Cacoal
Mercado do Café de Cacoal e outros 14 municípios é fortalecido com criação da Caferon
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A prefeita Glaucione recepcionou os prefeitos dos outros municípios, que fazem parte da região da Indicação Geográfica da região do Café ‘Matas de Rondônia’
Uma noite de histórias, de pioneiros que há mais de 40 anos escolheram Rondônia para começar a cultivar o grão que transformaria completamente a vida e a própria qualidade do café. Nesta época Juan Travain ainda nem havia nascido. O jovem empreendedor e produtor rural, agora assume a Caferon, Cafeicultores Associados da Região Matas de Rondônia. O lançamento da associação foi feito no Cacoal Selva Park, numa noite festiva.
“Cafés especiais são feitos por pessoas especiais”. Parafraseando a prefeita Glaucione, uma das incentivadoras da cultura do café, o presidente da entidade mostrou entusiasmo e pediu a parceria de todos para fortalecer o café da região – dos tipos Conilon e Robusta – e elevar o nome de Cacoal e de Rondônia em busca do aumento da produção e qualidade do grão.
O vice-presidente Leandro Dias, cafeicultor empossado ao lado da diretoria do órgão, lembrou da época em que o café do estado era colhido estragado, com a falta de tecnologia para cultivo e secagem, na época de baixa em que não se acreditava na revitalização da cafeicultura. “Hoje estou impressionado com o que está acontecendo com o café. Parabéns a prefeita Glaucione pela iniciativa pioneira de incentivo à retomada da cafeicultura, bem como aos técnicos da Emater e Embrapa pelo trabalho de pesquisa, além do Concafé, que tem ajudado a melhorar a qualidade do grão, e as tecnologias de irrigação e secagem. Todo o processo do café tem melhorado”, analisou.
Pioneiro do café, Ezequias Pereira Leal, começou a cultivar ?há 43 anos em Cacoal. Conhecido popularmente como ‘Tuta Café’ é um dos entusiastas da cafeicultura. “Uma vez produtor de café, da indústria, ou exportador, a gente leva o café no sangue”, disse, ao reconhecer o importante legado da prefeita Glaucione para colocar o café como política prioritária do governo para a agricultura.
A prefeita Glaucione recepcionou os prefeitos dos outros municípios que fazem parte da região da Indicação Geográfica da região do Café ‘Matas de Rondônia’ que marcaram presença, assim como o vice-governador José Jordan, o presidente da Comissão de Agricultura, Deputado Cirone Deiró, além de cafeicultores, extensionistas rurais, pesquisadores, secretários de agricultura, representantes de entidades ligadas ao café no estado e no país e outros convidados.
A associação foi criada após uma série de atividades promovidas desde o ano passado pela Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), em parceria com Associação Brasileira de Café (ABIC), Conselho dos Exportadores de Café do Brasil. O trabalho é realizado ainda com parceria da Emater e Embrapa, fomentadores e realizadores da melhoria genética do café de Rondônia. Bem como Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri) e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Os municípios que fazem parte do grupo da Indicação Geográfica do café são: Cacoal, Rolim de Moura, Espigão d’Oeste, Ministro Andreazza, Alta Floresta, Alto Alegre dos Parecis, São Miguel Do Guaporé, Alvorada d’Oeste, Santa Luzia d’Oeste, Novo Horizonte d’Oeste, Seringueiras, Primavera de Rondônia, São Felipe d’Oeste e Castanheiras.
A prefeita Glaucione Rodrigues, que participou desde o início dos trabalhos, em julho de 2017, foi a única mulher a compor a mesa de autoridades. Vinda do Espírito Santo com a família atraída pelo café, ainda criança, viveu o ciclo de ‘ouro’ do café. Uma época em que, ainda sem tecnologia o pesquisa, o estado chegou a produção 3,5 milhões de sacas por ano. A ligação afetiva, pessoal com o grão e com a cultura do café é um marco da administração. “Quando entrei na prefeitura decidi escolher uma cultura para investir e foi o café”, disse.
Ainda enquanto deputada, há aproximadamente há quatro anos, ao lado de pessoas que acreditavam na revitalização da cafeicultura – ajudou a fomentar a cultura do café para resgatar o título de ‘Capital do café’ – segunda economia do estado, perdendo apenas para a pecuária de corte. Ao perceber o declínio da cultura do café apresentou emenda para investir na revitalização desta cultura. Foi a partir deste momento que a cafeicultura passou a fazer parte das políticas de governo para a agricultura. “Quando era deputada eu não descansei enquanto o café não foi incluído nas propostas para o setor no estado”, relembrou.
A perspectiva do fomento à atividade é de aumentar a produção para mais de 5 milhões de sacas, diminuindo a área de cultivo, através da tecnologia. A Emater e a Embrapa trabalham com pesquisa e desenvolvimento da melhoria genética do grão. Um dos trabalhos importantes neste processo foi a criação do concurso Concafé. A quarta edição do evento será em outubro deste ano.