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Madeiras apreendidas são usadas para construção de 50 pontes em Mato Grosso
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Mais de 3 mil metros cúbicos de madeira apreendidos no ano passado, em Mato Grosso, foram usados para a construção de pelo menos 50 pontes na região da Amazônia. A madeira apreendida em operações de fiscalização pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foi entregue para prefeituras e instituições de educação.
Portanto, também foi aproveitada para manutenção de escolas, creches e na construção de mesas e cadeiras. Conforme o Ibama, a preensão é aplicada por agentes ambientais quando não há comprovação da origem da madeira ou quando é identificada fraude em sistemas de controle como o Documento de Origem Florestal (DOF). “As fraudes geralmente são realizadas para acobertar madeira extraída ilegalmente de Terras Indígenas e Unidades de Conservação”, afirma a superintendente do Ibama em Mato Grosso, Lívia Martins.
A madeira apreendida foi destinada para 11 prefeituras do estado, sendo elas, União do Sul, Cláudia, Terra Nova do Norte, Itaúba, Sinop, Feliz Natal, Nova Ubiratã, Cláudia, Nova Guarita, Marcelândia e Peixoto de Azevedo e para o campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT) em Sorriso.
Em uma das ações de fiscalização realizada em novembro do ano passado, por exemplo, o Ibama identificou 22 pessoas envolvidas na exploração ilegal de ipê nas Terras Indígenas (TIs) Aripuanã, Roosevelt e Parque do Aripuanã, no noroeste do estado. A operação foi realizada em conjunto com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Gerência de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil de Mato Grosso.
Durante a fiscalização, realizada em nove frentes de exploração ilegais, agentes ambientais apreenderam 13 caminhões, três pá-carregadeiras, quatro tratores adaptados para a retirada de árvores, dois tratores de esteira, dois reboques florestais, oito motos, 12 motosserras, seis armas de fogo e uma caminhonete. A madeira seguiria para serrarias de Espigão do Oeste (RO) e Aripuanã, no estado.
Nas áreas vistoriadas, foram encontrados mais de 2,5 mil metros cúbicos de madeira em toras, a maioria de Ipê, equivalentes à carga de 150 caminhões toreiros. A grande demanda pela espécie, associada ao alto valor de mercado, resultou praticamente no fim de estoques em áreas privadas e no aumento da pressão sobre terras indígenas e unidades de conservação para extração ilegal.
De acordo com informações do órgão federal, cada metro cúbico de Ipê em tora extraído legalmente de Planos de Manejo Florestal (PMFS) é vendido por cerca de R$ 850,00. A variação de preço ocorre em razão da qualidade da tora. Após serrado e beneficiado, o metro cúbico da espécie é exportado por até R$ 9,5 mil, valor que pode variar de acordo com a cotação do dólar.