Moradores reivindicam melhorias em ramal e fecham rodovia no interior do Acre por quase 4 horas

A via ficou fechada de 6h até as 9h37 desta terça. Os moradores alegam que a Prefeitura prometeu recuperar o ramal ainda nesta quinta-feira (18), mas resolveram fechar a via para pressionar e dizem que só devem abrir o acesso quando as máquinas forem colocadas na comunidade.

“Vamos sair só quando a polícia chegar, porque chega um e diz que vai arrumar o ramal, mas quando chove fica tudo alagado, ninguém pode sair ou entrar. A gente só vai sair daqui na marra, com a polícia ou se as máquinas chegarem para arrumar”, diz Francisca Borges, que estava no movimento.

Arliane Gomes, que também estava à frente do protesto, diz que os moradores do ramal estão cansados de promessas e que é humilhante passar por essa situação.

“O nosso ramal está abandonado desde o verão e prometeram que iam ajeitar no inverno, então cumpram o que prometeram, porque a população está exausta de tanta mentira, porque ninguém é obrigado a se submeter a essa humilhação”, desabafa.

A manifestante diz que são 4,5 km de ramal que a prefeitura não consegue recuperar. Ela afirma ainda que foi feita a terraplanagem, mas o serviço ficou pela metade. “Não tem nenhuma camada vegetal. Só mandou raspar [a terra] e abandonou. A gente quer uma nova terraplanagem, aterro e camada vegetal. Ali dentro moram seres humanos, não animal bruto”, pontua.

A Prefeitura da cidade tem um acordo com os moradores para recuperar a via ainda esta semana. O secretário de obras, Ilson Lourenço, disse que os trabalhos devem ser feito e destacou ainda que o solo do município colabora para que a recuperação seja lenta.

“Foi feita a abertura daqui, a conservação suficiente para abastecimento de água e ficou para irmos no verão colocar a camada vegetal, mas o verão terminou abruptamente e nosso solo não colabora. Mas, o trabalho já foi feito e está faltando só a camada vegetal. Ninguém deixou eles de lado, no isolamento, até porque foram os primeiros a receberem manutenção no ramal”, rebate.

A Variante é a estrada que liga Cruzeiro do Sul a Rio Branco e também Rodrigues Alves. Ela também é bastante usada para escoamento de produção de verduras e frutas. Por isso, logo pela manhã, filas de carros, nos dois sentidos, da via se formaram. Eram cerca de 5 km de congestionamento.

Alguns motoristas, como Cleudo Santana, que tinha que está em Rio Branco ainda na tarde desta terça, ficou revoltado com o protesto.

“Não estou dizendo que eles não têm direito, eles têm, mas não podem impedir meu direito de ir e vir. Está atrapalhando outras pessoas, que tentam passar aqui com caminhões de frutas e verduras, que, com certeza, vão estragar. Aqui não incomoda prefeito e nem governo, só o trabalhador, o povo que precisa cumprir compromisso e bater ponto”, reclama.

João Pedrosa também levantou cedo para ir até os mercados comprar farinha, mas ficou no meio do caminho. Às 6h a barreira já estava montada. “O jeito é voltar para casa, porque eu acho que não vai resolver”, retruca.

Assim como Átila Oliveira, que tentava ir trabalhar, mas preferiu voltar para casa. “É o direito deles, tem que respeitar”, diz.

A via foi liberada após a prefeitura assinar termo com os moradores.