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Moradores fizeram alerta sobre ameaça e risco 2 meses antes de suposto confronto com um morto e 9 feridos em Colniza (MT)


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Quase dois meses antes do suposto confronto que deixou uma pessoa morta e duas feridas, na Fazenda Agropecuária Bauru (Magali), em Colniza, a 1.065 km de Cuiabá, no sábado (5), a Associação dos Pequenos e Médios Agricultores de Taquaruçu do Norte, distrito onde ocorreu a chacina que matou nove trabalhadores rurais em 2017, fez um alerta sobre risco de novo massacre na região.

Em ofício protocolado na Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária em Mato Grosso (Incra), no dia 22 de novembro do ano passado, a entidade expôs os problemas que afligem os moradores, citou a chacina e as medidas anunciadas à época para melhorar a segurança e pediu que providências urgentes fossem tomadas.

Os produtores rurais dizem que, com a repercussão da chacina, em 2017, se reuniram com representantes do Incra, do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), ONU e outras autoridades de representatividades sociais, políticos e membros do Judiciário.

“Na ocasião foi assegurado que o Incra e outros órgãos competentes iria intervir na região e consolidar o assentamento, promovendo a justa distribuição de terras a quem de direito, porém, após quase dois anos e pouco foi feito”, diz trecho do documento.

Além disso, os moradores reclamam que apenas parte dos acusados da chacina e mandantes do crime foram presos e que novamente os agricultores e trabalhadores rurais da gleba estão sendo ameaçados e na iminência de sofrerem um novo massacre.

Com isso, a entidade solicitou ao Incra providências em caráter de urgência urgentíssima em razão da situação das estradas. “Como é sabido, nessa época do ano as chuvas na região são torrenciais, as estradas ficam intransitáveis e sem estradas os agricultores ficam isolados, fragilizados e vulneráveis”, argumenta.

Marcas de tiro em carro onde ocorreu suposto confronto em fazenda em Colniza — Foto: Arquivo pessoal

Marcas de tiro em carro onde ocorreu suposto confronto em fazenda em Colniza — Foto: Arquivo pessoal

Suposto confronto

Após o suposto confronto, os nove baleados foram socorridos e encaminhados ao hospital de Colniza e quatro já tiveram alta. Além dos feridos, uma pessoa morreu. Elizeu Queres de Jesus, 38 anos, foi atingido por vários disparos de arma de fogo e morreu antes de ser socorrido.

Quatro seguranças da fazenda foram presos no domingo (6), mas conseguiram uma decisão judicial favorável e foram liberados nesta segunda-feira (7).

Conforme a polícia, há indícios de que os posseiros não estavam armados, pois só foram encontradas cápsulas de armas de mesmo calibre dos seguranças da propriedade rural.

Foram apreendidas quatro armas de fogo, sendo uma espingarda calibre 12, duas pistolas 380, e um revólver, calibre 38.

Chacina matou 9 trabalhadores na gleba Taquarucú do Norte, em Colniza, em abril de 2017 — Foto: Reprodução/TVCA

Chacina matou 9 trabalhadores na gleba Taquarucú do Norte, em Colniza, em abril de 2017 — Foto: Reprodução/TVCA

Chacina de Colniza

O crime ganhou repercussão e ficou conhecido como a “Chacina de Colniza”, mas, apesar da comoção causada e das ações das autoridades para desvendar o crime e aumentar a segurança na região à época, o empresário acusado de ser o mandante do massacre ainda não foi preso.

Empresário do ramo madeireiro, Valdelir João de Souza, o Polaco Marceneiro, como é mais conhecido, teve a prisão decretada em maio de 2017. A defesa dele disse que ele não se entregou até hoje por considerar sua prisão “totalmente desproporcional e injusta”.

A conclusão do Ministério Público Estadual (MPE) é de que ele mandou matar os moradores da região porque estava interessado na exploração ilegal de madeira na região.

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