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No Acre, poluição do ar está quase três vezes acima do permitido, diz pesquisador


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Fumaça, queimadas, tempo seco e ausência de chuvas. Todos esses fatores contribuem para que a qualidade do ar no estado acreano seja inadequada para a saúde. Dados dos sensores de monitoração mostram que atualmente a qualidade do ar está quase três vezes acima da qualidade ideal para a respiração.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que a quantidade de material particulado por metro cúbico aceitável é de 25 microgramas. Acima disso, a qualidade é ruim para a saúde humana.

No Acre, há mais de 30 sensores que monitoram a qualidade do ar. Os equipamentos são parte de um projeto entre o Ministério Público do Acre (MP-AC), a Universidade Federal do Acre (Ufac) e órgãos de saúde e do meio ambiente do estado acreano.

“Desde o início de agosto, um pouco antes e, até praticamente ontem [segunda,19], tínhamos concentração de material particulado do ar muito alto, que gera uma série de problemas e é acima da qualidade do ar aceitável para respiração que é de 25 microgramas de material particulado por cada metro cúbico de ar”, explicou o professor e pesquisador da Ufac, Alejandro Fonseca.

População convive com fumaça, tempo seco e falta de chuva no Acre — Foto: Juan Diaz/Arquivo pessoal

População convive com fumaça, tempo seco e falta de chuva no Acre — Foto: Juan Diaz/Arquivo pessoal

Concentração

O professor acrescentou que em alguns lugares do estado acreano, a concentração de poluentes no ar chega a ser quase que três vezes maior que o permitido. É o caso da cidade de Sena Madureira, que registra 72 microgramas por metro cúbico de ar.

“Material particulado vem da fumaça, são substâncias e micro partículas de poeira, mas também de carbono e outros materiais que se integram na fumaça. São partículas muito finas de diâmetro, em torno de 2,5 mícrons. As partículas mais grossas não chegam no pulmão porque o próprio pelo do nariz se encarrega de impedir, mas os mais finos chegam até as células do nosso pulmão”, reforçou.

Na capital acreana, Rio Branco, há cerca de 40 microgramas desse material no ar. Segundo Fonseca, com exceção de Cruzeiro do Sul, Feijó e Acrelândia, as demais cidades do estado têm a qualidade do ar acima do nível permitido.

Sensores mostram em tempo real a qualidade do ar — Foto: Reprodução Rede Amazônica

Sensores mostram em tempo real a qualidade do ar — Foto: Reprodução Rede Amazônica

“Para todo resto do estado, a concentração está mais de duas vezes acima da concentração linear de 25 microgramas por metro cúbico. Mas, mesmo próximo do limite, os valores são prejudiciais para as pessoas que têm disposição para asma ou outras doenças das vias respiratórias. É ruim para idosos e crianças também”, contou.

Dados da Secretaria de Rio Branco mostraram que quase 30 mil casos de infecções respiratórias foram registrados até o último dia 10 em unidades de saúde do município.

Segundo o pesquisador, o ideal seria que as pessoas tivessem o hábito de usar máscaras nesta época do ano, para evitar respirar o ar poluído. Porém, não é costume dos moradores.

“Em alguns países, por exemplo, quando a pessoa tem uma gripe usa máscara para evitar a contaminação, mas no Brasil não tem esse costume. Falamos muito da qualidade do ar, de poluição, mas os anos se passam e observamos que todo ano temos as mesmas condições e a qualidade do ar muito ruim”, lamentou.

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