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No AC, 34 mulheres foram mortas em 2017 e estado tem uma das maiores taxas do país, aponta pesquisa


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Acre aparece como um dos estados com a maior taxa de homicídios de mulheres em 2017. Os, divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apontam que foram registradas 34 mortes no ano, uma taxa de 8,3 óbitos por 100 mil mulheres. O índice fica atrás do estado do Rio Grande do Norte, que tem uma taxa de 8,4.

P U B L I C I D A D E

No mesmo balanço, consta ainda que 658 mulheres acreanas sofreram lesão corporal em ocorrências registradas como violência doméstica. Em relação a estupros, o número de registros caiu 24,1%. Foram 277 estupros registrados em 2016 e 210 em 2017.

O fórum também contabilizou o número de mulheres vítimas de homicídio em todo o Brasil no ano passado, 4.539 óbitos (aumento de 6,1% em relação a 2016). Desse total, 1.133 foram vítimas de feminicídio.

Dia da Não Violência Contra a Mulher

 Keyla foi morta em frente à loja que trabalhava em Rio Branco e lei de combate à violência contra a mulher recebeu o nome dela (Foto: Arquivo da família)

Keyla foi morta em frente à loja que trabalhava em Rio Branco e lei de combate à violência contra a mulher recebeu o nome dela (Foto: Arquivo da família)

Em Rio Branco, uma lei de combate à violência contra a mulher recebeu o nome da vendedora Keyla Viviane dos Santos. A vítima foi morta com duas facadas, uma no peito e outra na virilha, pelo ex-marido, Adjunior Sena, de 32 anos, em frente à loja em que trabalhava. O caso ocorreu em março de 2016 e causou comoção.

Na época, uma câmera de segurança do estabelecimento flagrou toda a ação. Em junho de 2016, a Justiça do Acre condenou o ex-marido da vendedora a 27 anos e 6 meses de prisão pelo crime.

A lei nº 2.210 com o nome de Keyla foi sancionada sete meses após a morte dela e inclui no calendário oficial da cidade o dia 1º de março com o “Dia Municipal da Não Violência Contra a Mulher”.

Sobrevivente

 Marcas das 18 facadas ficaram por todo o corpo da camareira esfaqueada pelo ex que não aceitava fim do relacionamento (Foto: Arquivo pessoal )

Marcas das 18 facadas ficaram por todo o corpo da camareira esfaqueada pelo ex que não aceitava fim do relacionamento (Foto: Arquivo pessoal )

O dados do Fórum revelam ainda que em 2017 o Brasil teve 221.238 registros de violência doméstica, o que significa 606 casos por dia. São registros de lesão corporal dolosa enquadrados na Lei Maria da Penha.

A acreana Antônia Lima Ferreira, de 39 anos, não entrou para as estatísticas de homícidios de mulheres no Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mas sofreu com a violência. A mulher foi esfaqueada 18 vezes pelo ex-marido, José Alberto Soares Pinheiro, de 46 anos, quando chegava para trabalhar. O motivo é que ele não aceitava o fim do relacionamento.

O crime ocorreu no dia 18 de março de 2017, em Brasileia. Pinheiro foi preso e o processo segue na Vara Criminal do município. Ao G1, em agosto do ano passado, Antônia relatou que conviveu com o ex por dez anos e pensou que não sobreviveria aos golpes.

A mulher teve o pulmão perfurado e foi afastada do trabalho como camareira porque as facadas deixaram o braço direito paralisado. Antônia afirmou que sobreviveu, mas vive com o medo constante e não quer se relacionar com outra pessoa.

“Tenho medo de sair na rua, de ficar em casa só e ele vir me matar. Quando cai qualquer coisa em casa eu fico com medo. Foi um terror pra mim, pensei que não ia escapar. Não penso em relacionamento com ninguém porque eu tenho medo de acontecer tudo de novo”, confessou.

 Antônia ficou com braço paralisado e foi afastada de emprego  (Foto: Arquivo pessoal)

Antônia ficou com braço paralisado e foi afastada de emprego (Foto: Arquivo pessoal)

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