Agronegócios
Mato Grosso deve colher mais de 40 milhões de toneladas de milho nesta safra, diz Imea
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Em Mato Grosso, as lavouras de milho têm se desenvolvido bem. A estimativa do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) é de que a produção passe de 40 milhões de toneladas nesta safra, oito milhões a mais se comparado com a safra passada.
O agricultor José Lazarini contou que a rotina dele agora tem sido acompanhar de perto o desenvolvimento do milho plantado. A propriedade dele fica em Campo Verde, no sudeste do estado. Na região, a área reservada para o cereal foi maior na comparação com o ano passado, passando de 500 para 700 hectares.
A motivação para o aumento, segundo ele, está no preço.
“A safra 20/21 estávamos com um milho na faixa de 11 a 12 dólares, a safra 21/22 estamos na faixa de 15 dólares por saco. Em reais é mais ou menos a mesma proporção, porque o dólar estava mais alto, então em dólar houve um incremento sim e foi o que estimulou o produtor até aumentar um pouquinho a área ou trocar a cultura do algodão por milho”, disse o agricultor José Lazarini.
Em reais, a saca está valendo em torno de R$ 69.
O aumento da área ocupada pelo cereal ficou acima de 8,5%. Na safra 20/21 a área era de 5,84 milhões de hectares. Já na safra 21/22 esse número aumentou para 6,3 milhões de hectares.
Mesmo com o preço mais atrativo, os produtores estão cautelosos quando o assunto é comercializar o milho antes da colheita. Até agora foi vendido pouco mais da metade do que o estado deve produzir nesta safra. No mesmo período do ano passado, o volume já passava de 70% comercializado.
O produtor Lazarini, por exemplo, negociou só 20% do que espera produzir.
“Na safra 20/21 eu já tinha comercializado em torno de 40%. O produtor está menos vendido esse ano em relação ao ano passado, é uma expectativa de mercado que o milho ainda pudesse ter uma ação de resposta um pouquinho maior, para que pudesse fazer uma compensação do aumento de custo que tivemos em cima da commodity milho”, pontuou.
Com relação à produtividade, a tendência é de uma safra mais cheia esse ano, caso o tempo continue ajudando até o momento da colheita.
A estimativa Imea é de que a média fique em 107 sacas por hectare, 15 a mais que a da última, quando a falta de chuva atrasou o plantio e o excesso de água atrapalhou a colheita do cereal.
A produção final do estado deve ser recorde, acima de 40 milhões de toneladas.
“Analisando o volume de áreas semeadas dentro da janela ideal que vai até o final de fevereiro, os produtores conseguiram nesta temporada semear mais de 80% das áreas dentro desse período e, comparado com a safra passada, esse número é apenas de 50% das áreas”, analisou o superintendente do IMEA, Cleiton Gauer.
Na fazenda de Pedro Seron, a expectativa é de superar a produtividade da safra retrasada, quando o tempo não interferiu no desenvolvimento da lavoura. Se tudo ocorrer conforme o planejado, o produtor deve colher em torno de 120 sacas por hectare.
“Esse ano a gente teve um período de chuva bem mais prolongado em relação ao ano passado. Além da chuva, começamos um pouco mais cedo o plantio soja, consequentemente, conseguimos antecipar o plantio do milho e esperamos uma produtividade bem maior na colheita”, disse.