Polícia
Modelo morta após procedimento estético teria sido operada dentro de apartamento na Barra
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Amigos e familiares acompanharam na tarde desta segunda-feira, o enterro de Mayara Silva dos Santos, de 24 anos, no Cemitério de Inhaúma, Zona Norte do Rio. A jovem chegou morta a uma unidade da UPA na Barra da Tijuca após ser submetida a um procedimento estético. Abalados, familiares não quiseram se pronunciar, mas pessoas ligadas a família contaram detalhes importantes deste caso, que segue com pontas soltas. A jovem teria sido operada dentro de um apartamento na Zona Oeste do Rio, e família sequer sabia do procedimento.
Pessoas ligadas à modelo contaram que, nos últimos nove meses, ela estava morando na Europa, onde mantinha um relacionamento com um homem dinamarquês. Ela voltou ao Rio há cerca de um mês e ele viria depois, em outubro. Ainda segundo informações, os dois planejavam se casar.
Na sexta-feira, Mayara dos Santos foi socorrida por uma equipe do SAMU e levada de ambulância a uma unidade da UPA, próxima ao Hospital Lourenço Jorge, na Barra, onde chegou sem vida. A família ainda não sabe onde ela estava no momento do socorro, mas amigos contaram que a UPA informou que a jovem teve duas paradas cardiorrespiratórias ainda na ambulância. Uma pessoa que não quis se identificar contou que a família só descobriu que Mayara havia feito um procedimento nas nádegas quando chegou ao Instituto Médico Legal (IML):
— Ainda não sabemos exatamente qual foi a causa da morte, mas no IML relataram que estava saindo muita secreção das nádegas dela. Foi assim que soubemos que ela havia feito um procedimento estético — contou.
O que a família diz às pessoas próximas é que Mayara tinha um procedimento estético marcado em um hospital para a próxima terça-feira, mas não era o mesmo realizado nas nádegas. A modelo colocaria silicone e faria uma rinoplastia. Eles não sabiam que Mayara faria o procedimento, tampouco sabem ao certo onde foi feita a cirurgia que a teria levado à morte. O que se sabe é que, de acordo com fontes que não quiseram se identificar durante o enterro, uma amiga que indicou o local para a jovem revelou à família que a cirurgia plástica aconteceu dentro de um apartamento na Barra da Tijuca, assim como no caso da bancária Lilian Calixto, de 46 anos, morta durante procedimento com Denis Furtado, conhecido como “Doutor Bumbum”, na última semana.
A amiga, não identificada, não compareceu ao enterro e, de acordo com informações, não está respondendo a tentativas de contato.
O caso de Mayara está com a 16ªDP (Barra da Tijuca), que investiga a morte da jovem. De acordo com primeiras informações, a polícia acredita que ela tenha feito intervenções nos glúteos e nas coxas, além de ter retirado gordura do abdômen.
Delegacia também investiga Doutor Bumbum
Na última semana, um outro caso ganhou repercussão mundial. O médico Denis Cesar Barros Furtado, conhecido como “Doutor Bumbum”, foi preso acusado pela morte da bancária Lilian Calixto, de 46 anos. O caso também foi registrado na 16ª DP, onde é investigado.
O médico está preso desde a última quinta-feira, acusado de realizar o procedimento que causou a morte da bancária. O GLOBO localizou uma paciente de 27 anos, que pediu anonimato. Ela conta que ficou traumatizada e precisou procurar um psiquiatra depois de três consultas no apartamento do médico, na Barra da Tijuca. Em uma delas, ele teria afirmado que a paciente iria desenvolver um câncer.
A jovem afirmou ter recebido de Denis receitas de mais de 20 medicamentos, todos fabricados pelo laboratório Essencial Farmácia de Manipulação, do qual ele seria sócio, segundo ela. Na primeira consulta, o médico submeteu-a a um tratamento conhecido como Termografia, que usa raios infravermelhos para medir a temperatura de cada região do corpo. O segundo método foi o ES Complex, que analisa, através de luz, ondas vasculares e a variação da frequência cardíaca do paciente para, no fim, avaliar o sistema nervoso. Ao encerrar o exame, Denis decretou que a jovem desenvolveria câncer no esôfago.
Segundo Nelson Nahon, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), os tratamentos que Denis aplicou não têm comprovação científica.