Política
Novo secretário da Educação quer fortalecer ensino médio e incentivar resultados nacionais de alta performance
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Servidor público estadual desde 1989, o professor Suamy Lacerda, novo secretário da Educação (Seduc), já conta com a experiência como gestor, como nos sete anos à frente da direção da Escola João Bento da Costa, onde desenvolveu o projeto “Terceirão na Escola Pública”, modelado por uma de suas monografias de especialização.
E é exatamente para o ensino médio que o educador quer direcionar mudanças para fortalecer a educação estadual. “No período em que eu estiver aqui nós vamos trabalhar para dar mais força a essa etapa. Até o final de 2018, a secretaria investiu muito no ensino fundamental e pouco no médio. Nós vamos equilibrar isto, já que o ensino médio é a responsabilidade precípua do Estado e precisa avançar mais. Por outro lado, segundo a lei, as escolas são responsáveis por apresentar projetos e apresentar para a secretaria, então nós vamos devolver essa autonomia de poder organizar o projeto de acordo com necessidade da instituição. Vamos fazer o controle, dar as condições e cobrar para que eles desenvolvam”, diz.
Suamy lembra que 2019 é ano de Prova Brasil, e a avaliação externa é feita pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). “Eu sempre trabalhei com essa questão de avaliação externa e todas as escolas onde eu fui diretor o resultado sempre foi de alta performance. Então, na realidade, o que vamos fazer é deixar a escola dizer o que ela precisa fazer para melhorar e apresentar bons resultados. As práticas de ensino médio mudarão, porque um aluno dessa etapa não pode chegar em uma prova nacional como essa sem ser testado antes”, explica o secretário.
Com respaldo do trabalho já realizado, Suamy declara que a Seduc vai partir para aulões, simulações, para preparar os alunos para avaliações que demonstram o nível de aprendizado do ensino público no nosso estado. “Já com o ensino fundamental, a tendência do estado é entregar os anos iniciais para os municípios e assumir mais os anos finais. A BNCC [Base Nacional Comum Curricular] está aprovada, mas mesmo assim ainda existe muita fantasia, o povo continua ‘enchendo linguiça’. Nós precisamos de imediato fazer um estudo de currículo, para não ficarmos reféns das editoras, que enchem os livros do ensino fundamental com assuntos do médio e da educação superior. Vamos ‘bater’ os dois livros, mas pulando os capítulos que não competem àquela etapa”, declara.
VALORIZAÇÃO E APROVEITAMENTO DE SERVIDORES
Outra situação considerada pelo novo titular da pasta é a quantidade de profissionais readaptados, que não são aproveitados. “Muitos são desprezados, às vezes humilhados, e essa mão de obra tem que ser utilizada. Eles podem planejar provas, para que possamos usar em exames e testes de lacuna, de complementação das etapas, de circulação, provas de progressão parcial, construção de apostilas da Educação de Jovens e Adultos [EJA], enfim, é possível fazer um bom trabalho, e para isso escolhemos gerentes que estão na Seduc, pensadores da Educação, todos com mestrados, professores na universidade, e todos são capacitados para transmitir para os nossos professores como a nossa performance pode melhorar”.
O secretário adianta que a Seduc não ofertará mais correção de fluxo pela Fundação Roberto Marinho ou pela Fundação Ayrton Senna. “A opção inicial é esta, e eu me nego a acreditar que meu grupo não consegue construir um projeto de correção de fluxo para Rondônia, porque escolhi técnicos com condições para isso. Temos o Conselho Estadual de Educação, que estava impedido de trabalhar, e nos demos as condições exatamente para fazer com que esse tipo de projeto, que é de interesse do Estado, aconteça. Também vamos oferecer o EJA durante o dia em alguns pontos da cidade para facilitar o atendimento a essas pessoas. Não há em lugar nenhum escrito que o EJA tem que ser só à noite, além de ser uma forma de também corrigir o fluxo. Estamos pensando educação no formato da lei, não no formato de cabeças que não entendem de educação e querem interferir no projeto de educação nacional e estadual”
Quanto à segurança nas escolas, Suamy diz que já está dando encaminhamento proposta para que algumas instituições recebam o serviço, apenas onde realmente é necessário.
“Antes disso, a Inteligência da Polícia Militar vai fazer alguns ajustes para chegarmos a uma conclusão sobre o caminho a seguir. Isso já está sendo estudado pela Casa Militar e, se aparecer um caminho alternativo será muito bem-vindo”.
O secretário completa que “a segurança da escola não pode ser feita apenas pensando no patrimônio móvel. Os alunos formam a escola, e eles precisam ser resguardados. Por experiência, posso dizer que quem causou o discurso da desnecessidade dessas empresas foram elas mesmas, quando diziam que estavam nas escolas para cuidar do patrimônio, enquanto uma bicicleta de um aluno era furtada de dentro da escola e o portão ainda era aberto para o bandido levar. Então se for para ser, tem que haver o comprometido com a escola como um todo”, conclui.