Saúde
Melasma: Como pode surgir, como prevenir e como tratar
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Melasma é uma mancha escura ou acastanhada comum em mulheres adultas e com incidência frequentemente relacionada à gravidez. A marca costuma surgir no rosto e geralmente se assemelha ao formato de uma borboleta simétrica.
A seguir, veja os tipos de melasma, como tratar e prevenir a doença:
O que é melasma?
Melasma é uma condição crônica que se caracteriza pelo aparecimento de manchas escuras na pele, as quais são muito comuns no rosto, mas também podem acometer pescoço, colo e até braços.
“É uma doença que altera a cor da pele e, apesar de não apresentar cura, com os inúmeros tratamentos disponíveis é possível controlá-la”, explica a dermatologista Larissa Montanheiro, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e do Hospital Sírio Libanês.
Melasma x Cloasma: qual é a diferença?
Cloasma é o nome dado ao melasma que acontece especificamente devido à gestação. Isto é, ele aparece na pele por conta da alta produção de hormônios para gerar o bebê.
“Essa concentração de hormônios acaba resultando no aumento da melanina, célula de pigmento responsável pela coloração da pele, e consequentemente acarreta o cloasma”, explica a dermatologista.
O melasma na gravidez costuma surgir a partir da metade da gestação, e, em muitos casos, as manchas desaparecem meses após o nascimento do bebê. No entanto, elas podem permanecer ou apenas ficar mais claras, sendo a condição permanente.
Vale lembrar que, embora as marcas possam não aparecer durante a gravidez, é preciso tomar cuidado redobrado com a exposição solar, a qual aumenta o risco de incidência.
Tipos de melasma
Melasma epidérmico
Trata-se da condição mais superficial e, portanto, a mais fácil de tratar. Acontece quando o depósito de melanina ocorre nas camadas basais e suprabasais da epiderme.
Melasma dérmico
Esse tipo de melasma na pele ocorre quando as manchas atingem a derme superficial e profunda. Por isso, é o caso mais complicados e de difícil adesão aos tratamentos.
Melasma misto
Esse caso ocorre quando os dois tipos de depósito de melanina, o epidérmico e o dérmico, coexistem no mesmo tecido.
Vale ressaltar que quanto mais profundo o pigmento, mais difícil de se obter um bom resultado no tratamento. Apenas um médico dermatologista pode diferenciar o tipo de melasma e sua localização nas camadas da pele.
Causas
Conforme dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia, não há uma causa definida para o aparecimento da condição. Entretanto, é seguro dizer que, muitas vezes, o melasma está relacionado à gravidez, ao uso de anticoncepcionais e, principalmente, à exposição solar desenfreada. Por isso, as mulheres são as mais afetadas pela doença.
O principal fator desencadeante é a exposição aos raios UV, mas até mesmo a luz visível, como de lâmpadas, computadores e celulares, pode acarretar no melasma.
“Há, ainda, a hipótese de que o acometimento seja causado por uma alteração vascular que libera uma substância responsável por estimular a melanina”, afirma Larissa.
Vale lembrar que a predisposição genética também tem forte influência em seu surgimento.
É importante que o dermatologista investigue a origem do melasma, já que ele pode ser confundido com sintomas de doenças, como o lúpus, problema autoimune que causa manchas parecidas com uma asa de borboleta na pele, mas de coloração avermelhada.
Fatores de risco
Ser mulher é um dos fatores de risco para a condição, já que o sexo feminino representa aproximadamente 90% dos casos de melasma.
Por isso, estar gestante pode contribuir para a condição, devido às alterações hormonais, bem como ter predisposição genética e ficar exposta a altas temperaturas e à exposição solar.
Sintomas
Os sintomas de melasma são manchas escuras ou acastanhadas que aparecem principalmente no rosto, principalmente nas maçãs, testa, nariz e buço.
Pode ocorrer também o melasma extra facial, com incidência das marcas nos braços, pescoço e colo.
As manchas têm formatos irregulares e bem definidos. Por isso, o próprio paciente pode suspeitar da condição, mas só o médico é capaz de confirmar o diagnóstico.
