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Número de biópsias de próstata no SUS cresceu 16,9% em 2023, comparado a 2018, com mais da metade no Sudeste


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O aumento da realização de biópsias de próstata no SUS é positivo, desde que o paciente diagnosticado com câncer tenha acesso ágil ao tratamento, o que ainda é um desafio para o país, na opinião o cirurgião oncológico Gustavo Guimarães, diretor do IUCR, mesmo com os atuais e importantes esforços do Programa Nacional de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas

Levantamento feito pelo Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR) na base de dados do Sistema Único de Saúde (SUS) em relação às biopsias de próstata feitas nos últimos seis anos, nas cinco regiões do país, revela crescimento na realização do procedimento, que constitui o exame de confirmação ou exclusão de um diagnóstico de câncer. O volume de biópsias de próstata feito pelo SUS em 2023 foi de 50.948, um número 16,9% maior comparado a 2018, quando foram feitos 43.554 procedimentos. Os números do SUS mostram a evolução contínua da realização de biópsia de próstata após a pandemia da Covid-19, com 21,5% de incremento em 2022 comparado a 2021. O percentual de crescimento em 2023 em relação a 2022, por sua vez, foi de 16,6%.

“Esse crescimento na realização de biópsias de próstata no SUS é um fato positivo, principalmente para o paciente diagnosticado com câncer, desde que venha acompanhado de agilidade no tratamento, o que ainda é um desafio no Brasil. Tanto é assim que o governo federal lançou no ano passado Programa Nacional de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas”, afirma o cirurgião oncológico Gustavo Guimarães, diretor do IUCR e coordenador geral dos Departamentos Cirúrgicos Oncológicos do grupo BP-A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Mais da metade das biópsias concentram-se na região Sudeste, onde estão localizados os três estados mais ricos do país: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Mas em todas as regiões do Brasil, o número de biópsias aumentou gradativamente de 2021 a 2023. “Agora, com mais uma edição da campanha Novembro Azul, desejamos que o ano de 2024 seja concluído com não apenas com aumento de biópsias, mas de tratamento realizado dentro do prazo indicado por lei, de até 60 dias após o diagnóstico confirmado por biópsia”, afirma Guimarães.

Confira o quadro a seguir:

Biópsias de próstata – Brasil
Região/ano 2018 2019 2020 2021 2022 2023
Norte 1.758 2.146 1.730 1.228 1.571 1.684
Nordeste 6.057 6.220 3.623 5.769 6.981 8.068
Sudeste 27.098 24.926 21.071 21.163 24.532 28.703
Sul 6.040 5.941 4.377 4.455 6.972 8.645
Centro-Oeste 2.611 2.750 2.454 3.328 3.628 4.028
Total/Brasil 43.554 41.983 33.255 35.943 43.684 50.948

Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS)

Câncer de próstata

Conforme explica Guimarães, a biópsia é indicada para investigar a suspeita de um câncer depois de alterações nos exames de toque de retal e/ou de sangue PSA (Antígeno Prostático Específico). O resultado do exame pode revelar um câncer ou uma doença não oncológica, como um crescimento benigno da próstata ou uma prostatite (infecção da próstata). No entanto, na maioria dos casos, o paciente estará com câncer de próstata, o tumor de maior incidência no Brasil entre o público masculino, sem considerar o câncer de pele não melanoma.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são 71.730 novos casos previstos para 224 e, além disso, em todas as regiões do país, o câncer de próstata é o mais incidente. No triênio 2023-2025, o câncer de próstata ocupa o primeiro lugar em prevalência entre o público masculino em todas as regiões:  Sul, com 57,23 novos casos por 100 mil habitantes; Sudeste, com 77,89 novos casos por 100 mil; Norte, com 28,4 novos casos por 100 mil; Nordeste, com 73,28 novos casos por 100 mil; Centro-oeste, com 61,60 novos casos por 100 mil.

“Portanto é preciso estar atento aos sinais de câncer de próstata e, principalmente, incorporar hábitos que diminuam o risco de desenvolver a doença e de promover o diagnóstico precoce, que aumentam as chances de sucesso do tratamento”, recomenda Guimarães.  Ademais, o especialista, destaca os principais fatores de riscos evitáveis da doença – tabagismo, etilismo, sedentarismo – e a importância de consultar como rotina o médico urologista. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) recomenda que homens a partir de 50 anos de idade consultem anualmente esse especialista para avaliação. Homens negros ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata devem começar com essa consulta médica mais cedo, aos 45 anos.

Fique alerta aos sinais e sintomas – O câncer de próstata não costuma apresentar sintomas na fase inicial do desenvolvimento da doença. Mas com o tempo começam a aparecer sintomas, entre eles:

  • Dor ou ardência ao urina
  • Dificuldade para urinar ou para conter a urina.
  • Fluxo de urina fraco ou interrompido.
  • Necessidade frequente ou urgente de urina.
  • Dificuldade de esvaziar completamente a bexiga.
  • Sangue na urina ou no sêmen.
  • Dor contínua na região lombar, pelve, quadris ou coxas.
  • Dificuldade em ter ereção

Esses sinais nem sempre tem como origem um câncer. Eles são comuns a outras doenças benignas. No entanto, somente um médico poderá confirmar ou excluir o diagnóstico de um câncer de próstata.

O tratamento

O plano de tratamento é personalizado, de acordo com avaliação de cada paciente, e pode incluir de modo individual ou combinados, cirurgia; ultrassom de alta frequência; hormonioterapia; radioterapia; crioterapia; protonterapia; quimioterapia. Guimarães destaca que, inclusive,  “há casos  selecionados em que a doença é indolente e há a opção de  não tratar, mantendo uma vigilância ativa da evolução da doença”.

Em termos cirúrgicos, a técnica robótica é a mais moderna. “É uma cirurgia minimamente invasiva em que o robô com um laparoscópio acoplado, reproduz todos os movimentos do cirurgião, que comanda tudo de um console próximo à mesa cirúrgica. Um segundo cirurgião fica ao lado do paciente para manusear as pinças e fazer eventuais ajustes”, explica.

Entre os benefícios para o paciente, quando comparada a cirurgia convencional, estão: pequenas incisões; menor sangramento e diminuição das taxas de transfusão; diminuição do tempo cirúrgico; menor risco de infecção; diminuição das dores e das complicações pós-cirúrgicas; rápida recuperação no período pós-operatório.

Sobre o IUCR

O Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica Dr. Gustavo Guimarães – IUCR, criado em 2013, é especializado na prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação do paciente com câncer. A equipe médica é formada por profissionais altamente especializados em uro-oncologia, cirurgia oncológica e oncologia clínica, sob a liderança do cirurgião oncológico Dr. Gustavo Guimarães, que possui mais de 20 anos de atuação e dedicação à assistência do paciente, ao ensino e à pesquisa científica nessa área. Guimarães desenvolveu ampla experiência em tecnologias e procedimentos minimamente invasivos como cirurgia laparoscópica, ultrassom focalizado de alta intensidade-HIFU e cirurgia robótica, tendo desenvolvido um consistente Programa de Consultoria e Capacitação sobre Cirurgia Robótica para Instituições de saúde em todo o país, que engloba a implantação, o desenvolvimento das diversas técnicas cirúrgicas e a capacitação das equipes.

 

SENSU Consultoria de Comunicação

 

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