Justiça
Justiça determina que suspeito de matar ex-mulher a pauladas em RO continue preso
Compartilhe:
![](https://www.onortao.com.br/wp-content/uploads/2019/03/ueliton.jpg)
Foi mantida a prisão de Ueliton Aparecido, suspeito de ter assassinado a pauladas a ex-mulher, a professora Joselita Félix, de 47 anos, no último fim de semana. A decisão foi tomada durante uma audiência de custódia nesta terça-feira (19), no Fórum Criminal da Comarca de Porto Velho.
Segundo o Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO), Ueliton passou pela custódia por ter sido “preso novamente em flagrante” pela morte da educadora.
O G1 ainda aguarda mais detalhes sobre a audiência por parte do órgão. A reportagem também tenta localizar a possível defesa do suspeito.
A primeira prisão dele ocorreu um dia antes do assassinato, no último sábado (16). Ueliton foi detido após agredir a vítima com murros, que a atingiram na cabeça e também nos braços.
Joselita Felix teria sido morta pelo ex-companheiro em Rondônia — Foto: Facebook/Reprodução
Porém, horas depois da agressão, Ueliton foi solto após pagar uma fiança de R$ 4 mil. Segundo o TJ-RO, como a pena por lesão corporal “não é superior a quatro anos, o delegado pode arbitrar a fiança”.
A professora relatou a agressão a uma amiga e encaminhou áudios para ela sobre o que vivia. Em alguns trechos, a vítima diz que estava decidida a entrar com uma medida protetiva contra ele.
Feminicídio
Joselita foi morta pelo ex-marido no domingo, após ter a casa invadida pelo ex-marido, Ueliton Aparecido Silva, em Candeias do Jamari. O ex-marido foi preso logo depois e permanece na cadeia, em Porto Velho.
O pai da educadora, Francisco Félix, estava em casa e presenciou o ataque. O idoso tentou salvar a filha e segurar o suspeito, mas também foi atacado a pauladas. Ele segue internado no Hospital e Pronto Socorro João Paulo II, em Porto Velho. O corpo da vítima foi enterrado na última segunda-feira (18) sob forte comoção.
![Casa onde Joselita foi morta em Candeias do Jamari — Foto: Rede Amazônica/Reprodução Casa onde Joselita foi morta em Candeias do Jamari — Foto: Rede Amazônica/Reprodução](https://s2.glbimg.com/X3Yf4lPcWhOPJk2tX00UICK5TbE=/0x0:1563x870/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/6/y/XLywEaSWS0qJEAko6vEQ/casa-candeias.jpg)
Casa onde Joselita foi morta em Candeias do Jamari — Foto: Rede Amazônica/Reprodução
Joselita era servidora municipal de Porto Velho, tinha 47 anos e estava casada há três anos, mas há dois meses tentava se separar do suspeito. Joselita era graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Rondônia desde 1992 e também tinha bacharel em Direito pela Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e Letras de Rondônia (2007).
‘Somos a voz de Jô’
Após o caso de feminicídio, centenas de pessoas fizeram protestos em Porto Velho na noite de segunda-feira e pediram por Justiça.
Na última segunda-feira, aos gritos de Justiça e segurando cartazes com os dizeres “Somos a voz da Jô” ou “Parem de nos matar! Chega de feminicídio”, dezenas de participantes, homens, mulheres e amigos da vítima foram às ruas da capital em protesto ao caso que terminou em morte.
Manifestação contra violência de gênero aconteceu nesta terça-feira (19) em Porto Velho. — Foto: Cássia Firmino/ G1
Na manhã desta terça-feira, dezenas de pessoas se reuniram em frente a Delegacia da Mulher, também em Porto Velho, para uma manifestação contra violência de gênero. A passeata percorreu as principais ruas da área central do município e contou com a presença dos alunos de Joselita.
Com palavras de ordem como, “Joselita, presente!”, “Parem de nos matar” e “Chega de violência”, na passeata foram ouvidos discursos de lideres de militâncias do município, que ressaltaram os números alarmantes de agressões e estupros que são registrados anualmente no estado.