Mato Grosso quer maior presença das Forças Nacionais na fronteira

O governador Mauro Mendes (União) propôs ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) parcerias para reforçar a segurança na extensa área de fronteira do Estado.

O pedido foi feito durante reunião com o ministro da Justiça, Flávio Dino, na terça-feira (7).

Ao ministro, Mauro Mendes explicou que, hoje, o governo estadual conta com 140 agentes realizando este trabalho, majoritariamente composto pelas forças do Grupo Especial de Fronteira (Gefron) da Polícia Militar (PM), que opera na repressão aos crimes transfronteiriços.

Porém, por se tratar de um tema de responsabilidade federal, o governador requisitou apoio do ministro para o monitoramento e o combate à criminalidade na região.

“Queremos maior presença das Forças Nacionais na fronteira. A gente tem infraestrutura, hotéis. Nós poderíamos entrar com toda a estrutura e o Governo Federal com maior efetivo”, sugeriu o governador.

O ministro Flávio Dino garantiu apoio e designou sua equipe para alinhar estratégias com o secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, coronel PM César Augusto Roveri, também presente no encontro.

“Estamos de acordo com essa parceria porque se coaduna com a nossa visão. Mato Grosso é muito importante para o Brasil e garanto ao senhor que vamos fazer essa união de esforços. Esse é um tema estratégico e temos que ter foco, prioridade”, afirmou o ministro.

REPRESSÃO – Mato Grosso possui 28 municípios na faixa de fronteira e 11 municípios na linha de fronteira em uma extensão de 980 km, sendo 750 km de limite seco e 230 km de limite aquático.

Na região, os policiais do Gefron realizam patrulhamentos pelas rodovias, estradas vicinais, operações, barreiras fixas e volantes na repressão ao tráfico de drogas, contrabando e descaminho de bens e valores, evasão de divisas e roubos de veículos.

No combate ao crime, a força-tarefa do Gefron tem realizado constantemente a operação “Hórus – Guardiões da Fronteiras”

. Na segunda-feira (6), a equipe abordou um veículo Onix, de cor branca, no Posto de Fiscalização do Limão, em Cáceres (220 km a Oeste de Cuiabá). O carro trafegava sentido Brasil à Bolívia.

Após checagem, a equipe constatou contra o condutor um mandado de prisão em aberto expedido pela 1ª Vara Criminal e Civil do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, nos termos do artigo 517 do Código Penal (CP).

Diante dos fatos fora confeccionado boletim de ocorrência e o suspeito encaminhado para a Delegacia de Polícia Civil em Cáceres para as providências cabíveis. 

SISTEMA PENITENCIÁRIO – Durante a reunião, o Governo de Mato Grosso também fez a apresentação de um modelo de construção de prisões mais rápido e barato.

Por meio da assessoria de imprensa, o secretário Nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, considerou a reunião produtiva.

“Tratamos de uma pauta de interesse do estado, que tem uma fronteira muito grande e uma das preocupações da política do Ministério da Justiça é exatamente guarnecer as fronteiras brasileiras, uma atribuição do Governo Federal, em conjunto com os estados”, afirmou.

De acordo com o titular da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), a demanda foi recebida com muita satisfação pelo ministro, por se tratar de pleitos dos estados federados que têm sintonia com as preocupações do Ministério da Justiça.

“Além disso, houve a apresentação de iniciativas inovadoras do sistema penitenciário do estado. Vimos o quanto a gestão pública pode ser inovadora, criativa e ter diálogo com algumas instituições de controle que representam os poderes. Certamente, o que a gente puder fazer no âmbito da Secretaria Nacional de Segurança Pública para ajudar os estados e, em especial, o estado do Mato Grosso o faremos”.

O governo estadual reforçou a propositura de fortalecer a relação na proteção da fronteira Mato Grosso-Brasil-Bolívia.

“Trouxemos um projeto e vamos tratar, agora, das minúcias dele. O encontro foi produtivo e muito valioso”, informou César Roveri, secretário de Segurança Pública de Mato Grosso.

“Apresentamos uma novidade do estado que é na forma de construção das nossas cadeias e no valor e tempo de construção. Iremos tratar dessa pauta agora, vamos socializar com o Governo Federal e, possivelmente, fazer todas as parcerias necessárias”, completou.

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