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Janaina Riva não vê “perseguição” e diz que MPE e TJ são “sérios”
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A deputada Janaina Riva (MDB) descartou a possibilidade de que o afastamento do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) tenha sido resultado de algum tipo de “conspiração política” contra ele – ou de interferência do Governo do Estado.
A tese foi encampada, nos bastidores, por apoiadores de Emanuel, que sempre alega ser perseguido.
“Toda vez a gente ouve que é perseguição. Mas já tiveram outras operações. Estamos falando de pessoas sérias [envolvidas na investigação] e nunca ouvimos nada que pudesse diminuir a atuação deles enquanto membros do Ministério Público Estadual e do Poder Judiciário”, defendeu.
“Nunca ouvi falar nada contra a pessoa deles [promotores e desembargador] e não acho que seriam influenciados por posições políticas”, completou.
Emanuel sofreu dois afastamentos da Prefeitura de Cuiabá. O primeiro, na área criminal, ocorreu no dia 19 de outubro por determinação do desembargador Luiz Ferreira da Silva, durante a Operação Capistrum. Ele chegou a recorrer da decisão, mas o pedido foi negado.
A segunda decisão, dessa vez em uma ação cível por suposto ato de improbidade administrativa envolvendo os mesmos fatos, determinou o afastamento do prefeito por 90 dias. Ela foi proferida no último dia 27.
Nos dois casos, o Ministério Público Estadual apura a existência de um esquema para acomodar indicações de políticos em cargos da Secretaria da Saúde em troca de apoio a Emanuel, além de pagamento indevido de prêmio saúde a servidores da Pasta.
“Eu sinceramente não acredito [em perseguição], porque as operações que têm acontecido desde o início não são focadas exclusivamente no Emanuel”, disse.
“Nós já vimos pessoas ligadas ao Governo do Estado passar por operações semelhantes e não acredito que haja uma interferência, principalmente pelos envolvidos”, afirmou Janaina.
Esquema na Saúde
A Operação Capistrum teve como alvo, além do prefeito de Cuiabá, a secretária-adjunta de Governo e Assuntos Estratégicos, Ivone de Souza, que também foi afastada do cargo, e o chefe de gabinete Antônio Monreal Neto, que chegou a ser preso.
Também são alvos da operação a primeira-dama Márcia Pinheiro, e o ex-coordenador de Gestão de Pessoas da Secretaria Municipal de Saúde, Ricardo Aparecido Ribeiro.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas residências dos alvos e na Prefeitura de Cuiabá. Eles ainda tiveram o sequestro de bens decretado até o montante de R$ 16 milhões.
Na esfera criminal, o MPE aponta que Emanuel e os demais estariam envolvidos em crimes de formação de organização criminosa, prevaricação e obstrução da Justiça.
Olhar Direto