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Hospitais no Rio Grande do Sul estão à beira de um colapso
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‘Estou enxergando o pico do Everest. Estamos apavorados’, diz secretária da Saúde do RS
Arita Bergmann alertou para esgotamento da capacidade das UTIs no estado. Manifestação foi feita durante reunião do governo com prefeitos. Estado acionou o último nível do Plano de Contingência Hospitalar, criado no início da pandemia.
A secretária da Saúde do Rio Grande do Sul, Arita Bergmann, alertou para o risco de esgotamento do sistema de saúde do estado no combate ao coronavírus. A manifestação foi feita, nesta quinta-feira (25), durante a reunião do governador Eduardo Leite com prefeitos para tratar do sistema de cogestão – que autoriza os municípios a adotarem medidas mais brandas em relação às bandeiras impostas pelo estado.
A titular da pasta afirmou enxergar “o pico do Everest”, em menção à situação da pandemia no RS.
“Eu já estou enxergando o pico do Everest. Estamos aqui apavorados”, afirmou.
A secretária da Saúde apresentou a evolução da ocupação de leitos clínicos e de UTI nas últimas semanas. No dia 24 de janeiro, o RS tinha 2.383 pessoas internadas com Covid-19. Já nesta quinta, o número era de 4.925 pacientes em hospitais, uma alta de 206% em pouco mais de um mês. No caso dos leitos críticos, os hospitais operam com 91,8% da capacidade máxima.
“Esta é maior taxa de ocupação até agora, uma situação de extrema gravidade, e será necessária a utilização de espaços disponíveis em cada instituição da rede hospitalar do Estado”, explica o diretor do Departamento de Regulação Estadual, Eduardo Elsade.
Segundo Arita Bergmann, se o ritmo atual for mantido, o RS pode ficar sem leitos para atender a demanda.
“Não haverá leitos, especialmente de UTI, para atender a demanda, que é crescente. Crescente a ponto de nos deixar com uma lista de espera”, explicou.
Último nível do plano hospitalar
A secretária da Saúde informou ainda que o estado acionou o último nível do Plano de Contingência Hospitalar e solicitou aos hospitais o uso de todos os espaços possíveis para receber pacientes, diante da dificuldade de criar novos leitos de UTI.
Além da suspensão imediata das cirurgias eletivas (com exceção das cirurgias de urgência ou que representem risco para o paciente), deverão ser instalados leitos emergenciais em salas de recuperação e em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) intermediárias. Junto à ocupação dessas áreas a serem disponibilizadas, deverão também ser acionadas as equipes técnicas desses setores, especialmente as equipes médicas e de enfermagem.
“A partir de agora, os hospitais gaúchos, entre públicos e privados, têm o compromisso de disponibilizar toda a sua estrutura para atendimento de casos de Covid-19, porque estamos na fase mais crítica, que precisa de atitudes mais drásticas”, explicou a secretária da Saúde, Arita Bergmann.
Eduardo Leite citou projeções do governo, que apontavam a necessidade de 7 mil vagas críticas para atender a todos.
“É absolutamente inviável”, avaliou o governador.
O Plano de Contingência Hospitalar foi elaborado no início da pandemia e já teve novas versões que acompanharam o avanço da doença. O plano é estruturado em quatro fases e cada uma das etapas sinaliza as ações e a forma como a SES deve organizar os serviços hospitalares e a movimentação da rede para acesso dos pacientes aos serviços.
Vacinação
Eduardo Leite falou da aquisição de vacinas por parte do governo estadual e das prefeituras. Segundo o governador, uma reunião já foi agendada com a Pfizer para negociar a compra de doses. Além disso, o RS estaria se juntando a outros estados para adquirir o imunizante russo, Sputnik V.
G1