Agronegócios
Milho: Semana começa com cotações desvalorizadas na Bolsa de Chicago
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A segunda-feira (19) começa com quedas nos preços internacionais do milho futuro na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registravam desvalorizações entre 5,25 e 6,50 pontos por volta das 09h14 (horário de Brasília).
O vencimento setembro/19 era cotado à US$ 3,64 com queda de 6,50 pontos, o dezembro/19 valia US$ 3,74 com baixa de 6,25 pontos, o março/20 era negociado por US$ 3,87 com desvalorização de 5,50 pontos e o maio/20 tinha valor de US$ 3,94 com perda de 5,25 pontos.
Segundo informações da Farm Futures, os preços do milho são mais baixos, deixando o mês de dezembro como um dia em que ele tenta se manter acima dos valores mais baixos registrados na última semana.
“O relatório de baixa do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de uma semana atrás continua a reduzir o sentimento, apesar da constante incerteza sobre o desenvolvimento das culturas e a produção potencial”, aponta o analista de grãos Bryce Knorr.
Em nota, o Grupo Labhoro, aponta que o clima nas regiões produtoras americanas também influência neste início de semana com cotações mais baixas em Chicago.
“Boas chuvas caíram durante o final de semana nas planícies norte, desde as Dakotas, passando por Nebraska e leste do Corn Belt, cobrindo áreas mais carentes de Ohio, Indiana e Illinois. As previsões para as próximas 36 horas mostram bom potencial de chuvas para os estados do Delta, variando entre 12,5 mm e 50 mm, o que certamente trará impacto sobre o potencial produtivo”, diz Ginaldo Sousa, diretor geral do Grupo Labhoro.
Confira como fechou o mercado na última sexta-feira:
Milho: Cotações sobem 3% nesta sexta-feira, mas acumulam queda de mais de 9% na semana
A semana acaba com valorização para os preços internacionais do milho futuro na Bolsa de Chicago (CBOT) nesta sexta-feira (16). As principais cotações registraram altas entre 8,75 e 10,25 pontos.
O vencimento setembro/19 foi cotado à US$ 3,71 com alta de 10,25 pontos, o dezembro/19 valeu US$ 3,80 com valorização de 9,75 pontos, o março/20 foi negociado por US$ 3,92 com ganho de 9,25 pontos e o maio/20 teve valor de US$ 4,00 com elevação de 8,75 pontos.
Esses índices representaram ganhos, com relação ao fechamento da última quinta-feira, de 3,06% para o setembro/19, 2,43% no dezembro/19, 2,35% para o março/20 e 2,30% para o maio/19.
Apesar dessa alta, as valorizações não foram suficientes para compensar as enormes quedas registradas na segunda, terça e quarta-feira. Com relação ao fechamento da última sexta-feira (09), os futuros do milho registraram desvalorizações de 9,51% no contrato setembro/19, queda de 8,87% no dezembro/19, baixa de 8,41% no março/20 e 7,83% no maio/20 na comparação dos últimos sete dias.
Segundo o analista de mercado do Blog Price Group, Jack Scoville, o. milho foi um pouco maior no comércio de consolidação.
“Os futuros viram uma venda significativa de fundos e especuladores em resposta aos relatórios do USDA divulgados na segunda-feira e os futuros agora retribuíram quaisquer ganhos relacionados ao clima observados no mercado desde o início da estação de crescimento”, diz Scoville.
Na última segunda-feira (12), o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos elevou as estimativas de produção e produtividade das lavouras de milho americanas, mesmo com todo o mercado aguardando por reduções nestes índices.
“A colheita continua muito atrasada e as estimativas de produção feitas pelo USDA podem estar sujeitas a revisões significativas, dependendo do clima durante a colheita. Os preços podem se tornar mais estáveis, mas não há nenhuma razão real para esperar uma grande alta por enquanto”, complementa o analista.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta sexta-feira, o sócio-diretor de consultoria da Cogo Inteligência em Agronegócio, Carlos Cogo, afirmou que considera essa retomada nas valorizações para o milho como um movimento natural.
“Se considerarmos do pico de preços em junho até agora, as cotações perderam quase 18% em dólar, mas assim como pode ter havido um exagero naquela alta, sem dúvidas houve um super exagero nessa baixa recente. O mercado log em seguida se deu conta de que aquele número (apontado pelo USDA na segunda-feira) estava fora da realidade”, diz Cogo.
Mercado Interno
No mercado físico brasileiro, a sexta-feira registrou cotações permanecendo sem movimentações, em sua maioria. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, a única desvalorização registrada aconteceu em Brasília/DF (8,62% e preço de R$ 26,50).
Já as valorizações foram percebidas apenas nas praças de Tangará da Serra/MT (2,00% e preço de R$ 25,50) e Campo Novo do Parecis (2,08% e preço de R$ 24,50).
A Radar Investimentos divulgou boletim apontando que “volatilidade é a palavra que define melhor a dinâmica das cotações do milho na B3 e na CBOT nesta semana. Já no mercado físico, no Centro-Sul mesmo com a colheita no MT praticamente finalizada, a oferta tem surgido de forma tímida”.
Para Carlos Cogo, a intensa movimentação na Bolsa de Chicago mudou a formação de preços no Brasil logo após a divulgação do relatório, mas a dinâmica já começa a voltar ao normal.
“O mercado praticamente paralisou assustado. As trades não queriam compra mais e o produtor da mesma forma não queria vender mais sabendo que o mercado estava altista e virou baixista de repente. Agora o câmbio já está segurando a pressão de baixa e o volume de exportação está impressionante, hoje quem está abastecendo o mercado global é o Brasil e a Argentina em volumes enormes”, aponta Cogo.