Saúde
Hipotireoidismo: Causas, Prevenção e Tratamento
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A tireoide é uma pequena glândula endócrina que se localiza na região anterior do pescoço. Essa glândula possui um importante papel no controle do metabolismo. A tireoide produz hormônios T3 triiodotironina e T4 tiroxina, responsáveis pelas reações que garantem os processos bioquímicos e de geração de energia do organismo.
O hipotireoidismo ocorre quando a tireoide produz esses hormônios abaixo dos níveis considerados normais. Quando há quantidade insuficiente do hormônio circulando na corrente sanguínea, o organismo trabalha mais devagar, ocasionando problemas de saúde.
A doença é mais comum em mulheres com mais de 50 anos. Caso a paciente apresente o problema antes desse período, pode ocorrer irregularidade menstrual (incluindo a cessação da menstruação), infertilidade e aparecimento de leite nas mamas fora do período de gestação.
Hipotireoidismo Subclínico
O hipotireoidismo subclínico é uma espécie de “pré-hipotireoidismo”, uma fase anterior ao surgimento do hipotireoidismo franco. A tireoide está doente, mas ainda é capaz de produzir hormônios tireoidianos se estimulada por níveis elevados de TSH. Então, temos uma situação onde o paciente apresenta níveis de TSH acima do normal, mas seus níveis de T4 e T3 ainda estão normais.
Cerca de 5 a 10% da população é portadora de hipotireoidismo subclínico, boa parte dela desconhece tal situação. O hipotireoidismo subclínico é mais comum em mulheres do que em homens. A incidência também é maior em brancos e em idosos. As causas são basicamente as mesmas do hipotireoidismo franco, sendo a tireoidite de Hashimoto a principal causa.
Os pacientes com hipotireoidismo subclínico possui níveis normais de T4 livre e níveis elevados de TSH, em geral entre 5 e 10 mU/L. Porém já tem muitos médicos e especialistas que garantem que para ser hipotireoidismo subclínico basta o TSH estar acima de 2,5 mU/L.
Portanto, o hipotireoidismo subclínico geralmente apresenta TSH elevado, mas nunca superior a 10 mU/L.
O diagnóstico do hipotireoidismo é feito através dos exames de sangue T3, T4 e TSH, que medem o nível hormonal que o corpo está produzindo. Para ser considerado hipotireoidismo os níveis de TSH devem estar acima de 10 mU/L. Há alguns médicos que estando acima de 5 mU/L, já o consideram.
Em pacientes com cirurgia prévia, pode também ser realizada a ultra-sonografia da tireóide. Deve também ser analisado se há problemas com a quantidade de lipídios no sangue do paciente — condição que está fortemente associada ao hipotireoidismo. Pode ser feito também o mapeamento da tireoide.
Sintomas do Hipotireoidismo
- Falta de apetite
- Depressão
- Fraqueza muscular
- Cansaço físico
- Raciocínio lento
- Queda de cabelo sem causa aparente e cabelos mais finos, secos e sem brilho
- Unhas secas e quebradiças
- Intolerância ao frio
- Sonolência
- Diminuição do ritmo cardíaco
- Prisão de ventre
- Dor nos músculos, nas articulações
- Dor de cabeça
- Pele áspera e seca
- Mãos e pés frios
- Nervosismo
Causas do Hipotireoidismo
O hipotireoidismo pode ter diversas causas. A mais comum é a que decorre da Doença de Hashimoto. Esta doença ocorre quando o organismo, por razões desconhecidas, não reconhece a tireóide como parte do próprio corpo e o sistema imune prejudica o seu funcionamento. A tireóide, assim alterada, produz menos hormônios.
O hipotireoidismo também pode aparecer em pessoas que se trataram de hipertireoidismo (aumento da função tireoideana). Outras causas incluem tratamento com iodo radiativo, radioterapia ou infecção da tireóide por determinados vírus ou bactérias.
Algumas crianças nascem com hipotireoidismo por mau funcionamento congênito ou por total falta da glândula. Estas crianças devem ser tratadas imediatamente e por toda a vida para que possam se desenvolver normalmente.
Tratamento do Hipotireoidismo
O tratamento escolhido depende da avaliação das causas, por isso é individual para cada paciente.
O tratamento mais comum é a reposição hormonal. Antes de iniciar a reposição, o médico deverá fazer exames para saber qual é a dosagem correta de hormônio que o paciente deverá tomar.
O hormônio sintético da tireóide usado no tratamento é chamado de levotiroxina sódica. A levotiroxina funciona no organismo exatamente como o hormônio natural da tireóide.
Devem ser feitos exames clínicos e laboratoriais periódicos para manter a dose bem ajustada.
O comprimido tem que ser tomado de manhã, em jejum, cerca de meia hora antes do café. É que ele precisa de um pH mais ácido no estômago para ser absorvido. Se algo é ingerido, a acidez se reduz e compromete o aproveitamento do fármaco.
Em geral, o tratamento para o hipotireoidismo deve ser feito por toda a vida. Isso só não acontece nas formas transitórias de hipotireoidismo, como as que costumam se manifestar em algumas mulheres no pós-parto ou mesmo as ocasionadas por um efeito colateral de medicamentos. Nesses casos raros, a reposição hormonal nem sempre é necessária e as funções da tireoide tendem a se normalizar com o tempo ou com a suspensão do remédio causador do desbalanço.
Prevenção do Hipotireoidismo
É importante realizar um diagnóstico precoce, pois quanto antes começar o tratamento, melhor. Infelizmente, não há uma prevenção primária específica. Entretanto, você pode tomar algumas precauções para evitar a doença:
- Faça exercícios físicos regularmente.
- Faça uma suplementação com iodo de pelo menos 150 mcg diariamente.
- Faça exames de sangue T3, T4 e TSH regularmente.
- Adote uma dieta alimentar equilibrada. É engano imaginar que o hipotireoidismo seja fator responsável pelo ganho de peso, porque as pessoas costumam ter menos fome quando estão com menor produção dos hormônios tireoidianos.
- Evite o cigarro.
Hipertireoidismo
O hipertireoidismo é o “contrário” do hipotireoidismo. O hipertireoidismo acontece quando a glândula tireóide produz os hormônios T3 e T4 em excesso. O aumento da produção desses hormônios causa problemas sérios para a saúde (como insuficiência cardíaca, levando até a morte).
(belezaesaude)