Diagnóstico
Os sintomas são analisados em consulta clínica, mas também há aparelhos que auxiliam o diagnóstico, como o dermatoscópio e a lâmpada de Wood, que conseguem diferenciar o tipo de melasma e sua localização nas camadas da pele.
Esses resultados vão determinar o prognóstico e o tratamento.
Pode ter complicações?
Se corretamente tratado com o dermatologista, o melasma não apresenta complicações. Pode, no entanto, demorar para apresentar resultados satisfatórios, como o clareamento da mancha marrom na pele.
O único dano que o melasma pode causar é psicossocial, com agravamento de baixa autoestima e problemas em relacionamentos.
Tem cura?
O melasma não apresenta cura definitiva, porém é possível que mancha clareie bastante ao ponto de ficar pouco perceptível. Entretanto, mesmo assim, as marcas podem ficar mais fortes posteriormente, caso não haja cuidado contínuo.
Como tratar melasma?
Microagulhamento para melasma
O microagulhamento é um tratamento feito em consultório dermatológico que usa um instrumento chamado dermaroller para renovar a pele. A ferramenta tem finas agulhas envoltas em um rolinho que é aplicado na pele e causa um pouco de sangramento.
Embora um pouco dolorido, o método estimula a produção de colágeno, a oxigenação e a circulação sanguínea na região em que é realizado. Por isso, promete a renovação da pele, atenuando cicatrizes, rugas, linhas finas e manchas de melasma.
Pomada e creme para melasma
Para ajudar na remoção das manchas, os cremes mais usados são à base de hidroquinona, ácido glicólico, ácido retinoico e ácido azeláico.
A especialista conta que os resultados demoram cerca de dois meses para começar a dar resultados perceptíveis, como o clareamento da região atingida. Ainda que sejam muito utilizados, nem sempre apresentam boas perspectivas para todos os tipos de pacientes.
Tratamento caseiro
Tratamentos caseiros não substituem, em hipótese alguma, orientações e prescrições médicas, mas é possível adotar algumas práticas que podem ajudar a potencializar a ação dos medicamentos.
Manter a pele hidratada e usar cremes que tenham vitaminas, como a B5, ajudam na regeneração da pele inflamada.
Apostar no uso semanal de máscaras com agentes hidratantes também auxilia no clareamento da pele.
Manter uma alimentação rica em antioxidantes auxilia o organismo a combater radicais livres e o envelhecimento precoce, fato que potencializa a saúde da pele e, portanto, auxilia no resultado do tratamento.
Peeling
Para tratar melasma, normalmente é usado o peeling químico, que nada mais é do que um procedimento estético que consiste na aplicação de ácidos em consultório dermatológico.
A aposta serve para destruir as camadas superficiais da pele e, assim, clarear as manchas e potencializar a renovação.
Laser
O laser também pode ser um bom coadjuvante para o clareamento de manchas de melasma. Mas é preciso ressaltar que tanto o laser quanto o peeling precisam ser indicados e feitos por profissionais da saúde.
A vantagem do laser é que, com sua tecnologias, consegue potencializar a renovação da pele de forma rápida e pode apresentar bons resultados em pouco tempo. Mas é preciso cuidado, já que qualquer procedimento que gera reação inflamatória também pode agravar o melasma.
Protetor solar
Se para todas as pessoas o uso de protetor solar é imprescindível para evitar o câncer de pele, para quem tem melasma mais ainda.
Assim, pacientes com a condição precisam usar produtos com fator de proteção altos. Além disso, se a exposição solar for durante o verão, se possível, também se proteger com chapéus e óculos.
A dermatologista Larissa explica que quem tem melasma deve optar por filtros que tenham proteções contra os raios ultravioleta A (UVA) e ultravioleta B (UVB).
Prevenção
“A maior prevenção para o melasma é a proteção solar”, afirma categoricamente a especialista.
Ela explica que o uso do filtro deve ser diário, mesmo em dias frios, nublados ou chuvosos. “Inclusive, quem passa o dia dentro do escritório, e por isso pensa que está protegido, está enganado”, comenta.
Outra medida importante é a reaplicação do produto ao longo do dia.
Colaboradores:
Sociedade Brasileira de Dermatologia
American Academy of Dermatology
British Skin Foundation
Dermatologista Larissa Montanheiro, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e do Hospital Sírio Libanês / CRM 189758