Polícia
“Intenção era matar”, diz irmão de homem que morreu após ter corpo queimado pela namorada
Compartilhe:
Morreu na manhã do último domingo (18), Márcio Alves do Santos, de 43 anos, que teve o corpo queimado pela namorada, de 27 anos, enquanto dormia. Segundo o irmão da vítima, Márcio morreu devido à falência renal aguda, que foi proveniente dos ferimentos causados pelas queimaduras.
A vítima, que teve mais 70% do corpo queimado, estava internado na Unidade Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital de Base, em Porto Velho, desde o dia do crime, cometido em 9 de novembro. Durante o período de internação, Márcio chegou a sofrer paradas cardíacas, mas teve o quadro estabilizado pelos médicos. De acordo com o Flávio Alves dos Santos, irmão de Márcio, boa parte das queimaduras foi na região do rosto, ouvidos, e tórax.
Em conversa com o G1, Flávio explicou que o irmão que trabalhava como serralheiro, apresentava um quadro de depressão e fazia uso de remédios controlados. Segundo ele, a vítima e a suspeita de cometer o crime se relacionavam há cerca de quatro meses e haviam se conhecido em um bar. Segundo o irmão, o motivo da briga, e posteriormente o ataque que resultou na morte da vítima, se deu pois Márcio havia tentado colocar um fim na relação.
“No dia 8 eles brigaram e ela dormiu fora. Na manhã seguinte ela voltou e esperou ele dormir, daí jogou álcool no ouvido, no rosto, no tórax e na parte genital dele, depois ateou fogo. Nós [irmão e a mãe da vítima], estávamos indo para lá, porque queríamos levar ele para uma internação compulsória. Quando chegamos, ele já estava dentro da ambulância, já tinha tido uma parada cardíaca e estava sendo socorrido”, conta o irmão.
Flávio destaca que o relacionamento da vítima com a suspeita nunca foi bem-visto pelos familiares, devido ao histórico de agressões que o irmão sofria durante as discussões. Segundo ele, em uma das brigas, a mulher chegou a usar um cigarro para queimar Márcio.
“Ficamos indignados porque ela disse na delegacia que jogou fogo nele, porque ele estaria tendo práticas homossexuais. Sinceramente, matou o cara e ainda caluniou. Ela usou isso, para fazer uma justificativa, porque tinha que ter uma história para contar. Ela pode fazer isso com qualquer um, a queimadura foi criminosa, a intenção era matar”, lamenta Flávio.
As investigações
De acordo com a assessoria da Polícia Civil, a suspeita de cometer o crime já foi ouvida e outras testemunhas também serão chamadas para depor. A polícia ainda informou que o inquérito já estaá 90% concluído e está na responsabilidade do 8º Departamento de Polícia. Assim que finalizado, as providências referentes ao caso serão tomadas. A assessoria ainda reforçou que as demais informações sobre o caso não poderão ser passadas para não atrapalhar as investigações.
Velório
Segundo a família da vítima, o corpo está sendo velado em uma funerária de Porto Velho, e o sepultamento vai acontecer por volta das 13h, em um cemitério particular localizado na BR 364, próximo a Embrapa.