Amazonas
Ipixuna, no Amazonas, é cidade com pior índice de desenvolvimento do país
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O município de Ipixuna, a cerca de 1,3 mil km de Manaus, ficou em último lugar no Índice de Desenvolvimento Municipal divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), nesta quinta-feira (28). A cidade de Lábrea também está entre as cinco piores colocações.
Os dados são oficiais do ano de 2016 e apresentam um panorama completo da situação dos municípios brasileiros após a crise econômica.
O índice, segundo a Firjan, é composto por indicadores de Emprego e Renda, Educação e Saúde. A pesquisa monitora as cidades brasileiras e a avaliação varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento do município. Cada cidade é classificada em uma das quatro categorias do estudo:
- baixo desenvolvimento (de 0 a 0,4);
- desenvolvimento regular (0,4 a 0,6);
- desenvolvimento moderado (0,6 a 0,8);
- alto desenvolvimento (0,8 a 1).
O município de Ipixuna, que fica no Rio Juruá, ficou em último lugar no ranking dos municípios, com a classificação de desenvolvimento baixo, somando 0,3214 ponto.
No ranking das capitais mais desenvolvidas, Manaus ficou em 24º lugar, saindo da posição de último lugar da lista, como estava em 2015. Atrás da capital amazonense ficaram apenas as cidades de Maceió (AL), Belém (PA) e Macapá (AP).
Segundo os dados, houve um aumento de municípios da Região Norte entre os menos desenvolvidos. O Amazonas inseriu 17 cidades na lista dos 500 municípios menos desenvolvidos. O estado do Pará inseriu mais 14 cidades na lista. A região Norte teve um percentual de 28% dos municípios na lista dos menos desenvolvidos.
Cidades mais desenvolvidas do Amazonas
POSIÇÃO | CIDADES | PONTUAÇÃO |
1º lugar | Manaus | 0,6931 |
2º lugar | Presidente Figueiredo | 0,6765 |
3º lugar | Itapiranga | 0,6534 |
4º lugar | Parintins | 0,6426 |
5º lugar | Manacapuru | 0,6404 |
Saúde em último lugar
No IFDM Saúde, o Amazonas ocupou o útimo lugar em duas classificações. Manaus foi a última da lista no ranking das capitais com menor índice de desenvolvimento na saúde por conta do baixo percentual de grávidas que realizaram sete ou mais consultas pré-natais, apenas 45,7% do total.
Na lista total de municípios brasileiros, Ipixuna volta a ocupar a última posição do ranking, com uma pontuação de 0,1849 no IFDM Saúde.
Emprego e Renda
Junto com Ipixuna, o município de Lábrea entrou no ranking das cidades menos desenvolvidas do país, com uma pontuação de 0,3638, e na 5468ª posição nacional. A queda foi, principalmente, na área de Emprego e Renda.
Em uma lista apenas com municípios amazonenses, Presidente Figueiredo foi o município que mais gerou emprego e renda em 2016, ultrapassando a capital, Manaus, que ficou em segundo lugar.
Nessa mesma lista, os municípios de Uarini, Urucará e Careiro da Várzea foram os piores colocados de todas as cidades consultadas.
O que dizem as autoridades
Por telefone, a atual prefeita de Ipixuna disse que desconhece a pesquisa e que em 2016 a administração do município era outra.
O prefeito de Lábrea informou, também por telefone, que não vai se pronunciar porque não sabe quais foram os critérios utilizados pela pesquisa.
A Secretaria de Saúde de Manaus informou em nota que a proporção de nascidos vivos e mães com o no mínimo sete consultas pré-natal tem aumentado e que tem implantado medidas, como a capacitação de médicos, para ampliar esses números.
Dados nacionais
O estudo afirma, ainda, que as regiões Norte e Nordeste têm, respectivamente, 60,2% e 50,1% dos municípios com desenvolvimento regular ou baixo, enquanto as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste possuem a maior quantidade de municípios com desenvolvimento alto ou moderado.
Ao todo, foram avaliados 5.471 municípios, onde vive 99,5% da população brasileira. O município com maior índice de desenvolvimento foi Louveira, em São Paulo, que conquistou 0,9006 ponto.
O estudo apontou que, em comparação com 2015, em todo o país, as áreas de Educação e Saúde tiveram o menor avanço da última década e não compensaram as perdas do mercado de trabalho dos últimos anos.
Na área de Emprego e Renda, o IFDM destacou que, no Brasil, entre 2015 e 2016, foram fechados quase 3 milhões de postos de trabalho formais no país. Em 2016, apenas 2,254 municípios geraram empregos, ou seja, quase 60% fecharam postos de trabalho.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (Susam), informou que as ações de pré-natal são realizadas pelas Secretarias Municipais de Saúde (Semsa) e que, por meio da Rede Cegonha e da Coordenação Estadual de Saúde da Criança, a Susam e a Semsa trabalham na construção de políticas voltadas para este público e no acompanhamento dos indicadores.
“A Susam realizará ainda, no segundo semestre deste ano, uma série de capacitações voltadas para os profissionais de saúde dos municípios do interior do Amazonas, por videoconferência, sobre pré-natal e atenção integrada as doenças prevalentes à infância, com o objetivo de garantir atendimento de qualidade ao paciente e reduzir as taxas de mortalidade infantil e materna”, afirmou a secretaria.