Polícia
Homem que golpeou onze pessoas com facão em porto velho chegou a relatar que ouvia ‘vozes’
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Após três dias do crime que chocou Porto Velho (Ro) algumas perguntas continuam sem respostas. Quem era o homem que vitimou com um falcão onze pessoas? O que motivou tamanho ódio?
Na casa onde Edinei Ribeiro, 49 anos morou até a última quinta-feira (01/11/2018) ninguém quer falar. Todos estão em choque. Uma vizinha que não quis se identificar era amiga do suspeito. Ela não tem idéia o que teria levado o amigo a cometer tais atrocidades.
Dos moradores mais próximos o homem era uma pessoa dócil, prestativa. Na Rua em que veio morar após terminar o relacionamento com a esposa todos estão assustados.
De acordo com relatos, na ultima quinta-feira, de manhã, Ednei pegou o carro e saiu para trabalhar como de costume. Ele cavava poços e fazia fretes. Naquela manhã a amiga não notou nada de anormal com Ednei.
Dias antes ele chegou contar para “amiga” que não estava bem. Vinha ouvindo “vozes”. Alguém queria lhe matar. No momento em que foi morto pela policia a mulher e os filhos almoçavam. Os gritos do homem despertaram a atenção de todos. Apavorados eles correram para ver o que acontecia, foi quando ouviram os disparos de arma de fogo vindo do quintal ao lado.
Os vizinhos não sabiam, mas Ednei já havia deixado para trás um rastro de tragédia. Onze pessoas, inclusive uma criança tiveram a infelicidade de cruzar o seu caminho.
A diarista, Marta Rodrigues Pereira, 28 anos é uma delas. A vítima foi a primeira a ser atacada dentro de casa por Ednei, no Bairro Renascer. Marta era de Presidente Médici, no interior de Rondônia. Há 4 anos deixou o município para morar em Porto Velho na esperança de ter uma vida melhor. De família numerosa a vítima tinha 13 irmãos, além de ser mãe de três crianças.
E foi por uma delas que a rondoniense perdeu a vida. Ao ver Ednei indo na direção do filho, de 03 anos, Marta abraçou a criança enquanto o acusado a golpeava com um falcão. O marido e outro filho de 9 anos também foram atingidos,mas passam bem. Marta tinha um relacionamento com um presidiário.
“Se ele tinha plano de fazer isso com a primeira vítima até a gente entende, mas vim fazendo com crianças e outras pessoas já parte para algo diabólico”, relata uma dos conhecidos do suspeito, José Martins.
Outra vítima da barbárie morava a menos de 50 metros do suspeito. Débora Batista Sena, de 27 anos vivia no residencial Cristal da Calama, mas passava o dia com a mãe, nesta residência. Com cortes pelos braços e outras partes do corpo ela está internada. Segundo dona Liduina a filha ainda não consegue falar do caso. Esta abalada.
O que chama atenção no crime é que a maioria das vítimas morava uma próxima da outra. É o caso da Débora, ela foi atacada pelo homem no percurso enquanto ia buscar o marido do serviço.
“Um pavor. nunca passei por isso na minha vida. Nunca passei isso na minha vida como nesta quinta-feira (01). Ela (Débora) saiu para ir buscar o esposo no serviço. Ele chega meio dia aqui em casa. Passou do horário, eu falei para minha irmã (Rosa), a minha filha está custando chegar. Aconteceu alguma coisa com a minha filha. Dos fundos do quintal ouvimos os tiros. Minha Irma e meu filho saíram do quarto. Até então ninguém sabia o que estava acontecendo. Com um tempo veio milho e confirmou que a Débora havia sido atacada por esse homem”, relata, dona, liduina Damião batista-mãe de Débora.
O que mais intriga nessa história é que Ednei era conhecido ou conhecia as vítimas. Marta por exemplo chegou a arrumar um local para próprio assassino morar.
Das vítimas, nove continuam internadas aqui no hospital João Paulo II (JP-II). Sete delas foram transferidas no sábado (03) e continuam em observação neste momento na enfermaria. O caso mais crítico é de um paciente homem. Ele passou por cirurgia e segundo o hospital o estado de saúde dele ainda é gravíssimo.
Mesmo evangélico Ednei carregava a fama de um homem “mulherengo”. Teria sido por conta disso o final do relacionamento com a última mulher, mas os dois estavam se aproximando. É tanto que ela visitava o Ednei algumas vezes no apartamento que fica nos fundos da casa. Abalada com a situação, a viúva não quis falar do assunto.
Edinei Ribeiro era natural do Paraná, mas tinha residência em Rolim de Moura para onde o corpo foi transladado, na sexta-feira (02) após a liberação pelo Instituto Médico Legal (IML).
No vídeo obtido com exclusividade pela nossa equipe as marcas do sangue do suspeito continuam no chão aonde ele caiu ao ser baleado pelos policiais. Evidencia algumas duvidas. Uma delas está os reais motivos para tanto ódio. Mas com a morte do suspeito, talvez essa dúvida fique sem essa resposta.