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Mendes vê cenário de “colapso” financeiro em fevereiro e março


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O governador Mauro Mendes (DEM) afirmou que a decisão de decretar calamidade pública financeira em Mato Grosso foi necessária diante da previsão de que o Estado viverá um colapso econômico nos próximos meses.

Segundo ele, esse agravamento se dará, principalmente, porque em março o Governo tem a obrigação de pagar a primeira parcela da dívida dolarizada com o Bank of America no valor de R$ 140 milhões, contraída na gestão do ex-governador Silval Barbosa.

“A perspectiva para o mês de janeiro era ruim. Nós já estamos mais da metade do mês e ela está se consolidando conforme previsto. Fevereiro nós temos uma realidade ainda pior e em março, piora ainda mais, porque temos que pagar R$ 140 milhões para o Bank of America”, afirmou. 

A perspectiva para o mês de janeiro era ruim, nós já estamos mais da metade do mês e ela está se consolidando conforme previsto. Fevereiro nós temos uma realidade ainda pior e em março, piora ainda mais, porque temos que pagar R$ 140 milhões do Bank of America

O decreto de calamidade pública financeira, pelo prazo de 180 dias,  foi entregue para votação na Assembleia Legislativa-AL/MT.

Mendes ainda apresentou outro decreto que estabelece diretrizes para o controle, reavaliação e contenção das despesas no Executivo caso a calamidade seja aprovada pelo Legislativo.

Segundo o governador, a decretação da calamidade pública financeira começou a ser estudada na semana anterior, depois que sua equipe ecônomica se aprofundou nos números do Estado. Ele reclamou que, durante o período de transição de Governo, não conseguiu acesso a todos os dados. 

“Na transição, nós conseguimos conhecer um pouco mais sobre essa tema, mas não tivemos acesso a todos os números que eram relevantes para que nós pudéssemos compreender a gravidade, a dimensão e a extensão desse momento que o Estado vive no âmbito das suas finanças”, disse. 

Além da dívida com o Bank of America, Mendes ainda citou outras dificuldades que agravam a situação do Estado, omo o pagamento do salário dos servidores e o atraso no repasse aos fornecedores.

“Diante dessa crise, tomamos medidas não muito agradáveis, mas absolutamente necessárias,  como o escalonamento dos salários dos servidores públicos. Mas isso foi apenas uma fotografia, um recorte dessa dura realidade constatada. O que nos preocupa é o colapso para o qual estamos caminhando com nossa cadeia de suprimentos”, disse.

“Estamos sendo muito afetados na área da Segurança. A imprensa noticiou que metade das viaturas foram recolhidas por falta de pagamento. Na Saúde, nós temos aí um colapso no fornecimento de remédios, medicamentos. Restabelecer isso é prioridade absoluta. Estamos tomando todas as medidas possíveis, mas a grande parte delas depende do Governo pagar os fornecedores, que já estão há meses sem receber e por isso, estão se negando a fornecer os serviços”, acrescentou. 

Para o governador, o decreto, junto as outras medidas que foram encaminhadas para a Assembleia, vão colaborar para que Mato Grosso supere essa dificuldade financeira. 

As outras medidas são: o novo Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab), a reforma administrativa, a Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual e o que estabelece critérios para o pagamento da Revisão Geral Anual (RGA) ao funcionalismo público.

“Não tenho dúvida nenhuma de que nós iremos superar essa crise. Acredito muito na nossa equipe, muito no servidor, na sua grande maioria. É nesse momento que nós temos que mostrar a grandeza daquilo que somos. É nesse momento que nós temos que ter discernimento para fazer aquilo que é certo e o que é preciso fazer para construir um novo amanhã”, afirmou.

“O hoje realmente é muito incerto, mas se trabalharmos com seriedade e enfrentarmos as dificuldades com a grandeza, com a dimensão que os problemas tem, criando alternativas verdadeiras, honestas, vamos conseguir superará-las. Se temos um grave problema, temos que dar a esse grave problema a tratativa correta, os remédios corretos, para que nós possamos construir soluções verdadeiras e que possam trazer uma perspectiva de cura”, pontuou. 

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