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“Há países que estão ameaçados de desaparecer completamente em virtude do avanço do mar”, alerta especialista


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O aumento do nível do mar é uma das consequências mais visíveis da crise climática que estamos enfrentando. Muitas cidades, incluindo a mais baixa do Brasil, Recife, e mais recentemente Nova York, estão ameaçadas pelo avanço do mar. Esse aumento do nível do mar é resultado do aquecimento global, cuja causa é a intensificação do efeito estufa, um fenômeno natural que retém o calor na Terra. As atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis e a pecuária, emitem gases que ampliam o efeito estufa e, consequentemente, o aquecimento global.

“Com o planeta se aquecendo a cada ano que passa, o gelo das calotas polares começa a derreter, e toda a água que estava congelada vai para os oceanos, elevando o nível do mar”, explica o biólogo e mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental, Paulo Jubilut. O Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (IPCC) prevê um aumento médio do nível do mar de pouco mais de um metro até 2100. No entanto, os cientistas alertam que, se as emissões de gases do efeito estufa continuarem aumentando, esse número pode chegar a dois metros em 2100 e a cinco metros em 2150.

“Há países que estão ameaçados de desaparecer completamente em virtude do avanço do mar, como o pequeno Tuvalu, na Oceania. Esse país é formado por nove pequenas ilhas, e as casas de 12 mil pessoas estão sendo engolidas pela água salgada do oceano Pacífico”, diz Jubilut.

O biólogo traz outra perspectiva sobre o afundamento das ilhas: o aumento do nível do mar está afetando a disponibilidade de água doce e prejudicando a agricultura de Tuvalu. A infiltração da água do mar no solo reduz a quantidade de água doce disponível, deixando os moradores dependentes da água da chuva para beber e fazer outras atividades diárias.

Um dos grandes problemas do sumiço dessas regiões do mapa é que os habitantes ficarão desabrigados e terão de procurar um novo local para morar. O relatório do IPCC prevê que até 72 milhões de pessoas precisarão se mudar de regiões costeiras por causa do aumento do nível do mar. E essa é só uma das crises migratórias pelas mudanças climáticas. Outros fatores também poderão provocar essas migrações, como secas, falta de alimentos e água, e desastres relacionados ao clima.

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