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Índia recém-nascida enterrada viva em MT deve fazer cirurgia para retirada de cateter


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A índia recém-nascida que foi resgatada depois de ser enterrada viva pela família em Canarana, a 838 km de Cuiabá, deve passar por uma cirurgia para a retirada de um cateter, nesta terça-feira (3). A bebê está internada desde o dia 6 de julho numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá.

A recém-nascida foi encontrada por policiais e passou seis horas debaixo da terra.

De acordo com a Santa Casa, o estado de saúde da indígena é estável e ela apresenta “melhoras significativas no quadro renal e infeccioso, respirando sem ajuda de aparelhos”.

A menina também deve começar a ser acompanhada por uma fonoaudióloga para iniciar o processo de sucção, já que a dieta dela ainda é feita por sonda.

Avó e bisavó não aceitavam índia recém-nascida enterrada viva por ser filha de mãe solteira e pai de outra etnia (Foto: Polícia Civil de MT/TV Centro América)

Avó e bisavó não aceitavam índia recém-nascida enterrada viva por ser filha de mãe solteira e pai de outra etnia (Foto: Polícia Civil de MT/TV Centro América)

A avó do bebê,Tapoalu Kamayura, de 33 anos, e a mãe dela, Kutsamin Kamayura, de 57 anos, foram presas e teriam premeditado o crime. A mãe da bebê é uma adolescente de 15 anos.

Kutsamin alegou à polícia que enterrou a menina por acreditar que ela estivesse morta. As investigações apontaram que elas não aceitavam a criança pelo fato dela ser filha de mãe solteira e o pai ser de outra etnia.

Ainda, as investigações não indicariam que o enterro da menina estivesse ligado aos costumes indígenas.A Justiça determinou que as duas usem tornozeleira eletrônica.

Bebê

Depois de resgatada pela polícia, a bebê foi socorrida em dois hospitais até ser transferida para a Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá. Ela continua internada na capital desde o dia 6 deste mês, e o estado de saúde ainda é delicado.

De acordo com o delegado da Polícia Civil Deuel Paixão Santana, que investiga o caso, em depoimento, as testemunhas afirmaram que, tanto a avó quanto a bisavó, não queriam o bebê para que a adolescente não se tornasse mãe solteira.

Ele informou ainda que a mãe da criança disse que pretendia ficar com a filha.

O Ministério Público Federal requisitou um estudo antropológico, que deve nortear a situação.

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