Mato Grosso
Mendes cita resistência da população e descarta decretar lockdown
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O governador Mauro Mendes (DEM) afirmou que um novo decreto deverá circular já nesta quinta-feira (25), com medidas restritivas mais duras para tentar conter a pandemia. Entretanto, descartou a possibilidade de determinar lockdown no Estado.
Em entrevista à rádio CBN São Paulo, Mendes disse haver resistência por parte da população mato-grossense em acatar ordens e aceitar a necessidade de distanciamento social e ressaltou que o Estado com o pior nível de distanciamento entre as unidades da Federação, o que se reflete no alto nível de contaminação, superlotação de leitos de UTI e aumento exponencial no número de mortes pela Covid-19.
“Um novo decreto deve circular hoje. Já temos um decreto com medidas restritivas impostas e talvez a gente vá apertar dentro daquilo que é minha competência. Mas é muito difícil você impor, quando existe um grande número de pessoas que não quer algo. Você manda e as pessoas não obedecem”, criticou.
“Lamentavelmente, no País hoje, está se consolidando um sentimento de insubordinação. As pessoas não querem obedecer autoridades. O desrespeito às autoridades, às pessoas, às leis, é algo que está ficando latente no nosso País. Isso é muito perigoso, muito ruim, e em algum momento isso pode fugir ao controle”, acrescentou.
O distanciamento foi a grande ferramenta usada no mundo inteiro e está comprovado que é um mecanismo eficaz. Agora, se a maioria não quer, tem consequências
Segundo Mendes, como o projeto de antecipação de feriados foi barrado pela Assembleia Legislativa, recebendo apenas um voto favorável da oposição, dificilmente ele irá optar pelo lockdown.
“O Governo tem que reconhecer isso também. É um direito que a sociedade tem de escolher seus caminhos e ela o faz através dos seus representantes. Percebemos que a maioria não quer isso. Então, vamos apertar o nível de restrição”, afirmou.
O governador salientou estar com a consciência tranquila de quem tem tomado as decisões com base no que a ciência recomenda como certo, mas que sabe o perigo que é mandar um conjunto muito grande pessoas fazer o que ela não quer, em um momento em que “há predisposição para o exercício da insubordinação”.
“Temos que ter cuidado com isso. Como representante do povo, em algum momento você também tem que fazer o que o povo quer. Debater claramente, dizer as consequências. Gente, o distanciamento foi a grande ferramenta usada no mundo inteiro e está comprovado que é um mecanismo eficaz. Agora, se a maioria não quer, tem consequências”, afirmou.
Questionado se a população estaria, então, escolhendo pela morte ao se recusar a adotar o isolamento ou distanciamento social, Mendes negou.
“As pessoas não escolhem a morte. Não é uma relação tão direta, tão objetiva. Mas como houve uma confusão de lideranças, as pessoas estão estressadas, cansadas após um ano de pandemia e no meio dessa confusão, as pessoas cometem um equívoco. Eu acho que é um equívoco”, afirmou.
Midianews