (dos médicos cubanos) e o direito (deles) de trazer a família para cá. Isso é pedir muito? Isso está em nossas leis, que estão sendo desrespeitadas”, resumiu Bolsonaro antes de encerrar a entrevista, que durou menos de cinco minutos.
O futuro presidente do Brasil também prometeu asilo político para todos os médicos cubanos que pedirem. “Há quatro anos e pouco, quando foi discutida a Medida Provisória (que criou o Mais Médicos), o governo da senhora Dilma (Rousseff) disse, em alto e bom som, que qualquer cubano que, por ventura, pedisse asilo, seria deportado. Se eu for presidente, o cubano que pedir asilo aqui, (que) se justifica pela ditadura da ilha, terá o asilo concedido da minha parte”, afirmou.
Bolsonaro não comentou a indicação do economista Roberto Campos Neto para a presidência do Banco Central (BC).