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Mato-grossense que faz medicina na Ucrânia mora em hostel subterrâneo e tenta deixar o país


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O mato-grossense Sidney dos Santos Junior, de 23 anos, estuda medicina na Ucrânia e após o ataque do exército russo no país, no dia 24 de fevereiro, ficou cinco dias recebendo ajuda humanitária para conseguir se alimentar porque não conseguia sacar dinheiro. O estudante tenta sair da Ucrânia de trem ou ônibus para a Romênia. Até esta sexta-feira (4) ele ainda não conseguiu deixar o país.

 

Sidney é de Pontes e Lacerda, a 483 km de Cuiabá, e foi estudar medicina em Dnipro, na Ucrânia, há quatro anos. Ele vive em um hostel subterrâneo, com outras cerca de 70 pessoas.

Dnipro é a quarta maior cidade da Ucrânia e possui cerca de um milhão de habitantes. A cidade fica no sudeste da Ucrânia e já foi atacada pela Rússia.

Hostel onde Sidney mora na Ucrânia — Foto: Arquivo pessoal

Hostel onde Sidney mora na Ucrânia — Foto: Arquivo pessoal

Sidney contou que no momento do bombardeio escutou o barulho de explosão muito alto e forte.

“Eu escutei um barulho muito forte e era uma explosão, era muito alto e fiquei muito confuso com a situação. Depois que descobri que foram os russos que atacaram e ficamos com medo”, disse.

 

Segundo o estudante, desde o início da guerra, os bancos e os transportes públicos não estão funcionando direito na cidade. Ele ficou cinco dias sem conseguir receber dinheiro do Brasil para conseguir se alimentar, pagar aluguel e comprar itens básicos.

“Depois do início da guerra tive problemas com o banco e um amigo me ofereceu uma conta bancária para me ajudar, mas demorou uns cinco dias mais ou menos. Eu não estava conseguindo dinheiro da minha família, mas consegui várias doações”, contou.

 

Ucrânia antes dos ataques da Rússia — Foto: Arquivo pessoal

Ucrânia antes dos ataques da Rússia — Foto: Arquivo pessoal

Ele contou que nesse momento as pessoas estão se ajudando até conseguirem sair da Ucrânia.

“Muita gente saindo do país. Ajudei uma moça e os dois filhos dela, comprei alimento para eles. Meu amigo da Itália também ajudou um rapaz que estava passando por muita necessidade. Também consegui ajuda de uma família, que me deu uma sopa”, disse.

 

Sidney disse que está tentando sair do país de trem e ônibus, mas que as estações estão lotadas. Ele não está conseguindo vaga e tenta ir para a Romênia. Desde o início do conflito, o estudante vai todos os dias nas estações tentar embarcar.

“Estão me ajudando com alimento, moradia e alimentação para chegar na Romênia. Eu precisava de dinheiro para pagar o ônibus ou o trem, então agora vou o mais rápido possível para a Romênia. Estou vivendo com muita dificuldade, mas as coisas estão melhorando”, contou.

 

A Ucrânia foi atacada pela Rússia na madrugada do dia 24 de fevereiro — Foto: Arquivo pessoal

A Ucrânia foi atacada pela Rússia na madrugada do dia 24 de fevereiro — Foto: Arquivo pessoal

Ele relatou que está preocupado com os próximos ataques da Rússia e que o presidente Vladimir Putin deixou um grande alerta sobre uma possível guerra nuclear.

“O confronto está sendo muito sangrento, tem muita gente que não é soldado e está morrendo, muitas crianças. Essas ameaças do Putin de guerra nuclear deixou um grande alerta então a gente fica preocupado que talvez ele possa fazer algum movimento irracional e jogar uma bomba atômica em alguma cidade”, disse.

Praças em Dnipro, na Ucrânia, antes do ataque da Rússia — Foto: Arquivo pessoal

Praças em Dnipro, na Ucrânia, antes do ataque da Rússia — Foto: Arquivo pessoal

Para ele, as países devem intervir e ajudar a Ucrânia, já que a Rússia é uma das maiores potências militares do mundo.

“Ate agora a resistência ucraniana provou ser muito forte, a comunidade internacional também está fazendo tudo pra ajudar a gente. O único jeito de fazer com que o conflito acabe são os países doarem armas e dinheiro para bater de frente com a Rússia, disse.

Desde o início do conflito, o estudante faz publicações nas redes sociais mostrando a dificuldade para sair da Ucrânia e conseguir alimento.

G1.globo.com

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