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Homem é preso suspeito de ter queimado rosto de médico com ácido em Rondônia


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Ele, que é agente penitenciário, foi levado a uma unidade prisional de Porto Velho e segue preso em uma ala especial para agentes e policiais. Crime aconteceu na manhã desta quarta-feira (6).

Foi decretada a prisão preventiva do agente penitenciário Oziel Araújo Fernandes, de 41 anos, na noite desta quarta-feira (6). A informação foi confirmada ao G1 pela Polícia Civil e pela assessoria do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO).

Após o decreto, a Polícia Civil informou que o suspeito foi levado para uma unidade prisional de Porto Velho e que segue preso em uma ala especial para agentes e policiais.

Oziel é suspeito de ter atacado o médico infectologista Gladson Siqueira, de 49 anos, com um ácido na manhã desta quarta. Horas depois do crime, ele se entregou à polícia. Ainda conforme a Polícia Civil, o agente deve ser ouvido pela delegada na manhã de quinta-feira (7).

 Médico Gladson Siqueira foi atacado com ácido na manhã da quarta-feira (6). — Foto: Reprodução/Rede Amazônica

Médico Gladson Siqueira foi atacado com ácido na manhã da quarta-feira (6). — Foto: Reprodução/Rede Amazônica

Escoltado por dois agentes penitenciários da Secretaria de Justiça de Rondônia (Sejus) e do advogado, Oziel foi encaminhado a um hospital da cidade e passou por exames.

Durante o crime, ele trocou tiros com Gladson, que é militar da reserva do Exército, e acabou ferido no ombro direito. O G1 tentou localizar o advogado do suspeito, mas até o fechamento desta reportagem ele não foi encontrado.

Na Delegacia de Homicídios, a polícia informou que Oziel chegou a fazer um exame de ressonância, pois havia a possibilidade dele ter que passar por cirurgia – o que foi descartado, pois o tiro atingiu o músculo do suspeito.

 Garrafa onde estava o ácido usado contra o médico. — Foto: Pedro Bentes/ G1

Garrafa onde estava o ácido usado contra o médico. — Foto: Pedro Bentes/ G1

Depois que a prisão do suspeito foi decretada, a Polícia Civil disse que ele seguiu para uma unidade prisional da capital e que permanece preso em uma ala específica para policiais – civis e militares – e agentes penitenciários. A previsão é de que Oziel seja ouvido na Delegacia de Homicídios na manhã de quinta-feira (7).

Durante a tarde desta quarta, a esposa do suspeito foi ouvida pela delegada à frente do caso. Em depoimento, a mulher respondeu que não sabia que o marido cometeria o crime.

A motocicleta utilizada pelo suspeito na hora do crime foi apreendida, assim como o telefone celular da esposa dele, materiais médicos, toalhas e malas com medicamentos.

 Motocicleta utilizada pelo suspeito na hora do crime foi apreendida — Foto: Mayara Subtil/G1

Motocicleta utilizada pelo suspeito na hora do crime foi apreendida — Foto: Mayara Subtil/G1

Entenda o caso

O médico Gladson Siqueira ficou ferido na manhã desta quarta depois de ser atacado com um ácido no estacionamento do Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron), em Porto Velho. Ele chegava para o plantão no momento do ataque. O rosto da vítima ficou queimado.

A perícia afirma que houve troca de tiros no estacionamento da unidade. Segundo informações de uma testemunha que trabalha próximo ao local, o suspeito chegou em uma moto, parou ao lado do carro do médico, iniciou uma conversa e jogou ácido na vítima.

Nesse momento o médico esboçou reação com sua arma de fogo e o suspeito revidou, dando início a uma troca de tiros. Testemunhas relatam que ouviram de cinco a seis disparos.

 Carro que estava no estacionamento também foi atingido durante ataque — Foto: Pedro Bentes/ G1

Carro que estava no estacionamento também foi atingido durante ataque — Foto: Pedro Bentes/ G1

Ao G1, a PM informou o médico tinha uma arma calibre 38 em seu carro. Os policiais também confirmaram que o médico é militar da reserva do exército.

O presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Rondônia (Cremero), Spencer Vaiciunas, esteve no hospital e explicou ao G1 o quadro clínico da vítima.

“Foi feito os primeiros atendimentos já no local até ele ser transferido para a UTI cardíaca do Hospital de Base. Nos primeiros relatos houve lesão nas duas córneas do paciente, havendo chance de perder a visão. O ácido também comprometeu as vias aéreas. Ele teve uma dificuldade de respirar e foi tentado uma entubação, mas não foi possível devido a um edema (inchaço causado pelo acúmulo de liquido em tecidos) causado pela lesão do ácido. Assim, foi realizado com sucesso uma traqueostomia (abertura de um orifício na traqueia para a passagem de ar). Agora ele está estável, mas requer cuidados”, explicou Spencer.

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