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IBGE dá início à Pesquisa Nacional de Saúde; resultado deve sair em 2021


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A partir desta segunda-feira (26), agentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vão visitar a casa de milhares de brasileiros para pesquisar as condições de saúde da população. Trata-se da segunda edição da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), que promete avançar na investigação realizada seis anos atrás.

Ao todo, cerca de 1,2 mil entrevistadores do IBGE irão visitar, até fevereiro de 2020, mais de 108 mil domicílios distribuídos em 2.167 municípios do país. Os resultados devem começar a ser divulgados em 2021. A pesquisa é realizada em convênio com o Ministério da Saúde e em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

“Estamos colocando em campo a maior e mais abrangente pesquisa de saúde do país”, afirmou Cimar Azeredo, coordenador da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD).

A PNS investiga a prevalência de doenças crônicas não transmissíveis e quantifica a população com algum tipo de incapacidade física. Além disso, analisa dados relativos ao estilo de vida da população, tais como:

  • sedentarismo;
  • tabagismo;
  • hábitos alimentares;
  • consumo de álcool;
  • atividade sexual.

Ainda no âmbito da saúde, a pesquisa também vai investigar a incidência de violência – seja física, sexual ou psicológica – além de avaliar a utilização do Sistema Único de Saúde (SUS) pela população. Além disso, a PNS também vai analisar as relações e condições de trabalho para analisar, entre outras questões, condições de salubridade dos locais de trabalho e problemas de saúde relacionados à atividade profissional.

A coordenadora da PNS, Maria Lúcia Vieira, destacou que, entre os diversos objetivos do levantamento, está “identificar os resultados das políticas públicas vigentes no âmbito da saúde e dar subsídios para que outras ações possam ser feitas”.

Ela lembrou que o IBGE investiga as condições de saúde dos brasileiros desde 1998, dentro da PNAD. Ao perceberem a relevância e abrangência do levantamento, os pesquisadores decidiram desmembrar a pesquisa e instituir um questionário próprio. Assim, a PNS foi realizada pela primeira vez em 2013. Ela chega em sua segunda edição com a expectativa de ter periodicidade quinquenal, ou seja, a cada cinco anos.

Nesta edição, a PNS terá 25 módulos de perguntas em seu questionário:

  • A – informações do domicílio
  • B – visitas domiciliares de equipes de Saúde da Família e agentes de endemias
  • C – características gerais dos moradores
  • D – características de educação das pessoas de 5 anos ou mais de idade
  • E – trabalho dos moradores
  • F – rendimentos domiciliares
  • G – pessoas com deficiências
  • H – atendimento médico
  • – cobertura de plano de saúde
  • – utilização de serviços de saúde
  • K – saúde dos indivíduos de 60 anos ou mais de idade
  • L – saúde das crianças de menos de 2 anos de idade
  • M – informações para futuros contatos, características do trabalho e apoio social
  • N – percepção do estado de saúde
  • O – acidentes
  • P – estilos de vida
  • Q – doenças crônicas
  • R – saúde da mulher
  • S – atendimento pré-natal
  • U – saúde bucal
  • Z – paternidade e pré-natal do parceiro
  • – violência
  • T – doenças transmissíveis
  • Y – atividade sexual
  • AA – relações de trabalho

Dinâmica da pesquisa

Os mais de 108 mil domicílios que participarão da pesquisa foram selecionados aleatoriamente. Os moradores receberão, antes da visita dos pesquisadores, uma carta assinada pela presidente do órgão.

No comunicado são explicados os objetivos do levantamento e enfatizado que todas as respostas são confidenciais – a identidade dos moradores não é divulgada e as informações são usadas pelo IBGE apenas com fins estatísticos.

Azeredo, coordenador da PNAD, lembrou que nem todos os domicílios selecionados devem receber a carta. “Há domicílios que são em áreas rurais e remotas, então pode ser que a visita chegue antes”, disse.

O IBGE reforça que todos os pesquisadores estarão identificados com crachá do órgão e um equipamento eletrônico para coleta de dados. A seleção da pesquisa e a identidade do agente podem ser confirmados por meio do telefone 0800-721-8181.

Podem ser necessárias duas visitas a cada domicílio. Na primeira, é aplicado o questionário em relação a todos os moradores. Apenas um é selecionado para responder um conjunto específico de perguntas.

Segundo Maria Lúcia, a entrevista pode ter, em média, cerca de uma hora de duração.

Peso e altura

Dentre a amostra de domicílios da pesquisa, 5.575 deles terão um morador selecionado para antropometria – medição da altura e peso corporais. O objetivo é identificar a incidência de obesidade e estabelecer as medianas de peso e altura da população.

A gerente da pesquisa contou ser comum que outros moradores do domicílio peçam para também ter as medidas auferidas.

“A gente perguntava [na Pnad] peso e altura e as pessoas não sabiam dizer. Tem gente que nunca foi medido na vida e acaba tendo essa oportunidade com a visita do entrevistador”, contou.

Escala de depressão, atividade sexual e pré-natal entre os homens

Entre as novidades desta edição da PNS está a investigação da ocorrência de depressão entre os brasileiros. Segundo a coordenadora da pesquisa, no módulo de doenças crônicas será questionado se a pessoa tem diagnóstico médico de depressão. Já no módulo específico serão feitas nove perguntas gerais que vão desde a qualidade do sono até se a pessoa já pensou em tirar a própria vida.

“Com essas perguntas a gente vai investigar os sintomas da depressão e estabelecer uma escala da doença. Daí poderemos comparar o quadro entre aqueles que têm o diagnóstico de depressão com aqueles que não o têm e cruzar esses dados”, destacou Maria Lúcia Vieira.

Outra novidade é a investigação sobre a participação masculina em exames pré-natais. A idéia é avaliar se os homens acompanham as mulheres nas consultas durante o pré-natal, se realizam exames ou se acompanharam o parto.

“Tem muitos homens que sequer sabe ser direito dele fazer esse acompanhamento”, disse a pesquisadora.

No módulo de atividade sexual, a pesquisa ouvirá apenas moradores acima de 18 anos. Há perguntas sobre uso de preservativo e em qual idade a pessoa teve a primeira relação.

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