Justiça
MPF aciona a Justiça para evitar extinção de mais de 300 cargos em universidades e institutos federais no Pará
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O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou ação civil pública nesta quarta-feira (7) com pedido à Justiça para que sejam suspensas as extinções de cargos na Universidade Federal do Pará (UFPA), no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA) e na Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), ocorridas no último dia 31 por meio do Decreto Presidencial 9.725/2019.
O decreto extinguiu cargos em comissão e funções de confiança nas instituições federais de educação, impôs a extinção de 374 cargos e funções na UFPA, 79 cargos e funções no IFPA e 21 cargos e funções na UFRA.
Segundo o procurador regional dos Direitos do Cidadão no Pará, Paulo Roberto Sampaio Anchieta Santiago, o decreto tem dispositivos absolutamente inconstitucionais e ilegais e efeitos nocivos concretos para a continuidade da gestão administrativa das universidades e institutos federais.
A ação do MPF no Pará cita decisões favoráveis a pedidos idênticos feitos pelo MPF em outros estados, como no Rio Grande do Sul e em Pernambuco.
Para o MPF, a extinção de cargos e funções pretendida pelo decreto viola a própria disposição do artigo constitucional no qual se baseou, uma vez que os efeitos do decreto direcionam-se a cargos ocupados e o dispositivo constitucional indica que o decreto presidencial somente pode ser editado para extinguir cargos apenas quando estejam vagos.
A ação aborda ainda a desproporção da medida, tendo em vista que os efeitos do decreto resultariam em uma economia ínfima, de 0,0037%, 0,0797% e 0,0755% do valor anual do orçamento da UFRA, IFPA e UFPA, respectivamente. Se comparada aos efeitos prejudiciais decorrentes na administração das universidades e institutos federais, essa economia se mostra violadora da proporcionalidade e da razoabilidade, ressalta o MPF.