Saúde
Meu filho não come! Como incluir legumes e vegetais nas refeições?
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A alimentação infantil pode ser um problema para muitos pais. Afinal, seus filhos costumam dar trabalho no momento das refeições, recusando-se a comer ou desprezando legumes, frutas e vegetais. Um estudo recente, no entanto, traz luz a esses responsáveis. Os pesquisadores sugerem o uso de pratos estilizados, daqueles com imagens dos alimentos em cada compartimento, para estimular os pequenos.
Alimentação infantil: o que não pode faltar
Para chegar a essa conclusão, pesquisadores da Universidade da Califórnia (EUA) mediram a quantidade de frutas e vegetais consumidos por 235 crianças de três a cinco anos. Durante o experimento, em uma pré-escola local, a comida preparada era colocada em uma mesa, para que elas próprias se servissem.
Mais legumes e vegetais
Na primeira parte do estudo, foram disponibilizados apenas pratos brancos simples para a refeição. No entanto, quatro semanas depois, as crianças receberam pratos com os compartimentos estilizados com imagens de frutas e vegetais. Em ambas as refeições, foi servido o mesmo cardápio.
Ao comparar as quantidades dos alimentos consumidas nas duas oportunidades, os pesquisadores descobriram que as crianças comeram mais. No geral, foi uma média 13,82 gramas extras quando usavam a versão estilizada do prato.
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Emily M. Melnick, uma das autoras da experiência, explicou que, apesar de este não ser um estudo de grande porte, trata-se de uma intervenção fácil para os pais reproduzirem em casa. “Mesmo que faça uma diferença pequena, pode ser algo útil para incluir na rotina”, disse. O trabalho foi publicado no periódico JAMA Pediatrics.
Truques para fazer seu filho comer melhor
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda aos adultos o consumo mínimo de 400 gramas de frutas e vegetais por dia. Isso ajuda na prevenção de doenças crônicas, como cardiopatias, câncer, diabetes tipo 2 e obesidade.
Já no caso das crianças, a nutricionista Danielle Andrade, especialista em Nutrição Materno Infantil, explica que não existe uma quantidade exata recomendada, pois cada uma apresenta uma necessidade específica conforme a faixa etária.
“A criança come quando e enquanto tiver fome, pois automaticamente para de se alimentar quando fica saciada”, afirma a especialista. “Logo, os cuidadores devem determinar a qualidade do alimento oferecido – a quantidade fica por conta da criança.”
De qualquer forma, pensando no número de refeições e ofertas ao dia, a nutricionista avalia que seria interessante incluir ao menos uma opção de fruta, legume e/ou verdura. A ideia é que eles próprios possam escolher e determinar o quanto querem consumir desses itens.
Veja 5 dicas para oferecer frutas e legumes
- Não rotule ou julgue: rotular uma criança com uma característica faz com que esta se torne dominante e todas as outras fiquem em segundo plano. Ou seja, não fale nem repita que seu filho é difícil para comer, pois ele pode acreditar nisso. Prefira expressões positivas, reconhecendo os esforços do pequeno.
- Foque no progresso e reduza as expectativas: fique feliz com cada novo passo dado, pois se adultos não gostam de tudo, a criança também não é obrigada! Uma relação positiva com os alimentos, dentro de um ambiente de refeição prazeroso, é o que poderá fazer a diferença na vida de seu filho e da família para sempre!
- Respeite e valorize o conforto da criança ao comer: preste atenção aos alimentos que seu filho gosta ou não e cheque se existem características em comum, como textura, temperatura, sabor, cor e cheiro, entre outros. Feito isso, o próximo passo é oferecer itens baseados em tais preferências.
- Substitua a palavra ‘experimenta’ por uma série de pequenos passos: que cheiro tem? Quer pegar? Quantas cores têm? O que lembra isso? Torne a situação confortável e divertida, pois chantagem ou castigo não devem fazer parte da rotina alimentar da criança.
- Envolva seu filho na refeição: planeje o cardápio e preparem uma receita juntos, além de ter refeições em família e livre de distrações. Também coloque os alimentos em travessas à mesa, peça ajuda para se servir e deixe a criança se servir sozinha – sempre com a atenção e ajuda necessários.