Acre
Menina com diabetes recebe doação de insulina da família de major que morreu de Covid-19 no AC
Compartilhe:
![](https://www.onortao.com.br/wp-content/uploads/2021/06/ana-caroline.jpg)
A servidora pública Fabianny Araújo ficou comovida ao assistir uma reportagem da Rede Amazônica Acre sobre a falta de insulina para os pacientes que fazem tratamento na rede pública do Estado. Após a reportagem, ela decidiu doar a medicação que era usada pelo pai para Ana Caroline Costa de Oliveira, de 12 anos, que faz uso de insulina desde os 2 anos.
O pai de Fabianny morreu no mês de março vítima da Covid-19. Océlio de Araújo, de 65 anos, era major reformado da Polícia Militar do Acre (PM-AC) e faleceu três dias após dar entrada no Instituto de Traumatologia e Ortopedia do Acre (Into-AC), em Rio Branco.
O major também era pai de Michele de Araújo Miranda, esposa do deputado federal Alan Rick, que passou por um parto de emergência, foi transferida para Brasília e se recuperou da Covid após 17 dias.
O Centro de Referência de Medicamentos Especiais do Acre (Creme) está há cerca de dois meses sem disponibilizar insulina para os pacientes. Segundo a Assistência Farmacêutica da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), o medicamento é fornecido pelo Ministério da Saúde e que há previsão de regularização até o dia 30 de junho no abastecimento.
Na tarde desta terça-feira (29), a família de Ana Caroline foi buscar a medicação na casa de Fabianny. Ao G1, a mãe da menina, Suellen Costa Oliveira, explicou que a filha estava tomando uma medicação adquirida em um posto de saúde de Rio Branco, que seria uma regular, mas que não faz o mesmo efeito do remédio disponibilizado no Creme.
“Minha filha, no caso, não se dá. Ela tomava essa regular, mas não fazia tanto o efeito esperado, a glicose dela continuava alta. Está sendo muito complicado porque não tenho condições de comprar essa insulina, assim como muitos outros pais. Deus usou essa pessoa que doou”, complementou Suellen.
Ana Caroline faz uso de insulina desde os 10 anos. A insulina doada para menina deve durar pelo menos por um mês.
“Não tenho condições de comprar a insulina todo mês. Ela ficou muito feliz, assim como eu e meu esposo. Estou aliviada por ela ter conseguido, mas, ao mesmo tempo, preocupada com as outras crianças que não têm condições de comprar”, celebrou.
Doação
Fabianny conheceu o drama de Ana Caroline e outras crianças que estão à espera de insulina em uma reportagem exibida no Jornal do Acre 1ª Edição, nessa segunda-feira (28). Ela entrou em contato com a produção da Rede Amazônica e pediu ajuda para encontrar a família da menina.
“Meu pai tinha diabetes tipo 2 e faleceu de Covid, então, resolvemos doar. A gente já queria doar a medicação, mas não tínhamos contato e também não queríamos divulgar porque, às vezes, aparece gente que diz que precisa, mas não precisa”, destacou.
Fabianny e a mãe de Ana Caroline conversaram por telefone e Suellen foi buscar na tarde desta terça (29). “Queríamos doar para alguém que precisa mesmo. Minha mãe também não queria expor, a mãe da menina veio e pegou”, concluiu.
G1.globo.com