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Mais de 14 mil procedimentos são realizados na 9ª expedição do Barco Hospital Walter Bartolo em comunidades ribeirinhas de Rondônia


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Um número expressivo de moradores ribeirinhos que residem em comunidades de Rondônia, na fronteira com a Bolívia, recebeu atendimento médico e social das equipes a bordo do Hospital Fluvial Walter Bartolo, na primeira expedição realizada pela unidade em 2018. No total, 14.165 procedimentos foram realizados nessa viagem, que teve como diferencial, ofertar atendimento médico por especialistas de diversas áreas.

Alessandra Costa, coordenadora da Unidade de Saúde Fluvial Walter Bartolo explica que os serviços prestados por especialistas fizeram toda a diferença nos atendimentos, frente à procura e necessidade dos moradores. Como exemplo, consultas por pediatras, que registraram 216 atendimentos. Em regiões de difícil acesso e sem tratamento da água, a maior evidência de doenças nas crianças atendidas foi de problemas gastrointestinais, relatos de dor na região do estômago e intestino, e diarreia, não raro evidenciados pela presença de parasitas, detalhou Alessandra. “Também registramos a procura por vacinas, problemas dermatológicos (de pele) e casos de gripe”, relatou a coordenadora.

Mães buscaram atendimento pediátrico oferecido no Barco Hospital Walter Bartolo

As consultas com clínico geral também foram expressivas: 320 no total, já os médicos cardiologistas realizaram 186 atendimentos e os exames laboratoriais contabilizaram 1.860, entre eles 119 preventivos (papanicolau). Na expedição realizada no mês de maio, foram entregues 9.248 medicamentos aos moradores, após diagnóstico médico.

Nessa expedição, os atendimentos também chegaram às comunidades quilombolas, que só conseguem receber uma visita anual da embarcação, frente à dificuldade de navegação naquela região. “Nas comunidades de Pimenteiras a Forte Príncipe, as viagens só são possíveis em períodos em que o rio está cheio. Em épocas de seca, a presença de pedras e cachoeiras impossibilita a navegabilidade”, explica Alessandra. Com o rio em alta, moradores de Pedras Negras, Porto Rolim, Santa Fé, Santo Antônio e Forte Príncipe da Beira receberam atendimentos, assim como bolivianos, que cruzaram o rio para serem atendidos no lado brasileiro. “As demandas dos moradores do país vizinho acontecem de maneira espontânea”, define.

A expedição foi realizada entre os dias, 12 e 27 de maio, durou 15 dias para a equipe médica e 20 dias para a tribulação, que partiu de Guajará-Mirim em direção a sete comunidades. Entre os atendimentos, Alessandra Costa destaca um, prestado a uma moradora de Porto Rolim: “ela teve uma das pernas amputadas, diabetes e na ocasião usava uma bolsa de colostomia. O filho que cuida dessa senhora estava viajando, de maneira que o estado geral de saúde dela era crítico, mas a equipe tomou uma atitude que me surpreendeu: limpou a casa, lavou a roupa, fez os exames e prestou atendimento médico e social. Fiquei emocionada porque são ações que vão além dos serviços que deveriam oferecer. Isso não tem preço”, enaltece.

Voluntária durante atendimento médico à moradora

PARCERIAS

A expedição contou com apoio do Instituto Kaleo, que buscou parceria com profissionais de vários estados do Brasil e de outros países. Participaram das ações, voluntários da Austrália, de Manaus, Bahia, e São Paulo, pessoas que a coordenadora costuma dizer que “pagaram para trabalhar”. Estes voluntários por conta própria custearam as despesas da viagem e o governo de Rondônia entrou com a contrapartida de oferecer hospedagem e alimentação. “O resultado é sempre gratificante para todos, tanto para os profissionais envolvidos quanto para a comunidade”, garante Alessandra. “Sem a presença da embarcação, o deslocamento para as famílias buscarem atendimento médico representa um alto custo, sem contar que há viagens que duram mais de 30 horas, feitas em pequenas embarcações, para que os moradores possam chegar a cidades que oferecem atendimento médico”, exemplifica.

As próximas expedições estão confirmadas para 26 de junho a 08 de julho, e no mês de setembro, com dias a serem confirmados. A coordenação também avalia a realização de uma quarta viagem ainda este ano, entre os meses de outubro a dezembro. A próxima viagem contará com a participação de médicos da associação Doutores sem Fronteiras e o objetivo é que se torne a maior missão odontológica do mundo.

Até o momento, a Unidade de Saúde Fluvial Walter Bartolo registra nove viagens realizadas, no período de 26 de agosto de 2016 a 27 de maio de 2018, com os seguintes resultados:

  • 12.923 pessoas atendidas (brasileiros e estrangeiros)
  • 417 atendimentos a estrangeiros (bolivianos)
  • 81.483 procedimentos realizados
  • 5.041 atendimentos médicos
  • 1.665 atendimentos odontológicos
  • 9.097 exames realizados
  • 73.168 medicamentos dispensados

Texto: Mineia Capistrano
Fotos: Arquivo Sesau
Secom – Governo de Rondônia

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