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Justiça condena falsa vítima de atentados em Paris a seis meses de prisão


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A parisiense de 33 anos que se fez passar por uma vítima dos atentados de novembro de 2015 em Paris foi condenada por fraude e falso testemunho. Ela ficará presa por seis meses e, durante outros 18 meses, terá uma série de tarefas obrigatórias, como buscar emprego e indenizar partes civis.

Alexandra Damien foi condenada por ter recebido, sem merecer, uma quantia de € 20.000 dos Fundos de garantia das vítimas de terrorismo e outras infrações penais (FGTI). Além disso, ela ganhou um tratamento terapêutico em um hotel da Normandia patrocinado pela Associação francesa das vítimas do terrorismo (AFVT).

Durante o julgamento, ocorrido em 2 de outubro, Alexandra reconheceu que mentiu quando declarou que estava no bistrô Carillon, uma das localidades atingidas pelos disparos dos terroristas nos ataques na capital francesa, que deixaram 130 mortos. “Foi o maior erro de minha vida”, disse a jovem na ocasião.

No dia 13 de novembro de 2015, a “cliente assídua” do Carillon tinha previsto passar para beber no restaurante, mas “mudou de ideia 20 minutos antes”.

Desenho feito no tribunal de Alexandra D, acusada de fraude por mentir sobre ser vítima de atentado em Paris, feito na terça-feira (2) — Foto: Benoit Peyrucq/AFP

Desenho feito no tribunal de Alexandra D, acusada de fraude por mentir sobre ser vítima de atentado em Paris, feito na terça-feira (2) — Foto: Benoit Peyrucq/AFP

De acordo com a Rádio França Internacional (RFI), a jovem disse que foi ferida por uma das armas usadas pelos terroristas e declarou que um homem morto caiu por cima de seu corpo. Ela afirmou ainda ter perdido “conhecidos” durante os atentados e, por isso, começou a se sentir culpada, questionando se teria sido capaz de salvá-los.

Ela participava de coletivas de imprensa e eventos oficiais de homenagem às vítimas e foram as persistentes incongruências em seu discurso que levaram à abertura da investigação de seu testemunho.

Alexandra D. também fez uma tatuagem com o lema de Paris, “Fluctuat nec mergitur” (“Sacudido pelas ondas, mas não afunda”), num gesto de protesto contra o terrorismo.

‘Decisão equilibrada’

A Promotoria havia solicitado 18 meses de prisão efetiva, por considerar, ao contrário da defesa, que o caso era “marcado pela ganância” de quem procurou 10 vezes o Fundos de garantia das vítimas de terrorismo, segundo a France Presse.

Para o advogado de Alexandra Damien, William Bourdon, a decisão foi “equilibrada, moderada”, pois leva em “consideração a defesa” e “sua confissão corajosa e, ao mesmo tempo, a demonstração de que a ganância não era sua linha vermelha”. “A justiça mostra que pode ser inteligente”, afirmou.

Em 13 de novembro de 2015, três comandos extremistas mataram 130 pessoas em vários bares e restaurantes da capital, na casa de espetáculos Bataclan e nas proximidades do Stade de France. Esses ataques são considerados o maior da história da França.

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