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Modelo brasileira com síndrome de Down é capa de revista australiana


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A modelo brasileira Georgia Furlan Traebert foi capa na edição do mês de julho de uma revista na Austrália. Essa é a conquista mais recente da catarinense de 15 anos que tem síndrome de Down e já foi finalista de um concurso de influenciadores digitais na Europa.

A adolescente, que já tem mais de 131 mil seguidores no Instagram, foi capa da recém-lançada revista “Katwalk Kids Fashion Magazine”, que promove a inclusão e a diversidade na indústria da moda infantil. 

“Fiquei feliz e muito honrada com esse convite para ser capa da revista. Adorei o resultado final. Fez muito sucesso na escola”, afirmou Georgia ao G1.

Rubia, mãe de Georgia e administradora de suas redes sociais, conta que a revista achou que a história da filha dela poderia ser inspiradora e ajudar outras pessoas a entender que elas podem fazer o que elas quiserem.

‘Quero fazer uma novela’

Georgia, que está no nono ano, é uma adolescente falante e desenvolta.

“Desde pequena, gosto de ser fotografada, gosto de roupa chique e fashion. Adoro maquiagem. Também gosto muito do mundo artístico, de cantar, de atuar”, disse a adolescente, que recentemente se mudou para Florianópolis, em Santa Catarina.

Muito ativa, além de ir à escola, ela fez aula de patinação artística, canto e teatro. Georgia também já participou de duas peças. E pretende ir mais longe: quer ser atriz profissional.

“Quero fazer uma novela aqui no Brasil e uma capa de revista aqui também. Só estou esperando o convite”, afirmou.

A mãe conta que “ela adora o palco”. “Ela fica super tranquila. Eu é que tenho que segurá-la”.

“Minha mãe é que fica nervosa”, interrompe Georgia, dando risada da mãe.

Por acaso

Rubia, que chegou a ser finalista do Miss Mundo Santa Catarina, conta que a carreira de Georgia começou por acaso, em 2012, depois que ela que postou fotos nas redes sociais.

“Observei que tudo o que ela fazia ela fazia muito bem feito. Sentia que ela ficava muito bem na frente das câmeras. Até, então, via várias pessoas com síndrome de Down em subempregos e me perguntava: ‘Por que não uma modelo com Down?’ ”

Aos poucos, as postagens com mensagens motivacionais foram atraindo seguidores mesmo fora do país, com perfis bem variados. “Tem um público que tem síndrome de Down ou de familiares, mas tem muita gente de fora e modelos que gostam do trabalho dela”, conta a mãe.

Em 2015, Georgia participou de um desfile e foi contratada por cinco agências de modelos. A adolescente já deu entrevistas para os tabloides britânicos “The Sun” e “Daily Mail”. “É incrível como as matérias com ela foram bem na internet”, conta mãe.

Em maio deste ano, Georgia foi finalista do prêmio Global Social Awards, que reuniu influencers de todo o mundo em Praga, na República Tcheca. Na categoria “Rising Star” em que ela concorreu, ela era a única brasileira.

Embora não tenha levado o prêmio, ela se mostrou encantada com a experiência. Ela encontrou Madeline Stuart, uma modelo australiana que também tem síndrome de Down e concorria em uma outra categoria.

“Adorei [participar do evento]. Foi uma experiência incrível. As pessoas quiseram tirar foto comigo, pediram autógrafos no aeroporto, até no avião.”

‘Amo a minha vida’

Rubia conta que engravidou em Boston (EUA) e veio para Florianópolis para que uma cunhada fizesse o parto. “Ela já nasceu linda, maravilhosa, perfeita! Era muito delicada. Era nossa primeira filha. Meu marido e eu não notamos nada de diferente nela”, conta Rubia.

Na hora do parto, que foi à noite, a equipe não mencionou a suspeita. Apenas no dia seguinte, a pediatra falou que a Georgia tinha algumas características que poderiam indicar a síndrome de Down.

“Ainda não tinha 100% de certeza e ela ainda teria passar por um exame chamado cariótipo. Mas nosso mundo desabou naquele momento, porque tudo o que é desconhecido, nos causa medo. Não sabíamos como lidar com a situação”, lembra a mãe.

Rubia conta que o apoio do pai foi fundamental logo após a descoberta.

“Depois que passou o susto, meu marido me abraçou e falou que não importava o que ela tinha, que ela era fruto no nosso amor e que íamos lutar juntos. Acredito que essas palavras foram definitivas naquele momento para nos reerguermos e lutarmos pela nossa filha”, afirmou Rubia.

Os exames mostraram ainda que Georgia tinha uma cardiopatia e precisaria passar por uma cirurgia. Aos cinco meses, ela foi operada e depois disso “tudo fluiu”, segundo a mãe.

Rubia, que é jornalista de formação, decidiu parar de trabalhar para se dedicar exclusivamente aos cuidados com a filha.

“O maior estímulo da Georgia foi em casa. Eu que fazia praticamente tudo com ela. Cantava, dançava, pulava, rolava e foi tudo dando muito certo! E fomos escrevendo nossa própria história, uma história feliz!”.

Rubia fala muito orgulhosa do retorno que recebe com o trabalho da filha.

“Cada vez mais, vejo que o nosso esforço está valendo a pena. A Georgia é hoje conhecida mundialmente e muitas mães falam que ela é inspiração para suas filhas. Isso nos orgulha muito.”

A adolescente reconhece o apoio que recebe dentro e fora de casa. “Meus amigos são muito queridos, são carinhosos, adoro esse lado fofo deles. Eu me inspiro na minha mãe porque ela já foi miss. Amo a minha mãe. Amo a minha vida”.

Quando perguntada se gostaria de deixar uma mensagem para os internautas, Georgia não tem dúvidas: “Lutem pelos seus sonhos para vocês serem felizes”.

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