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Mato Grosso

Motoristas de aplicativo cogitam parar: “É inviável trabalhar”


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Com a alta no preço do combustível, motoristas de aplicativo de Cuiabá já notaram uma queda drástica no valor dos ganhos diários. Em postos da Capital, já há álcool sendo vendido por R$ 4,19 e a gasolina a R$ 5,69. Para os trabalhadores, a profissão se tornou inviável.

O vice-presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativo de Mato Grosso, Kleber Campos, contou ao MidiaNews que em uma viagem no valor de R$ 8 os profissionais chegam a receber menos de R$ 3.

De acordo com ele, os aplicativos cobram uma taxa de R$ 0,93 por quilômetro rodado. O percentual é o mesmo desde de 2016, mas, por conta da crise financeira enfrentada pelo Brasil, os gastos dos motoristas ficaram cada vez maiores.

“Quando o álcool estava R$ 3,79 já terminávamos o mês no prejuízo. Trabalhando muito, de forma incansável e desgastando nossa saúde para ganhar dois salários mínimos no máximo. São até 15 horas de trabalho seguidas. É desumano. Hoje, com o combustível nesse preço, pode esquecer… Piorou muito mais nossa situação. Não temos mais como trabalhar”.

“Piorou muito mais nossa situação. Não temos mais como trabalhar!”

Kleber, que é motorista desde 2017, explicou que os aplicativos criaram modalidades para oferecer descontos aos usuários, fator que causa ainda mais prejuízo após o desconto das taxas cobradas dos motoristas.

A categoria pretende se reunir com deputados estaduais e com o Governo do Estado para dialogar sobre a alta do combustível.

Para Kleber, se a situação continuar como está, a profissão de motorista de aplicativo será extinta.

“Se isso acontecer, vão ser 5 mil motoristas que vão parar. Fora as pessoas que atuam indiretamente, como lava-jatos e oficinas”.

Os trabalhadores ainda cogitam uma paralisação por conta do preço. Nas redes sociais, viralizaram vídeos de motoristas mostrando os problemas enfrentados por conta dos atuais aumentos.

“Não dá para trabalhar tirando dinheiro do próprio bolso, porque hoje estamos nessa situação. Temos parceiros que já passam necessidades, organizamos ações e eventos para ajudar. É desumano”, completou.

 

Midianews

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