Polícia
Katsumi Ikenohuchi nega ter trabalhado na campanha do primo em Candeias
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Acusado de mandar matar Chico Pernambuco alegou ter se surpreendido com a morte do prefeito. Ele é julgado na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Porto Velho.
Durante interrogatório, Katsumi Yuji Ikenohuchi negou ter trabalhado na campanha política, na qual o primo era candidato a vice-prefeito. Alegou ainda nunca ter pleiteado a chefia de uma secretária. O depoimento foi dado durante o segundo dia de julgamento do réu, que acontece na 1ª Vara do Tribunal do Júri em Porto Velho. A sessão começou às 8h desta quinta-feira (18).
“Soube da morte do Chico através de minha mãe, que me ligou avisando do crime”, afirmou.
Katsumi disse ainda que “tomou um susto” e que ficou preocupado, pois seu primo ficou um tempo sem atender o telefone, e que só se tranquilizou quando conseguiu falar com o parente.
Ele é acusado de mandar matar a tiros o ex-prefeito de Candeias do Jamari, Chico Pernambuco. Conforme a delegada responsável pelas investigações, Keity Mota Soares, a apuração da polícia concluiu que Ikenohuchi pagou para que o crime fosse planejado.
Além disso, ele é primo do atual prefeito de Candeias, Luis Ikenohuchi, que também é investigado no caso.
Segundo o Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO), após o interrogatório de Katsumi, o julgamento entrou na fase de debates entre acusação e defesa. Ainda conforme o TJ-RO, a previsão é de que a sentença seja lida até o fim da noite desta quinta-feira.
Desdobramentos
Nas primeiras horas de depoimento, Katsumi Ikenohuchi confirmou que um dos envolvidos – Marcos Ventura – é ex-cunhado dele e que tem um filho com a irmã do acusado. Disse também que tinha contato com o agora apenado, mas que não sabia que ele era traficante de drogas.
Marcos já foi condenado pelo assassinato do ex-prefeito em junho deste ano. Ele pegou a 14 anos e seis meses de reclusão. Outras cinco pessoas envolvidas no crime também foram condenadas.
A juíza apresentou o que estava escrito nos autos, onde diz que, no 7 de março de 2017, Marcos Ventura e outro denunciado foram até a casa de Katsumi Ikenohuchi e só saíram meia hora depois, mas o réu não confirmou o tempo. Segundo ele, o porteiro anotou o tempo errado.
Katsumi disse ainda que, depois da morte do Chico Pernambuco, mudou a rotina, pois ouviu dizer que “se alguém da família Ikenohuchi estivesse envolvido, mataria um deles”. Ele diz que ficou assustado e, por isso, mudou a rotina.
O caso
Chico Pernambuco, prefeito Candeias assassinado em março de 2017. — Foto: Rede Amazônica/Reprodução
O prefeito Chico Pernambuco foi morto em março de 2017. Sete pessoas foram apontadas na investigação como suspeitas do crime. Para a Polícia Civil, a motivação da execução foi política.
Os três primeiros envolvidos no crime: Talisso Souza de Oliveira, Wellyson da Silva Vieira e Willian Costa Ferreira foram julgados e condenados em março de 2018.
Em junho deste ano ocorreu o segundo julgamento do caso. Marcos Ventura Brito, Henrique Ribeiro de Oliveira e Diego Nagata Conceição foram julgados no Tribunal do Júri. Os réus foram acusados de homicídio duplamente qualificado, por participarem da articulação do crime.
Henrique Ribeiro ficará 13 anos recluso e cinco meses detido. Inicialmente, todos os acusados ficarão presos em regime fechado. Marcos Ventura Brito e Diego Nagata Conceição foram condenados a 14 anos e seis meses de reclusão.