Justiça
Mãe de índia recém-nascida enterrada viva em MT, adolescente de 15 anos diz à polícia que quer ficar com a filha
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adolescente de 15 anos, mãe da índia recém-nascida – que foi resgatada depois de ser enterrada viva pela família dela, no início do mês, em Canarana, a 838 km de Cuiabá – foi ouvida e manifestou interesse em ficar com a filha, de acordo com a Polícia Civil.
Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), a recém-nascida está sob a tutela do estado e, somente ao fim do inquérito policial, a Justiça deve decidir se ela volta para a família ou entra para a fila de adoção.
A bebê ficou enterrada por cerca de 6 horas, sobreviveu e foi resgatada por policiais.
A bisavó da recém-nascida foi presa em fragrante e, depois de audiência de custódia, teve a prisão preventiva decretada.
Kutsamin Kamayura, de 57 anos, foi ouvida e alegou que a criança não chorou e, por isso, acreditou que estivesse morta. Seguindo o costume da comunidade indígena, ela enterrou o corpo no quintal, sem comunicar os órgãos oficiais.
De acordo com a polícia, a indígena deve ficar presa na sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Gaúcha do Norte, a 595 km de Cuiabá. A transferência foi autorizada pela Justiça.
A avó da bebê, Tapoalu Kamayura, de 33 anos, também está presa. Segundo as investigações,as duas premeditaram e planejaram enterrar a recém-nascida, uma vez que não aceitavam a criança já que o pai do bebê seria um índio de outra etnia.
O G1 tentou, mas não consegiu localizar a defesa de Kutsamin e de Tapoalu.
Ainda seguno o MPE, um estudo antropológico deve ser realizado para ajudar na resolução do caso.
Resgate
A Polícia Civil estima que a criança ficou enterrada por seis horas – entre as 14h e 20h de terça-feira (5) em uma cova de 50 centímetros de profundidade. Desde a quarta-feira (6), a menina está internada na Santa Casa de Cuiabá.
A bebê encontra-se em estado grave, porém estável. A bebê continua com insuficiência renal aguda e faz diálise. Permanece sob sedação contínua e respira com ajuda de aparelhos.
Funai
Em nota enviada ao G1 nesta segunda-feira, a Funai informou que aguarda a apuração de todos os fatos pelas ‘instâncias responsáveis’ e acompanha o caso por meio das unidades locais e nacional.
Afirmou ainda que vai ‘contribuir’, quando solicitada, no âmbito de suas atribuições.