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Juiz defende criação de colônia penal para que presos possam pagar por tornozeleiras em MT
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O juiz Geraldo Fidélis foi entrevistado no quadro Papo das 6h desta quarta-feira (10) no Bom dia Mato Grosso. Ele falou sobre humanização nos presídios de Mato Grosso, colônias penais, regulamentação dos mercadinhos nas unidades, investimentos e audiências de custódia. Veja trecho da entrevista.
Mato Grosso tem mais de 12 mil presos para 6,4 mil vagas. O número representa 80% acima da ocupação suportada pelas unidades prisionais.
Geraldo Fidélis é juiz-corregedor dos presídios de Cuiabá.
Juiz-corregedor dos presídios de Cuiabá, Geraldo Fernandes Fidelis Neto — Foto: TV Centro América
Ele defendeu a criação de colônias penais no estado para que os presos possam pagar pela tornozeleira eletrônica. Em colônias penais, o preso cumpre a pena do regime semiaberto em um estabelecimento prisional.
Fidélis tenta copiar o modelo do governo do Paraná que regulamentou a obrigatoriedade do pagamento de tornozeleiras eletrônicas ou despesas decorrentes de reparo e manutenção por parte dos presos no estado.
“Essa situação [pagamento pela tornozeleira] só pode existir se existissem colônias penais em Mato Grosso. Hoje a situação das tornozeleiras não é tão eficaz do jeito que queríamos”, declarou Fidélis.
De acordo com o juiz, Mato Grosso registrou 600 casos de violação do uso de tornozeleira.
“Antes havia o crime e a pessoa era levada para delegacia. Dias e meses depois o juiz faria a aferição da legalidade da prisão. Hoje em dia a investigação é feita no dia, no calor da prisão. Poucas prisões são relaxadas, grande parte está dentro da legalidade”, pontuou o magistrado.
Ao ser questionado sobre a superlotação dos presídios e a soltura de pessoas em audiência de custódia, Fidélis defendeu que haja uma humanização dos presos. No entanto, salientou que ‘cada caso é um caso’.
‘Não é porque [o presídio] está lotado que vai ficar na rua. Se precisar de mais espaço, vai ficar preso sim. Vai caber lá sim. Não é desculpa”, criticou.
O juiz diz que os usuários de droga, não os traficantes, devem passar por um acompanhamento rígido de saúde e trabalho.(G1)