Economia
Mesmo com liminar, caminhões carregados com insumos não chegam às granjas
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Mesmo com a liminar concedida pela justiça, obtida pela Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), para a liberação de caminhões carregados com insumos que compõe a ração animal (farelo de soja e milho) e até mesmo caminhões carregados com animais vivos, informa que estes caminhões continuam parados nos bloqueios causados pela paralisação da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CTNA) e Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de Mato Grosso.
Com o descumprimento da liminar, a associação buscou outra forma para a liberação destes caminhões e em parceria com o Governo do Estado e outras associações criou um selo para transporte emergencial de rações e animais vivos “Este selos serão fixados nos caminhões que transportam animais vivos, carnes e insumos para as granjas. Deste modo os motoristas poderão se identificar para obter liberação na estrada e assim seguir viagem e passar pelos bloqueios. Orientamos aos suinocultores que procurem as autoridades presentes nestes bloqueios e que apresentem o selo e a liminar para que consigam passar e seguir aos seus destinos”, revela o presidente da Acrismat, Raulino Teixeira.
A Acrismat na última semana entrou com ação ordinária para liberação do trânsito dos veículos que estejam trafegando pelas Rodovias Federais que cortam Mato Grosso, transportando farelo de soja, milho ou outros nutrientes com destino às granjas de propriedade dos suinocultores da associação. Na última quinta-feira (24) o juiz Federal da 1ª Vara de Mato Grosso, Ciro José de Andrade Arapiraca atendeu ao pedido e estipulou multa diária aos organizadores da paralisação dos caminhoneiros.
Raulino Teixeira informou que a associação é a favor da paralisação dos caminhoneiros, que atinge todo o país desde a última segunda (21), respeita as reivindicações, mas ressalta que a maneira que está sendo conduzida acaba prejudicando vários setores produtivos e a saúde dos animais.
“A paralisação nas rodovias já provoca sérios problemas de alimentação de aves e suínos confinados nas granjas, que estão abarrotadas de animais. Não há milho e farelo de soja para a produção da ração, e não é possível o transporte do alimento até às propriedades. Entre as graves consequências da severa restrição alimentar estão o canibalismo, a falta de desenvolvimento dos animais e a mortalidade. A desnutrição dos animais alojados afeta diretamente o bem-estar animal e coloca em risco a saúde dos animais, já que sem nutrição a imunidade cai”, afirma Raulino.
A Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) que representa 20 mil suinocultores do país, divulgou por meio de nota seu posicionamento. Em um trecho da nota, a ABCS informa os prejuízos causados pela paralisação, “O impacto causado pela greve já atinge 20 milhões de suínos, que não estão recebendo alimentação suficiente. Há 167 plantas frigorificas de aves e suínos paradas e mais de 234 mil trabalhadores estão com atividades suspensas. A liberação das estradas se faz necessária para evitar maiores problemas com abastecimento, danos ao meio ambiente e à saúde pública e ainda que milhões de animais continuem morrendo, o que pode gerar o fechamento de granjas, agroindústrias e cooperativas”.
Números da Suinocultura
Mato Grosso é o 5º maior Estado produtor do país de carne suína, com um plantel de 2,5 milhões de matrizes e cerca de 2,8 milhões de abates por ano. A suinocultura gera aproximadamente 10 mil empregos diretos.