Agronegócios
Mercado da soja deve seguir com incertezas
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A tensão causada pela Guerra Comercial que foi travada entre a China e os Estados Unidos ainda tem seus efeitos e deve continuar trazendo incertezas ao mercado brasileiro da soja, segundo informou o mais novo relatório de expectativas do agronegócio brasileiro produzido pelo Rabobank. O ano de 2019 foi marcado por intensa volatilidade nas cotações da soja no mercado internacional.
“Em linhas gerais, porém, os fundamentos exerceram pressão e limitaram os preços em Chicago (CBOT) abaixo dos USD 9,50/bushel ao longo do ano. Entre tais fatores baixistas, destacam-se o estoque de passagem recorde nos EUA, a demanda chinesa significativamente arrefecida por impactos decorrentes da peste suína africana e a recuperação da produção argentina na safra 2018/19 após umas das secas mais severas dos últimos 50 anos no ciclo anterior”, disse o texto.
Além disso, o Rabobank estima que a área de soja semeada no Brasil atinja 36,5 milhões de hectares na safra 2019/2020, aumento de 1,7% em relação à temporada anterior. “Embora esse percentual de expansão seja menor que a média das últimas 4 safras (2,8%), importante ressaltar que ainda é um crescimento indicando que mesmo em um cenário mais desafiador de margens e preços, ainda há espaço para conversão de pastagens subutilizadas para áreas agrícolas no país”, completa a informação.
Como pontos de atenção, o Rabobank indica que a China deve retomar as importações de soja para 90 milhões de toneladas em 2020, 8,5% superior ao esperado em 2019, caso consiga solucionar o grave problema sanitário da peste suína africana e mantenha o crescimento da produção de outras proteínas animais. “Os três cenários apresentados gerariam diferentes efeitos nos prêmios de exportação da soja brasileira. Em linhas gerais, ainda que sujeitos à volatilidade, os preços FOB no Brasil tendem a ficar em níveis entre USD 21/saca e USD 22/saca”, conclui.