Acre
Mais de 5,5 mil pessoas de 6 a 14 anos não frequentavam o ensino fundamental no Acre em 2017, aponta estudo
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Acre tinha mais de 5,5 mil crianças e adolescentes de 6 a 14 anos fora da escola em 2017, segundo levantamento feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), com base nos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad).
A taxa de atendimento de crianças e jovens na escola caiu em mais de mil em relação ao ano de 2016, quando 4.472 estavam fora da escola ou não tinham concluído o ensino fundamental.
O secretário de Educação do estado, Marco Brandão, informou que é complicado comparar a região Amazônica com outras do país. Segundo ele, as pessoas que aparecem nos dados são as que vivem em comunidades de difícil acesso, como seringais e reservas extrativistas.
“Vamos para a realidade da Amazônia. Nessa região, temos pessoas que moram no meio da selva e essa população que aparece no dado é uma população rarefeita, que não é aquela que está na cidade ou nas periferias das cidades. Mesmo assim, a gente faz atendimento com o Programa Asas da Florestania, tanto do 1º ao 5º ano, como do fundamental e médio”, disse o secretário.
Brandão afirmou que o Estado tem buscado mudar essa realidade. “É muito difícil a gente levar o professor para uma determinada localidade que ele vai ter que passar de 15 a 30 dias para ministrar uma disciplina para dois ou três alunos. A localidade é complicada”, lembrou.
Conforme os dados, em toda a região Norte são mais de 77,2 mil pessoas, entre 6 e 14 anos, que estão fora da escola ou não concluíram o ensino fundamental. O estado que aparece com pior cobertura é o Pará, com 34.286 pessoas fora da escola, seguido do Amazonas, com 22.235.
Apesar do número, o estudo mostrou que o Acre alcançou a marca de 96,3% das crianças de 6 a 14 anos que frequentava ou já tinham concluído o ensino fundamental em 2017. O percentual do Brasil é de 97,8% de cobertura.
A matrícula aos seis anos se tornou obrigatória no Brasil com a Lei nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006. Foi dado um prazo para que os municípios, os estados e o Distrito Federal tornassem a lei efetiva até 2010.
Os dados apontam que cerca de 600 mil crianças de todo país na faixa etária de 6 a 14 anos estavam fora da escola e não concluíram essa etapa de ensino, embora a tenham frequentado em algum momento.