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Mitos e fatos sobre problemas bucais na gravidez


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Há quem diga que a gravidez favorece o desenvolvimento de problemas bucais. Definitivamente, isso é um mito, segundo a Dra. Kamila Godoy, dentista, membro da Associação Brasileira de Ortodontia, da World Federation of Orthodontists e pesquisadora da Faculdade de Odontologia da USP.

“A verdade é que a saúde bucal das gestantes, em geral, necessita dos mesmos cuidados básicos que a de qualquer outra mulher: limpeza diária com uso adequado de escova e fio dental. Os exames pré-natais devem, inclusive, ter um check-up odontológico, pois um problema simples pode se agravar ao longo dos meses, atrapalhando os momentos finais da gravidez”, afirma a especialista.

Segundo ela, o granuloma piogênico, caracterizado por úlceras na região dos lábios, língua, bochechas e palato, já foi uma lesão associada à gravidez. “Porém, trata-se de uma patologia que acomete apenas 5% das gestantes e pode ocorrer também em mulheres que não estejam grávidas. Por isso, muitas das doenças periodontais que aparecem durante a gestação são causadas pela simples falta de higienização adequada e mudança de hábitos alimentares para suprir a formação do feto”.

Para Kamila Godoy, o período ideal para que as gestantes façam qualquer tipo de tratamento odontológico é durante o segundo trimestre da gravidez. “Isso porque os primeiros três meses são marcados por enjoos e indisposição, enquanto os três últimos registram aumento da frequência urinária, inchaço corporal, dor nas costas e desconforto na posição ‘deitada’, exigida pela cadeira do dentista”.

Para as mulheres que estão em tratamento ortodôntico, a gestação não exige nenhum tipo de cuidado especial em relação ao aparelho, que também não prejudica em nada a formação saudável do feto. “A gestante deve apenas reforçar os cuidados com a higienização, uma vez que os aparelhos ortodônticos favorecem o acúmulo de resíduos da alimentação, o que facilita o desenvolvimento de placa bacteriana, infecções gengivais e cáries”.

Por fim, a dentista Kamila Godoy destaca que, caso necessite passar por uma extração ou tratamento mais invasivo, o anestésico local pode ser utilizado sem riscos na gestante. “O profissional deve estar ciente da gravidez da paciente para, assim, escolher qual a dose e o tipo de anestesia mais apropriados para cada caso”.

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