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Neymar diz que vai à Copa dos Estados Unidos. E não há impacto algum. São 12 anos de frustração com o camisa 10 do Brasil


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Neymar diz que irá ao Mundial dos Estados Unidos, em 2026. Ele já foi figura principal nas últimas três Copas que o Brasil disputou e fracassou. Aos 34 anos, não há a menor certeza de como estará para o Mundial

Neymar diz que disputará sua quarta Copa do Mundo. Não houve impacto algum

Para a CBF, não causou o menor impacto o fato de que Neymar quer disputar a Copa do Mundo de 2026.

Ninguém levou a sério as declarações dúbias que deu após o fracasso da seleção no Catar. A terceira Copa do Mundo de que foi protagonista absoluto, e o Brasil perdeu. Ainda mais depois da conquista da Argentina de Messi, em Doha.

O principal jogador brasileiro sofreu com a terceira frustrante participação no Mundial. Isso é fato. Como fez questão de expor em um dos únicos veículos com que tem boa relação, a TV Cazé.

E deixou claro que alguém, na seleção, deveria ter se manifestado, depois de o Brasil ter marcado o gol na prorrogação contra a Croácia. E ter determinado que o selecionado segurasse a vantagem por 1 a 0. E não se abrisse, tentando marcar o segundo gol. Postura que deu chance aos croatas para empatar. E eliminarem o Brasil nos pênaltis.

“A gente não estava pensando no próximo jogo… Não sei dizer o que passou na cabeça. Ali está todo mundo exausto, e é difícil ter o discernimento de fazer as coisas corretamente como seria nos primeiros dez minutos de jogo. Foi um erro completo, do nosso time inteiro. Todo mundo acabou falhando de alguma forma.

“Não vou apontar dedo para ninguém, porque não sou esse tipo de cara. A gente deu a oportunidade do adversário fazer o gol. Foi um banho de água fria. Eu não acreditava que a gente tinha tomado aquele gol, porque faltavam quatro minutos. Foi a derrota mais dolorida que eu vou ter na carreira, com certeza.”

Neymar sabe. Mas não diz. A decisão de proteger a vantagem de 1 a 0 para ir à semifinal da Copa do Mundo deveria ter partido do comandante da seleção, o técnico Tite, que se deixou levar pela emoção e não teve frieza para mandar o Brasil garantir a vitória.

Com a eliminação confirmada, era lógico que Neymar tinha convicção. Ele seria o mais cobrado. Outra vez, apesar de todo o talento, foi incapaz de comandar a seleção à conquista de uma Copa.

“Chorei durante uns cinco dias seguidos. Dói muito ver teu sonho ir embora do nada, do jeito que foi. Preferia muito mais não ter feito o gol, ter sido 0 a 0 e perdido nos pênaltis do que ter feito o gol, tomado o empate e perdido nos pênaltis. É uma dor que só os jogadores e a comissão vão sentir, sem tirar a dor dos torcedores. A gente sente muito.

“Foi o pior momento da minha vida, porque depois a gente tem que voltar pro hotel e vai recebendo a família. A gente não sabe para onde vai no dia seguinte, se vai embora, porque estava com a expectativa lá em cima. A gente sabia que ia estar em um dos últimos dias da Copa. E do nada tudo mudou. Parecia um velório, um chorando de um lado, outro chorando do outro. Clima completamente pesado. Foi horrível, uma sensação que não quero passar de novo.”

Em 2018, Tite permitiu que Neymar abusasse das simulações. Um fiasco sua participação na Copa

Em 2018, Tite permitiu que Neymar abusasse das simulações. Um fiasco sua participação na Copa

Na entrevista, Neymar não disse que, depois de chorar por cinco dias, veio para o Brasil e organizou cinco festanças nababescas.

Recuperou-se muito rápido do “pior momento de sua vida”.

Enquanto isso, a seleção ficou estagnada.

Os dois fracassos seguidos em Copas de Tite convenceram o presidente Ednaldo Rodrigues de que o treinador do Mundial de 2026 tinha de ser estrangeiro. O italiano Carlo Ancelotti.

E o recesso que Neymar queria da seleção aconteceu naturalmente.

Ele pôde operar os ligamentos do tornozelo direito, se recuperar.

E avisa que vai jogar seu último Mundial.

“No pós-Copa eu não queria [disputar mais uma Copa do Mundo]. Não por passar pela dor de perder e tudo mais, mas, sim, por ver minha família sofrendo muito. Isso pesa bastante. Mas eles vão ter que aguentar de novo [risos].”

O “eles” é para a família, não para os jornalistas, não para os críticos que cobram seu futebol.

Enquanto isso, o Brasil realizou amistosos sem importância, que só serviram para provar que Ramon Menezes não estava pronto para ser interino.

A escolha por Fernando Diniz, até que Ancelotti saia ou não do Real, em 2024, se encaixa perfeitamente ao gosto de Neymar. O treinador já mostrou no São Paulo e no Fluminense que sabe e gosta de privilegiar jogadores nos esquemas que monta. Foi assim com Daniel Alves no Morumbi e, agora, com Paulo Henrique Ganso nas Laranjeiras.

O descanso pedido por Neymar para “esfriar a cabeça” já aconteceu.

Ele sabe da enorme desvalorização que sofreu.

O jogador, que foi comprado por 222 milhões de euros, cerca de R$ 1,1 bilhão, em 2017, hoje vale 60 milhões de euros, R$ 322 milhões, de acordo com o site especializado em transferências de jogadores, o Transfermarkt.

Aos 31 anos, com três operações no pé direito, está longe de seu auge.

Tanto que não houve qualquer gigante europeu tentando contratá-lo.

Há enorme chance de que ele não seja a maior estrela do Brasil em 2026.

Vinícius Jr. já está ocupando o seu espaço.

Ele estará a um mês de completar 26 anos no Mundial dos EUA.

Enquanto Neymar terá 34 anos.

Por isso o “sim” ao Mundial teve repercussão mínima.

É preciso saber como Neymar estará daqui a três anos.

Com que disposição, como estará fisicamente.

As farras intermináveis já fizeram suas cobranças.

A velocidade, a agilidade, os dribles não são os mesmos.

A chance de os dois novos centros mundiais do futebol levarem o brasileiro é grande.

Seria ainda uma grande atração para os Estados Unidos ou a Arábia Saudita.

Para a seleção não tem mais a sensação de novidade.

São 12 anos seguidos de Neymar com a camisa principal do Brasil.

E o jejum de conquistas, desde 2002, continua.

Por isso, o seu “sim” ao Mundial de 2026 não teve o menor impacto.

Só acentuou o sentimento de desilusão…

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