AL/MT
MT: zoneamento pode inibir produção de 340 mil hectares
Compartilhe:
Entidades do setor produtivo solicitaram à Assembleia Legislativa (ALMT) um novo Zoneamento Socioeconômico e Ecológico (ZSEE) para Mato Grosso. Na quarta-feira (14), representantes de oito entidades apresentaram ao presidente Max Russi um documento com pontuações sobre a atual proposta de Zoneamento, que está em produção na Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (SEPLAG).
O documento com as ponderações dos produtores de soja e milho foi produzido após levantamento realizado pela equipe de Sustentabilidade com apoio da Política Agrícola. Presidente da Aprosoja, Fernando Cadore, relatou alguns dos problemas apontados pelos produtores de soja e milho. “O impacto do zoneamento nas regiões menos desenvolvidas e do interior do estado é evidente, principalmente na Região Leste de Mato Grosso. Esse zoneamento não atende as necessidades e fere o direito à propriedade e não podemos ser coniventes com isso”, destacou.
Documento apresentado na AL foi de iniciativa do Fórum Agro MT, com apoio da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem) e Aprosoja Mato Grosso. “Após uma profunda análise, nosso objetivo é propor um novo estudo, com o cenário atual das atividades envolvidas e que seja mais coerente com a realidade do estado”, afirmou o presidente do Fórum, Itamar Canossa.
O presidente da Famato em exercício, Marcos da Rosa, defendeu que o projeto de Zoneamento proposto pela Secretaria Estadual de Planejamento e Gestão (Seplag-MT) está defasado e traz sérios problemas socioeconômicos para Mato Grosso. “O projeto é baseado em um estudo realizado na década de 80, uma realidade totalmente distorcida com a de hoje. Ele prevê a criação de Unidades de Conservação onde atualmente existem importantes estradas, rodovias e onde poderá passar ferrovias e novas pontes que ajudarão no escoamento da nossa produção. Além disso, cria dificuldades e problemas para as atividades de extração mineral e florestal”, avaliou.
Vice-presidente da Fiemt e o Cipem, o empresário Rafael Mason, destacou que o projeto prejudica também o setor industrial e consequentemente o desenvolvimento de outras regiões do estado. “Esse projeto impacta diretamente nas áreas de manejo florestal sustentável, onde já existem quatro milhões de hectares de floresta. A proposta pode ainda travar várias regiões do estado e impedir o desenvolvimento socioeconômico dos municípios”, afirmou.
Presidente da ALMT, deputado Max Russi, recebeu o documento, concordou que o projeto precisa ser revisto e colocou o parlamento à disposição para discutir o tema. “É uma pauta que tem que ser debatida, não será aprovada da forma que está, até porque e prejudica grande parte do setor produtivo. Nessa legislatura contamos com muitos deputados que defendem este segmento e reconhecemos a importância deste para o Estado. Estamos aqui para ajudar no que for preciso para que este projeto seja aprovado da melhor forma”, defendeu.
Segundo o Sindicato Rural de Sinop os produtores e lideranças da região afirmam que o zoneamento socioeconômico ecológico de Mato Grosso ignora a expansão das fronteiras agropecuárias e os investimentos no uso da tecnologia que, respeitando as leis vigentes, promoveram desenvolvimento, com geração de emprego e renda para a população. De acordo com o presidente da entidade, Ilson Redivo, a proposta inibe a produção de 340 mil hectares, fazendo que com as propriedades inseridas na área deixe de produzir.
“Com essa proposta, o governo está engessando ainda mais a nossa região. Criando separação de classes entre os produtores. E não afeta somente o produtor, mas toda sociedade. Pois, uma região como a nossa, quando tem sua base econômica afetada cria uma reação em cadeia, afetando também o comércio e a indústria. Por isso faço um chamamento a todos para participarem e juntos vamos construir uma proposta viável para todos”.
Agrolink.com.br