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Médica e enfermeiro do Acre integram missão humanitária aos Yanomami em Roraima


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Marcos Malveira chegou em Boa Vista no último dia 15 para ajudar com ações epidemiológicas os Yanomami — Foto: Antônio Alvarado/Arquivo pessoal

Médica Bruna Farias é voluntária na missão pela Força Nacional do Serviço Único de Saúde (SUS) e o enfermeiro Marcos Malveira, de 39 anos, pelo Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços de Saúde do SUS (EpiSUS-Avançado).

O Acre tem dois profissionais de saúde atuando como voluntários na missão humanitária em Roraima (RR) para resgatar e ajudar indígenas Yanomami que sofrem com malária e desnutrição severa. O enfermeiro Marcos Malveira, de 39 anos, chegou à cidade de Boa Vista no último dia 15 em uma missão exploratória.

Malveira compõe a equipe do Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços de Saúde do SUS (EpiSUS-Avançado). A previsão é de que ele fica no estado até esta quarta-feira (25).

A outra profissional do Acre na missão é a médica Bruna Farias, de 31 anos. A médica afirmou também que não tem permissão do Ministério da Saúde para dar entrevista. Contudo, o g1 apurou que ela está com uma equipe da Força Nacional do Serviço Único de Saúde (SUS) e atua diretamente na área de assistência aos indígenas.

Malveira confirmou o trabalho na parte da parte da Vigilância Epidemiológica no Polo Base do Surucucu, para onde são levadas crianças e adultos resgatados. Contudo, o profissional disse que, por orientações superiores, não pode falar sobre as ações desenvolvidas no local.

Médica Bruna Farias, que está em missão em Roraima, durante resgate no Acre em 2022 — Foto: Ciopaer/Sejusp/arquivo

Médica Bruna Farias, que está em missão em Roraima, durante resgate no Acre em 2022 — Foto: Ciopaer/Sejusp/arquivo

 

“Estou emprestado para o ministério para terminar o programa de epidemiologia. Vim pra cá com a equipe de epidemiológia e a Bruna está pela Força Nacional do SUS. São duas equipes diferentes. Minha atuação é na área epidemiológica e ela na assistência”, resumiu.

A Terra Indígena Yanomam registra nos últimos anos agravamento na saúde dos indígenas, com casos graves de crianças e adultos com desnutrição severa, verminose e malária, em meio ao avanço do garimpo ilegal.

O cenário de crise sanitária fez com que o Ministério da Saúde decretasse emergência na saúde. Em visita a Boa Vista para acampar de perto a situação, o presidente Lula (PT) classificou a situação dos Yanomami como “desumana”.

Crianças Yanomami resgatadas com malária e desnutrição grave — Foto: Weibe Tapeba/Sesai/Divulgação

Crianças Yanomami resgatadas com malária e desnutrição grave — Foto: Weibe Tapeba/Sesai/Divulgação

Mais de mil resgatados

 

Nesta terça (24), o secretário de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba, divulgou em coletiva à imprensa em Boa Vista que mais de mil indígenas em estado de saúde grave foram resgatados da Terra Indígena Yanomami nos últimos dias por equipes do Ministério da Saúde que atuam de forma emergencial em comunidades dentro da reserva.

As equipes estão na reserva desde o dia 16 de janeiro para atuar frente à desassistência sanitária no território. Os indígenas sofrem, principalmente, com malária e com desnutrição grave, afirma Tapeba.

“Nós acreditamos que mais de mil indígenas foram resgatados nesses últimos dias do território para não morrer”, afirmou. Em uma semana, o único hospital infantil do estado recebeu 29 crianças Yanomami doentes.

Secretário de Saúde Indígena (Sesai)Weibe Tapeba, em coletiva de imprensa no dia 24 de janeiro de 2023 — Foto: Rayane Lima/g1 RR

Secretário de Saúde Indígena (Sesai)Weibe Tapeba, em coletiva de imprensa no dia 24 de janeiro de 2023 — Foto: Rayane Lima/g1 RR

 

Os indígenas são resgatados das comunidades onde vivem e levados ao posto de Surucucu, uma unidade considerada de referência na região, mas que se resume a um barracão de madeira de chão batido e com estrutura precária. De lá, os quadros gravíssimos são encaminhados para Boa Vista.

O presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuana (Condisi-YY), Júnior Hekurari Yanomami, disse que, só no domingo (22), foram resgatados 26 crianças e dois adultos foram resgatados durante a missão do Ministério da Saúde. O trabalho tem o apoio da Força Aérea Brasileira (FAB).

Saúde dos indígenas

 

Maior reserva indígena do Brasil, a Terra Yanomami registra nos últimos anos agravamento na saúde dos indígenas, com casos graves de crianças e adultos com desnutrição severa, verminose e malária, em meio ao avanço do garimpo ilegal.

Só em 2022, segundo o governo federal, 99 crianças Yanomami morreram – a maioria por desnutrição, pneumonia e diarreia, que doenças evitáveis. A estimativa é que, ao todo no território, 570 crianças morreram nos últimos quatro anos, na gestão de Jair Bolsonaro.

Em 2021, o g1 e o Fantástico já tinham registrado cenas inéditas e exclusivas – semelhantes às divulgadas recentemente – de crianças extremamente magras, com quadros aparentes de desnutrição e de verminose, além de dezenas de indígenas doentes com sintomas de malária em comunidades Yanomami.

https://g1.globo.com

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